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domingo, 19 de fevereiro de 2012

Crítica - Hugo (2011)

Realizado por Martin Scorsese
Com Asa Butterfield, Ben Kingsley, Chloë Grace Moretz, Sacha Baron Cohen

“Hugo” é um filme invulgar, vindo de quem vem. À primeira vista, não parece ser um filme de Martin Scorsese. Se nos tivessem ocultado a identificação do cineasta por detrás desta película e nos fosse pedido para adivinharmos o nome desse mesmo cineasta, decerto não hesitaríamos em lançar nomes como Tim Burton, Chris Columbus ou até Steven Spielberg para a pilha das hipóteses mais viáveis. Isto porque “Hugo” possui o perfume de magia tão próprio das fitas de Burton, o equilíbrio entre o drama e a comédia tão característico dos trabalhos de Columbus, e o cheirinho de intriga familiar sempre presente nas obras de Spielberg. Mas o realizador desta obra tão bela quanto enternecedora chama-se Martin Scorsese. Sim, esse mesmo. O cérebro por detrás de fitas tão chocantes, perturbadoras e controversas como “Taxi Driver”, “Raging Bull”, “Cape Fear”, “Gangs of New York” e “The Last Temptation of Christ”, só para referir algumas. Ora, é certo que uma história juvenil sobre um órfão que devolve a paixão pelo cinema ao lendário Georges Méliès não é propriamente o tipo de material que estamos habituados a ver nas mãos de Scorsese. Mas até o icónico realizador de 69 anos de idade tem o direito de experimentar novas facetas da 7ª Arte, especialmente quando já não tem nada a provar perante ninguém. E a verdade é que, apesar de não ter a mesma força e até a mesma consistência narrativa das grandes obras-primas do realizador nova-iorquino, este “Hugo” não deixa de ser uma fita deliciosa e cheia de magia. Uma fita que presta homenagem ao próprio legado do cinema, sendo ao mesmo tempo uma peça nostálgica sobre os primórdios da indústria e uma carta de amor à capacidade que esta arte tem de pôr as pessoas a sonhar bem alto.



Sediado numa Paris encantadora da primeira metade do século XX, “Hugo” convida-nos a acompanhar as desventuras de um rapazinho órfão chamado Hugo Cabret (Asa Butterfield), que vive nos labirintos que compõem as entranhas dos relógios de uma estação ferroviária parisiense. Só e abandonado pelo pai (Jude Law) morto num incêndio e pelo tio (Ray Winstone) doidivanas, Hugo sobrevive à custa do roubo forçado. O único legado do seu pai é um autómato misterioso que se encontra avariado. E convicto de que este esconde alguma mensagem importante, o rapaz dedica a sua vida a tentar consertá-lo com várias peças que vai saqueando aqui e acolá. Um dos seus pontos preferidos de pilhagem é a loja de brinquedos de Georges Méliès (Ben Kingsley), um velhote carrancudo e apático que esconde um passado glorioso no mundo do cinema. Mas num dia como tantos outros, Hugo é apanhado em flagrante delito por Méliès, que o obriga a trabalhar na loja como forma de pagamento pelos inúmeros assaltos ali efectuados. E desta forma tem início uma viagem com contornos de aventura, que levará Hugo a desvendar um enorme mistério ocultado à força pelo velhote amargurado. Tudo com a ajuda da inteligente e extrovertida Isabelle (Chloë Grace Moretz), que constrói uma amizade instantânea com o rapaz e se revela uma aliada de grande valor na batalha contra os caprichos de um guarda (Sacha Baron Cohen) verdadeiramente excêntrico e o seu cão de orelhas pontiagudas…




A força maior de “Hugo” reside na forma natural e relativamente calculada como capta o fervor dos espectadores. De facto, os cenários são tão maravilhosos e as personagens tão genuínas que o espectador não tem como escapar a um estado de deslumbramento quase instantâneo. Houve já quem dissesse que nas mãos de Scorsese o 3D era arte pura. E de facto assim é. Pela primeira vez desde o épico futurista “Avatar”, o efeito 3D alia-se a uma fotografia apaixonante e a um enredo em crescendo para nos inserir por completo num mundo de magia onde tudo parece ser possível de ser concretizado. A primeira sequência do filme mostra logo por si só toda a genialidade de Scorsese. Com a ajuda de uma banda-sonora simplesmente deliciosa por parte do mítico Howard Shore e também com o auxílio de uma montagem suave e extremamente bem efectuada por parte de Thelma Schoonmaker, essa sequência introdutória desfruta ao máximo do efeito de profundidade do 3D para fazer com o que espectador se sinta um autêntico transeunte daquela estação ferroviária. Por momentos sentimo-nos autenticamente na Paris dos anos 30 e só fica mesmo a faltar o cheirinho dos croissants acabadinhos de sair do forno. Nas mãos de um realizador vulgar, a estação parisiense praticamente passaria despercebida. Nas mãos de Scorsese, contudo, quase que ganha vida própria. E isso apenas ajuda o espectador a entrar no estado de espírito da película. Uma película que se consegue afirmar como uma das mais belas e encantadoras dos últimos anos, precisamente porque apela à libertação do lado onírico e romântico que todos conservamos nas nossas almas.




Mas por muito deslumbrante que “Hugo” seja, infelizmente nem tudo são rosas. O elenco cumpre com tudo aquilo que se lhe exigia, o realizador mostra-se perfeitamente à-vontade neste mundo mais mágico (quase fantástico) e menos acinzentado da 7ª Arte, e toda a vertente técnica da película pouco deixa a desejar. Porém, como fita juvenil que é, “Hugo” não consegue desmarcar-se completamente de alguns lugares-comuns perfeitamente desnecessários, assim como de uma certa previsibilidade que lhe retira alguns pontos. É mais difícil ser-se original e irreverente numa fita destas características. Todos sabemos isso. Mas de Scorsese e de uma obra que tem sido constantemente apelidada de “obra-prima” esperava-se um pouco mais de originalidade e um pouco menos de déjà-vu. A meia hora do final já prevemos facilmente como tudo vai acabar. Certas partes do enredo sucumbem à resolução fácil e forçada das problemáticas apresentadas, obviamente com vista ao praticamente obrigatório happy-ending. E isso, por muito que não destrua tudo o que está para trás, atenua um pouco as qualidades desta obra. Resumindo e concluindo, merece figurar nas listas de nomeados a melhor filme do ano. Mas está longe de ser o melhor filme de 2011.


Classificação – 4 Estrelas Em 5

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Hugo - Duas Imagens

Realizado por Martin Scorsese
Com Asa Butterfield, Jude Law, Sacha Baron Cohen, Ben Kingsley
Género - Aventura
Estreia Mundial - Novembro de 2011
Sinopse - Paris, 1930. Hugo Cabret (Asa Butterfield) é um órfão que se vê envolvido num estanho mistério que envolve o desaparecimento do seu pai e o aparecimento de um estranho robot.



sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Hugo - TV Spot - Academy

Realizado por Martin Scorsese
Com Asa Butterfield, Jude Law, Sacha Baron Cohen, Ben Kingsley
Género - Aventura
Estreia Mundial - Novembro de 2011
Sinopse - Paris, 1930. Hugo Cabret (Asa Butterfield) é um órfão que se vê envolvido num estanho mistério que envolve o desaparecimento do seu pai e o aparecimento de um estranho robot.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Hugo - Novo Poster Colectivo

Realizado por Martin Scorsese
Com Asa Butterfield, Jude Law, Sacha Baron Cohen, Ben Kingsley
Género - Aventura
Estreia Mundial - Novembro de 2011
Sinopse - Paris, 1930. Hugo Cabret (Asa Butterfield) é um órfão que se vê envolvido num estanho mistério que envolve o desaparecimento do seu pai e o aparecimento de um estranho robot.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Hugo - Cinco Posters Individuais

Realizado por Martin Scorsese
Com Asa Butterfield, Jude Law, Sacha Baron Cohen, Ben Kingsley
Género - Aventura
Estreia Mundial - Novembro de 2011
Sinopse - Paris, 1930. Hugo Cabret (Asa Butterfield) é um órfão que se vê envolvido num estanho mistério que envolve o desaparecimento do seu pai e o aparecimento de um estranho robot.



domingo, 20 de novembro de 2011

Hugo - Duas Cenas

Realizado por Martin Scorsese
Com Asa Butterfield, Jude Law, Sacha Baron Cohen, Ben Kingsley
Género - Aventura
Estreia Mundial - Novembro de 2011
Sinopse - Paris, 1930. Hugo Cabret (Asa Butterfield) é um órfão que se vê envolvido num estanho mistério que envolve o desaparecimento do seu pai e o aparecimento de um estranho robot.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Hugo - Segundo Trailer

Realizado por Martin Scorsese
Com Asa Butterfield, Jude Law, Sacha Baron Cohen, Ben Kingsley
Género - Aventura
Estreia Mundial - Novembro de 2011
Sinopse - Paris, 1930. Hugo Cabret (Asa Butterfield) é um órfão que se vê envolvido num estanho mistério que envolve o desaparecimento do seu pai e o aparecimento de um estranho robot.

sábado, 22 de outubro de 2011

Hugo - Terceiro Poster

Realizado por Martin Scorsese
Com Asa Butterfield, Jude Law, Sacha Baron Cohen, Ben Kingsley
Género - Aventura
Estreia Mundial - Novembro de 2011
Sinopse - Paris, 1930. Hugo Cabret (Asa Butterfield) é um órfão que se vê envolvido num estanho mistério que envolve o desaparecimento do seu pai e o aparecimento de um estranho robot.

sábado, 15 de outubro de 2011

Hugo - Poster Francês

Realizado por Martin Scorsese
Com Asa Butterfield, Jude Law, Sacha Baron Cohen, Ben Kingsley
Género - Aventura
Estreia Mundial - Novembro de 2011
Sinopse - Paris, 1930. Hugo Cabret (Asa Butterfield) é um órfão que se vê envolvido num estanho mistério que envolve o desaparecimento do seu pai e o aparecimento de um estranho robot.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Hugo - Trailer

Realizado por Martin Scorsese
Com Asa Butterfield, Jude Law, Sacha Baron Cohen, Ben Kingsley
Género - Aventura
Estreia Mundial - Novembro de 2011
Sinopse - Paris, 1930. Hugo Cabret (Asa Butterfield) é um órfão que se vê envolvido num estanho mistério que envolve o desaparecimento do seu pai e o aparecimento de um estranho robot.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Hugo - Teaser Poster

Realizado por Martin Scorsese
Com Asa Butterfield, Jude Law, Sacha Baron Cohen, Ben Kingsley
Género - Aventura
Estreia Mundial - Novembro de 2011
Sinopse - Paris, 1930. Hugo Cabret (Asa Butterfield) é um órfão que se vê envolvido num estanho mistério que envolve o desaparecimento do seu pai e o aparecimento de um estranho robot.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Os Filmes Favoritos Aos Óscares 2012 - 3ª Parte

Os Óscares 2012 ainda não se avizinham no horizonte mas existem por estes dias vários filmes que se assumem como sérios candidatos aos Óscares de Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Argumento (Original e Adaptado), Melhor Actor Principal, Melhor Actriz Principal, Melhor Fotografia e Melhor Banda-Sonora. A lista que vos apresentamos contém os filmes (live action) a ter em conta porque poderão fazer parte da lista final de nomeados que vai ser anunciada pela Academia a de Janeiro de 2012.

Hugo Cabret de Martin Scorsese

O selo de qualidade de Martin Scorsese é suficientemente forte para considerar este “Hugo Cabret” um dos filmes favoritos aos Óscares 2012 mas a sua narrativa aparentemente infantil poderá afectar a sua candidatura ao Óscar de Melhor Filme ou de Melhor Realizador (Martin Scorsese).

Sinopse – Paris, 1930. Hugo Cabret (Asa Butterfield) é um órfão que se vê envolvido num estanho mistério que envolve o desaparecimento do seu pai e o aparecimento de um estranho robot.

Margin Call de J.C. Chandor

O início da actual crise financeira é o tema central deste “Margin Call”, um filme que não é um dos favoritos aos Óscares mas que poderá proporcionar uma ou outra surpresa.

Sinopse – Quando a Crise Financeira de 2008 atinge os Estados Unidos da América, oito trabalhadores de um banco de investimentos tentam manter as suas carreiras e as suas fortunas.

Midnight In Paris de Woody Allen

A crítica está rendida a este “Midnight In Paris” de Woody Allen, uma comédia romântica que poderá ter uma palavra a dizer nos Óscares 2012, mesmo sendo uma comédia romântica. Vale a pena lembrar que nos últimos anos tivemos comedias entre os dez nomeados ao Óscar de Melhor Filme.

Sinopse – A vida de uma família transforma-se drasticamente durante uma viagem de negócios a Paris. A esta família pertence um casal (Owen Wilson e Rachel McAdams) que é forçado a confrontar a ilusão de que uma vida diferente do seu estilo de vida é melhor.

Salmon Fishing in the Yemen de Lasse Hallström

Se “Salmon Fishing in the Yemen” ainda estrear nos Estados Unidos da América em 2011 e se corresponder às enormes expectativas que têm vindo a ser criadas pela crítica, então poderá ser uma das melhores comédias do ano e um possível candidato ao Óscar de Melhor Filme

Sinopse – A história do Dr. Alfred Jones (Ewan McGregor), um cientista que se envolve, relutantemente, na construção de um viveiro de salmão no Iémen, um projecto que vai mudar a sua vida e o curso da história política britânica.

The Descendants de Alexander Payne

Um filme dramático com George Clooney no elenco tem sido sinónimo de Óscares nos últimos anos, resta saber se este “The Descendants” tem o estofo dramático suficiente para se candidatar aos Óscares mais importantes.

Sinopse – Matt King (George Clooney) é um rico latifundiário que vive no Havai e que tenta se reconciliar emocionalmente com as suas duas filhas que ficaram seriamente afectadas pelo acidente de barco que vitimou a sua mãe.

The Ides of March de George Clooney

Uma obra realizada por George Clooney sobre as atitudes desonestas dos políticos norte-americanos que estreia em vésperas das Eleições Presidências só não será um dos favoritos aos Óscares se realmente for inferior à sua concorrência.

Sinopse – Um político idealista decide candidatar-se às Eleições Presidenciais dos Estados Unidos da América, recebendo para esse efeito um curso intensivo sobre as artimanhas políticas mais sombrias e desonestas que deverá utilizar durante a campanha eleitoral.

Take Shelter de Jeff Nichols

O vencedor do Prémio da Crítica do Festival de Cannes 2011 tem leves hipóteses de obter uma nomeação ao Óscar de Melhor Filme mas será Michael Shannon que melhores hipóteses terá de ser nomeado ao Óscar de Melhor Actor Principal.

Sinopse - Atormentado por uma série de visões apocalípticas, Curtis LaForche (Michael Shannon) enfrenta um dilema: proteger a sua família de uma iminente tempestade ou protege-la de si mesmo?

The Whistleblower de Larysa Kondracki

O filme em si dificilmente será candidato a um prémio importante mas a performance de Rachel Weisz poderá valer-lhe uma nomeação ao Óscar de Melhor Actriz Principal.

Sinopse – A história verídica de Kathryn Bolkovac (Rachel Weisz), uma ex-policia que aceitou trabalhar numa Missão de Paz da ONU na Bósnia mas que acaba por ser demitida, um acontecimento que a leva a expor o envolvimento dos funcionários da ONU no tráfico sexual no país.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

The Invention of Hugo Cabret - Elenco & Filmagens

As filmagens do novo trabalho cinematográfico de Martin Scorsese, ”The Invention of Hugo Cabret”, começaram esta semana em Londres, Reino Unido. Asa Butterfield, Chloë Moretz, Sacha Baron Cohen, Ben Kingsley, Jude Law, Ray Winstone, Christopher Lee, Helen McCrory, Frances de la Tour e Richard Griffiths integram o elenco desta adaptação cinematográfica do homónimo romance literário que acompanha as aventuras de uma criança que tenta desvendar os segredos de um misterioso andróide. Robert Richardson é o director de fotografia e John Logan é o guionista principal. ”The Invention of Hugo Cabret” estreia a 9 de Dezembro de 2011 nos Estados Unidos da América e será exibido em 2D e 3D.