Ótimo filme com um título que eu gosto muito que conta a história da comunidade de Javé que vai desaparecer devido a uma represa que será construída no local. As pessoas, para tentar evitar a mudança forçada, passam a contar a história da cidade para Antonio Biá, o salafrário local, na tentativa de criar uma identidade relevante. Provavelmente a melhor atuação do José Dumont que eu já vi. Quem ainda acha que o cinema nacional é uma porcaria, taí um filme pra começar a mudar essa ideia. Bom, pra quem não gosta do trio nordeste-pobreza-comédia, talvez seja melhor começar com algum outro. Mas nunca é demais lembrar que Narradores de Javé é ótimo apesar disso (mas a história é boa justamente por isso).
São mostradas as histórias de vários personagens, alguns são frequentadores de um bar e outros, hóspedes de um hotel, sendo que algumas delas se cruzam. Filme interessante, mais um ambientado em uma capital nordestina (Recife), com direito a muita pobreza, palavrão e nudez. Em vários aspectos me lembrou Ó Paí, Ó, se bem que bem melhor do que este último. Com direito a uma cena real em que um boi (ou seria uma vaca?) é morto num abatedouro.
Baita filme. Muito bem dirigido e atuado. E bem simples, história simples com situações simples e, justamente por isso, acaba se tornando um dos melhores filmes gaúchos* dos últimos anos. Cão Sem Dono realmente se destaca. E a Tainá Müller é linda. E geminiana.
* Uma coisa interessante é que é um filme foi feito em Porto Alegre, com atores gaúchos, mas dirigido por paulistas. .
Durval Discos é um filme que eu adoro. Tirando algumas coisas desnecessárias, tipo a participação da Rita Lee, que só serve para mostrar ela e não acrescenta nada, o fime é muito bom, tem ótimas atuações do Ary França e da Etty Fraser (dá vontade de jogar uma panela de pressão na cara da mãe do Durval). É um filme leve no início, bobo até, e do meio em diante vai ficando cada vez mais tenso e absurdo. Adoro a última cena antes dos créditos. O trailer abaixo não faz jus à obra (com aquele narrador de filme do Didi), mas não seja enganado por ele, Durval Discos é um filme quase genial.
Direção: Matheus Souza Elenco: Erika Mader, Gregório Duvivier, Marcelo Adnet, Nathália Dill, Anna Sophia Folch, Álamo Facó, Julia Gorman Apenas o Fim no imdb
Bom filme sobre o fim de um relacionamento. Muitos diálogos, várias referências legais e praticamente apenas dois atores. Até onde eu sei o filme foi um projeto de conclusão do curso de cinema do diretor, algo assim, e foi inteiramente rodado nas dependências da PUC do Rio de Janeiro. Acho que é isso. Não sei. Só sei que o filme é bom.
Eu separo o mundo em duas categorias: os que gostam e os que não gostam de Vanilla Sky. Os que não gostam, sinto muito, não entendo vocês. E nem quero. É um dos melhores filmes que eu já assisti (talvez o 3º, após Blade Runner que por sua vez vem logo abaixo de Laranja Mecânica, mas essas duas primeiras posições costumam variar). O pôster é bem bobinho (pra vender o filme pras fãs do Tom Cruise), mas a história é maravilhosa, as atuações a montagem, e a trilha sonora idem. E a direção também, e nesse ponto podemos comparar com o original Abre Los Ojos, do Alejandro Amenábar. Vanilla Sky é infinitamente melhor do que o original espanhol, a própria Penélope Cruz interpreta duas Sofias diferentes, e o herói do filme também é bem diferente: enquanto que no orginal ele é mesquinho e egoísta, no Vanilla Sky ele é, apesar de egoísta, um sujeito apaixonante, cheio de amigos e vontade de viver. Daria pra fazer um estudo sobre os dois filmes (e certamente há algum por aí). Acho que foi o filme que eu mais chorei em toda a minha vida, mais do que no final de Blade Runner (mais do que no final de ET!). Vanilla Sky, junto com Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças, faz um estudo profundo sobre a dor que se sente ao perder quem se ama e o desejo de esquecer tudo, apagar da memória, já que a dor é grande demais. E, ao mesmo tempo que é um filme genialmente construído, ele se mantém bastante comercial, o que torna ele mais genial ainda. Desconfiem de quem não gostar de Vanilla Sky. É um filme lindíssimo. Assistam, assistam e assistam. E depois assistam de novo.
Eu acho o Jorge Furtado um ótimo diretor. Consegue fazer filmes bons e que atingem um bom público, não é aquele tipo de filme apenas para artista ver. Afinal, cinema não é apenas arte, tem muita gente e dinheiro envolvidos (no caso do Brasil, dinheiro público, meu e teu). Portanto, quanto mais público, melhor (mas acho que esse tipo de coisa não desce pela goela de muita gente por aqui). Tem também o fato de ele trabalhar prioritariamente com atores já conhecidos, mas isso também não é tão verdade assim, Houve Uma Vez Dois Verões não tinha ninguém muito conhecido, por exemplo. Enfim, o filme: a história é muito boa, é muito bem dirigido e muito bem atuado. E tem a Leandra Leal. Já valeria só por isso. Mas O Homem que Copiava vale por todo ele, começo, meio e fim (mas eu prefiro Houve uma Vez, acho um filme melhor em todos os aspectos).
Filme bem interessante sobre dois brasileiros ilegais nos EUA, originalmente uma peça de teatro. Acho muito boa as atuações do Roberto Bomtempo e da Débora Falabella e o filme tem um ar de crueza, não é daqueles filmes redondinhos, até porque a história não pede que seja assim. Se não me engano, as filmagens nos EUA foram feitas sem autorização (dá pra ver algumas pessoas olhando para a câmera). O José Joffily foi o diretor de Quem Matou Pixote?, de 1996.
Direção: Heitor Dhalia Elenco: Selton Mello, Paula Braun, Sílvia Lourenço, Lourenço Mutarelli, Alice Braga Título fora do Brasil: Drained O Cheiro do Ralo no imdb
Um filme perfeito para não assistir com a família. Um cara se apaixona pela bunda de uma garçonete. Humor negro, ótimas atuações, ótima direção. Selton Mello nasceu para esse papel. O ótimo roteiro foi baseado no livro de Lourenço Mutarelli, que faz o bizarro segurança. Muita curiosidade de ler o livro, mas como já vi o filme... (anotação mental: sempre ler o livro antes, sempre ler o livro antes).
Tá mais que na hora de começar a postar aqui alguns curtas-metragens que eu gostei de assistir e o Trópico das Cabras é um bom começo. Adoro road movies e esse curta é um ótimo filme do estilo com uma história que poderia muito bem dar um longa. Boa direção e uma fotografia bem de estrada mesmo, suja, cinzenta. Assisti lá no Festival de Vitória, em 2008. São 23 minutos que valem a pena mesmo. O diretor é de SP e já está produzindo o seu primeiro longa, que também tem um título interessante: O Lobo Atrás da Porta.
Nome Próprio é bom, e tem a Leandra Leal, que já vale o filme. Ela interpreta aquele tipo de mulher que arruma e te arruma problema. Mas, como normalmente é comum às mulheres-problema, o sexo é muito bom, e no filme o sexo parece ser realmente bom. Vale a pena assistir, mas só uma vez. Assim como as mulheres-problema. Assim como qualquer pessoa-problema.
Eu queria muito ter gostado desse filme. Vi o trailer, gostei. É da Casa de Cinema, que geralmente faz coisas boas. Tem uma versão para Beat Acelerado, que eu acho uma música muito boa com uma letra muito corajosa (apesar do refrão bobinho). Mas aí eu assisti. Tentei gostar, mas não deu. É bem-feito, os atores estão ok, é bem produzido, etc, mas sei lá, não é pra mim. Tem um lance quase de triângulo amoroso juvenil, mas que fica só no quase (não que isso seja um defeito do filme, a idéia era essa mesmo). Mas enfim, como eu queria mesmo ter gostado de Antes que o Mundo Acabe, vou fazer uma exceção quando esse tipo de coisa acontecer e botar aqui no blog mesmo assim, mas vou catalogar em Queria ter gostado mas...,. que não é bem um não gostei, mas também não é um eu gostei, fica meio que num limbo. Enfim (II), é que eu queria mesmo ter gostado desse filme...
Direção: Cláudio Assis Elenco: Caio Blat, Matheus Nachtergaele, Dira Paes, Mariah Teixeira Título fora do Brasil: Bog of Beasts O Baixio das Bestas no imdb
Filmes cheio de putaria e violência, tudo misturado com as questões sociais daqui (me refiro ao país, não a estado ou cidade). Atuações muito boas e certamente não recomendado para ver com a família. Dira Paes sempre maravilhosa. Eu só assisti esse e Amarelo Manga do Cláudio Assis, os dois são nessa linha meio podrona, pesadão (uma palavra mais bonitinha seria visceral).
Direção: Carlos Gerbase e Giba Assis Brasil Elenco: Werner Schünemann Verdes Anos no imdb
Já ouvi gente detonando com muito gosto esse filme. Mas era um gaúcho, e a gente tem essa mania de adorar a música que se faz aqui mas detestar o cinema. Assisti só uma vez, mas gostei. Não é nada genial, mas está muito longe de ser um filme ruim. O pessoal daqui tem dessas coisas, se não é genial, é ruim. Verdes Anos é um bom filme. Melhor que muita porcaria que se fez e ainda se faz aqui no Rio Grande do Sul. Não achei imagem da capa.
Direção: Wagner de Assis Elenco: Renato Prieto, Fernando Alves Pinto Nosso Lar no imdb
Na verdade o filme não é bom. Começa pelo efeito no título Nosso Lar do cartaz. As atuações são no máximo ok, a direção sei lá onde foi parar (não que seja ruim, mas parece ausente, algo assim), a história tem umas coisas estranhas no meio (acho que foi montado errado...). Claro que conta pra mim o fato de eu simplesmente não acreditar em vida após a morte, deus (letra minúscula mesmo), etc. Mas mesmo assim fiz questão de ver no cinema, não pela história, mas pelos efeitos visuais/especiais. Acho que é isso que faz com que o filme valha a pena, queria ver essa coragem na tela grande. Mas só isso mesmo.
Um filme com boa dose de violência e meio sem pé nem cabeça, louco. Acho a idéia muito boa, mas em algumas partes ficou muito tosco. Mas esse tipo de coisa é fácil falar quando se está olhando de fora. Dificil é fazer. Teve uma exibição aqui em Porto Alegre com a presença do diretor Alexandre Stockler e ele contou a história de quando estava em um festival e o Oliver Stone disse que as pessoas precisavam ver Cama de Gato. Não é qualquer um que é elogiado pelo Oliver Stone.