Sim, eu sei, é seriado para mulher. Mas é bom apesar disso (ou seria é bom justamente por isso?). O Sex and the City se passa em NY, mais precisamente na ilha de Manhathan, e os personagens não parecem ter problemas com dinheiro, mas essa é a proposta do programa (pense rápido: em quantos seriados você costuma ver alguém com dificuldades para pagar a conta de luz?). Há bastante sexo, o que já deveria ser o suficiente para atrair o público masculino. Mas como é sexo com a visão feminina, acho que isso acaba afastando. Ninguém gosta de ouvir verdades do tipo "tamanho importa sim".
Lembrei desse filme após assistir Deite Comigo. 9 Canções sim vai além, mostra sexo mesmo entre o casal. São 9 músicas (rock, claro) com seqüências de sexo, e são cenas muito boas (e o ator desse filme não precisa ficar muito preocupado como o cara de Deite Comigo). A Margo Stilley é realmente uma atriz corajosa. E sexy. Mas talvez eu só ache ela sexy somente por causa de 9 Canções. E eu não deixo de pensar que as músicas só estão ali para preencher a falta de história, ou pelo menos de uma história mais consistente. Mas vale a pena mesmo assim.
Uma história linda sobre um homem tetraplégico que não deseja mais ficar vivo nestas condições e a sua luta para alcançar este objetivo. Provavelmente a melhor atuação do Javier Bardem e provavelmente também a melhor direção do Alejandro Amenábar (que é o diretor de Os Outros e Abre Los Ojos). Muito destaque para a música final e, se não me engano, é de autoria do próprio diretor, algo assim (ou ele também é o diretor mudical, não lembro direito). Na verdade, o destaque vai para tudo, não só para a música. E é um filme muito positivo, por incrível que pareça. Positivo dentro dos limites da história, claro.
Criador: Steven Moffat Elenco: Jack Davenport, Gina Bellman, Sarah Alexander, Kate Isitt, Ben Miles, Richard Coyle, Richard Mylan Coupling no imdb
Agora sim, um bom seriado. Dizem que é (foi) uma cópia de Friends e, de certa forma, é. Mas Coupling tem vida própria, eu comecei assistindo meio porque os avi's estavam ali no diretório, era só clilcar... mas logo no primeiro episódio eu já dei boas risadas, e nos seguintes eu passei a dar boas gargalhadas. É um seriado muito indicado pra quem gosta de rir das coisas absurdas das relações de amizades e das relações sexuais. Aliás, apesar de serem seis amigos, como no Friends, Coupling é muito mais sexual, mais ousado, mais putanheiro. Claro, tem a versão UK do Ross, do Joey e do Chandler e uma tentativa de Phoebe, mas mesmo assim o seriado não é apenas uma cópia. Bom, e mesmo que se considere uma cópia, qual o problema? Na pior das hipóteses é uma cópia muito boa.
Direção: Oliver Hirschbiegel Elenco: Moritz Bleibtreu, Christian Berkel, Oliver Stokowski, Wotan Wilke Möhring Título no Brasil: A Experiência Das Experiment no imdb
A experiência é: pessoas se oferecem para um estudo sobre o comportamento humano na prisão, a maior parte delas faz o papel de presos (em um presídio falso mas que acaba se tornando real) e um grupo menor faz o papel dos carcereiros. Em pouco tempo os dois grupos assumem de tal forma os papéis que coisas realmente terríveis acontecem. Me disseram que esse estudo existiu de fato e que as conseqüências foram parecidas com as do filme. Tu realmente entra no filme, as cenas são fortes e é tudo imprevisível. Só uma coisa besta estraga o filme: uma tal garota que é a quase namorada do herói (que está no grupo dos presidiários) e as cenas com ela cortam totalmente o clima denso do filme. Nos extras do dvd o próprio diretor assume isso. Péssima decisão, Sr. Hirschbiegel. Filme denso e pesado tem que ser denso e pesado, oras. Sem medinhos. Mas, fora isso, é um baita filme.
Direção: Kim Ki-Duk Elenco: Seung-yeon Lee, Hyun-kyoon Lee, Hyuk-ho Kwon Título original: Bin-Jip Casa Vazia no imdb
Um triângulo amoroso bem diferente do que o habitual dos filmes. A história também é bem original: um cara toca a campainha das casas de pessoas ricas e deixa um panfleto colado nos portões. Ele volta mais tarde e, nas casas onde o panfleto permanece, ele invade e usa a casa: usa o banheiro, a cozinha, a pasta de dentes. História muito boa. É um filme praticamente sem diálogos, o que torna tudo muito mais interessante ainda.
Filme do tipo comédia com caras e caretas dos atores, aquele tipo de atuação tããããão familiar aqui no RS. Parece, inclusive, um filme gaúcho, só que falado em espanhol e que não se passa em Porto Alegre. Normalmente eu pararia o filme no meio, só que eu dei crédito pela música de abertura, muito boa e que gera uma expectativa de que coisa boa vem por aí. Não é um filme tão bom assim, mas está longe de ser uma porcaria, tem uma história boa e algumas cenas são bem elaboradas. A música final também é muito boa. Aliás, vou procurar por aí a trilha desse filme.
Criador: J. J. Abrams Elenco: o Jack, a Kate, o Sawyer, o Rodrigo Santoro... e os OUTROS! Lost no imdb
E tudo começou com Lost. Quero dizer, começou essa coisa de gostar de seriados. Primeira temporada vi na tv mesmo, dubladão. Claro que depois que passei a assisitr no original não tinha mais jeito de ver dublado. Mas não é que esses tempos eu me peguei olhando para a tv revendo a última temporada na Globo? Acho que três temporadas tava mais do que ideal para o Lost, talvez 4, mas enfim, eles esticaram até não poder mais. E não, não gostei do final. Mas também isso já não importava muito. Acho que qualquer final ficaria a desejar. Muita coisa diferente e incrível foi criada nesse seriado. Bah, o final da primeira temporada...! Uma coisa legal é ver as caras de perdido que as pessoas que não assistiram Lost fazem quando rola alguma piada ou alguma referência ao seriado. Mas fala sério, não dá vontade de saber do que se trata esse seriado assistindo ao trailer abaixo?
Criador: David E. Kelley Elenco: James Spader, William Shatner, Candice Bergen, Christian Clemenson, Gary Anthony Williams Título no Brasil: Justiça Sem Limites Boston Legal no imdb
Seriado inteligentíssimo sobre uma firma de advogados. É tudo ao mesmo tempo: bobo, inteligente, pesado, irritante, agradável, comédia, novelinha, drama... tem provavelmente os personagens mais loucos e absurdos do mundo dos seriados (o mulherendo e esperto Alan Shore, o advogado genial e maluco Denny Crane, a anã brigona Bethany Horowitz, o quase-autista Jerry Espenson, o crossdresser Clarence), são realmente profundos e bem elaboados. Os diálogos são demais, as histórias lidam (e criticam e apoiam) o jeito de ser norte-americano com as suas leis muito diferentes das nossas. Tem casos incrivelmente bestas até outros que por si só dariam um longa-metragem, com batalhas nos tribunais muito interessantes. Há muitas piadas sobre o próprio seriado, do tipo "nos vemos na próxima temporada" ou "não vejo a hora de saber o que acontecerá no próximo episódio". Todo mundo come todo mundo e quem não está comendo vai comer ou já comeu. James Spader (Alan Shore) tem muito do advogado que ele interpretou em Secretária, e ele e Denny Crane (William Shatner) são os principais do seriado, mas todos têm uma importância bastante equalizada. A cada temporada muda bastante o grupo de advogados, tem certos personagens que não dá para se apegar muito. Destaque para o ator Christian Clemenson (o quase autista Jerry Espenson, cheio de tiques nervosos). E é o seriado com a maior quantidade de botões de paletó sendo abotoados e desabotoados por episódio.
Há duas formas de assistir ao seriado: a 1ª, é se ligando nos quebra-cabeças das doenças e as tentavivas de encontrar a cura, que eu acho a forma mais rasa (mas, ainda assim, válida) de apreciar o seriado; e a 2ª, é prestando atenção no House em si, e na forma como ele se relaciona com os outros e com ele mesmo. Um cara que acha melhor ser um solitário a ter que lidar com as complicações dos relacionamentos. Que joga com os outros o tempo todo. Egoísta. Viciado. Filho da puta. Genial. Claro que o final do seriado será com ele casando etc e tal, sabe como é, final feliz. Mas seria interessante ver o House acabar como ele provavelmente acabaria na vida real, um solitário, mas feliz com essa solidão, ou pelo menos tão feliz quanto se é possível ser quando se escolhe viver sem fazer concessões emocionais aos outros. Os produtores bem que poderiam colocar de vez em quando os médicos consultando algum livro antes de ter uma ideia genial e salvar o universo, mas isso também é preciosismo demais. House é o melhor seriado que existe. Se bem que Dexter e The Office também são. Sem falar nos já falecidos Friends e Lost. Curiosidade: o primeiro episódio da temporada passada (de quase duas horas) foi muito baseado no filme Um Estranho no Ninho, do Milos Forman.
Direção: Michael Mann Elenco: Jamie Foxx, Tom Cruise, Jada Pinkett Smith Título original: Collateral Colateral no imdb
Para mim, o Michael Mann é o único diretor bom de filmes de ação. Não é o único a fazer bons filmes nesse estilo, mas é o único que eu presto atenção no nome. Esse foi o primeiro filme que eu assisti dele. Muito bem-feito. O trunfo de Colateral (e dos outros filmes que eu assisti do M. Mann) é que os personagens são muito bem trabalhados, todos têm muitas outras questões fora do problema central do filme, não é apenas tiro e perseguição. A música também é muito bem trabalhada, principalmente nas cenas de ação. O dvd tem muitos extras interessantes, como making of, entrevistas, etc.
A primeira vez que eu vi, achei uma merdinha. Piada atrás de piada, muito chato. Mas era um episódio solto da 6ª temporada. Aí comecei a ver desde o início, desde o primeiro capítulo. E agora, 6 anos depois que eu comecei a gostar de Friends, já devo ter assistido cada episódio pelo menos três vezes. Pelo menos. Não tem aquelas piadas supostamente inteligentíssimas; as piadas são pra todos, Friends é o Beatles das comédias, é para todo mundo gostar. Eu realmente não entendo o que leva uma pessoa a não gostar de Friends. Sinceramente. Pode gostar mais de outros seriados, mas não gostar de Friends? Acho que eu nunca ri tanto em minha vida! Assistir a Friends é colocar o ânimo para cima. É pra rir, torcer, chorar. E depois da 10ª e última temporada (isso mesmo, 10 anos!), ficou aquela sensação de que o seriado nunca poderia ter acabado. Eu queria envelhecer junto com eles! E tinha a Jennifer Aniston!
Esse foi o primeiro longa-metragem de Cláudio Torres. Ele dirigiu, antes desse longa, o curta-metragem Diabólica, do filme Traição, de 1998, de um texto do Nelson Rodrigues. É um dos meus curtas prediletos. E esse Redentor é muito bom também, um filme comercial bastante diferente dos filmes comerciais, embora praticamente o elenco inteiro seja conhecido de novelas e especiais da Globo. Há muitas cenas que não se vê normalmente no cinema nacional. Cláudio Torres dirigiu também A Mulher do Meu Amigo, de 2008 (vi agora no imdb, não sabia) e A Mulher Invisível, de 2009. Desse último, tirando a Luana Piovani, nada se salva. Tá, o Selton Mello também se salva, mas isso ele sempre consegue.
The Dangerous Thread of Things Direção: Michelangelo Antonioni / Elenco: Li Gong, Chen Chang, Robert Downey Jr., Alan Arkin, Christopher Buchholz, Regina Nemni, Luisa Ranieri Equilibrium Direção: Steven Soderbergh / Elenco: Robert Downey Jr., Alan Arkin, Ele Keats The Hand Direção: Kar Wai Wong / Elenco: Li Gong, Chen Chang Eros no imdb
São três histórias não tão curtas assim com o erotismo como ligação. E é só isso de comum que os três curtas têm. São bem diferentes e obedecem a ordem de exibição quanto à qualidade: The Dangerous Thread of Things, que é chato e tem diálogos que não acompanham as bocas (pelo menos na cópia que eu assisti), mostra um casal em crise com um texto bobo e seios de fora (essa parte é a única que vale a pena); Equilibrium é onde a coisa fica boa, com bons toques de humor: um executivo com sonhos eróticos com uma mulher que ele não conhece e um psicanalista não muito interessado em seu trabalho; e, por último, o melhor, The Hand: um jovem alfaiate conhece uma prostituta por quem se apaixona. Não é à toa que é esse que fecha o filme.