Realizado por David Moreau, Xavier Palud
Com Jessica Alba, Parker Posey, Alessandro Nivola, Tamlyn Tomita
Nos dias que correm muito se tem falado do oportunismo da indústria cinematográfica americana em aproveitar obras internacionais de sucesso e adapta-las à sua realidade através de um remake. O cinema de terror asiático, nomeadamente o japonês, é sem dúvida o mais afectado por esta autêntica praga e praticamente todos os grandes filmes de culto do terror asiático acabam por ter uma versão americana, escusado será dizer que numa grande maioria dos casos o resultado acaba por ser desastroso. “The Eye” é apenas mais um desses exemplos, remake do filme tailandês/chinês “Jian Gui” de 2002, conta com a realização de David Moreau e Xavier Palud e é protagonizado pela mediática Jessica Alba. O remake apresenta-nos a versão americana da história original, as personagens e os espaços são diferentes mas a ideia central do filme acaba por permanecer a mesma, sendo assim, o remake dá-nos a conhecer Sydney Wells (Jessica Alba), uma jovem violinista cega desde a infância mas que recupera a visão graças a um transplante das córneas. A recuperação não é fácil e como esteve muito tempo cega, Sidney tem algumas dificuldades em adaptar-se à sua nova realidade. O seu talento para a música é drasticamente afectado e a sua sanidade mental é posta em causa quando começa a ter estranhas visões. Sem saber se as suas visões são uma consequência da operação ou obra de um acontecimento sobrenatural, Sidney apoiasse no seu psicólogo, Dr. Faulkner. Apercebe-se então que as imagens que vê não são produto da sua imaginação, são imagens de pessoas mortas. Juntamente com Faulkner (céptico ao inicio mas que aos poucos começa a acreditar em Sidney) começa a juntar todas as peças do puzzle e deduz que o seu novo “dom” veio juntamente com as suas novas córneas e para entender o que realmente se passa, terá que descobrir quem foi o seu dador.
É rara a obra de terror asiática que chegue às salas de cinema portuguesas mas estas podem ser encontradas em alguns videoclubes nacionais ou então adquiridas legalmente pela Internet através de websites como o Amazon.com. Não me cabe a mim teorizar sobre o porque destas obras asiáticas saírem directamente para DVD no nosso país (por vezes nem chegam a ser lançadas em DVD) mas a verdade é que é uma pena que isto aconteça porque muitas destas obras são de uma qualidade incrível. “Jian Gui” é daquelas obras que deveria ser vista e admirada pelo público nacional, é sem dúvida um dos melhores filmes de terror asiático deste novo milénio e com um dos melhores argumentos que já vi num filme de terror. A obra perturba até o mais valente dos espectadores, pode não ser muito rica em efeitos especiais de qualidade mas fornece ao espectador aquilo que um filme de terror deve por norma oferecer, ou seja, uma boa dose de sustos e suspence. A sua versão americana é simplesmente desastrosa. Apesar de o argumento original ter sido minimamente respeitado pelo remake, a equipa que adaptou o guião asiático à realidade americana cometeu graves erros. Já se sabia que o espaço da história seria diferente (o remake passa-se entre os EUA e o México) e se o espaço é diferente os nomes das personagens também serão diferentes, neste campo a equipa americana até esteve bem efectuando uma transição coerente e correcta, mudando os nomes das personagens mas mantendo-se fiel à sua história original, no entanto, foi na parte do desenvolvimento da história que os “escritores” americanos cometeram os erros crassos. O medo/receio do texto original desapareceu por completo, dando lugar a uma história vazia e pouco interessante.
Classificar “The Eye” como um filme de terror é efectuar a qualificação sob pressupostos errados. Sim, o original é sem duvida alguma um filme de terror já o remake pode quanto muito ser um thriller mediano, relembro que um filme com uma história parecida, “The Sixth Sense” de M. Night Shyamalan foi considerado um thriller sobrenatural e acaba por ser mais terrorífico que este “The Eye”. Entre diálogos que nos dão sono, uma história que não se desenvolve correctamente nem tão rápido como gostaríamos, temos um filme chato que só ganha interesse perto dos vinte minutos finais, período onde existe mais acção e mais desenvolvimento. O elenco é encabeçado pela mediática Jessica Alba, sinceramente nunca fui grande fã da actriz mas acho que nos oferece sempre um trabalho suficiente. O restante “cast” é como a actriz principal, suficiente, cumprindo minimamente os requisitos dos seus papéis. A “The Eye” falta muita coisa, nomeadamente dedicação e qualidade. É notório que o filme não passou de uma tentativa da Lionsgate em aproveitar a qualidade de um argumento estrangeiro para lucrar uns milhares de dólares, um objectivo que foi cumprido e enquanto assim for o cinema internacional de qualidade, que não seja alvo de uma grande distribuição em solo americano, terá o mesmo destino.
Com Jessica Alba, Parker Posey, Alessandro Nivola, Tamlyn Tomita
Nos dias que correm muito se tem falado do oportunismo da indústria cinematográfica americana em aproveitar obras internacionais de sucesso e adapta-las à sua realidade através de um remake. O cinema de terror asiático, nomeadamente o japonês, é sem dúvida o mais afectado por esta autêntica praga e praticamente todos os grandes filmes de culto do terror asiático acabam por ter uma versão americana, escusado será dizer que numa grande maioria dos casos o resultado acaba por ser desastroso. “The Eye” é apenas mais um desses exemplos, remake do filme tailandês/chinês “Jian Gui” de 2002, conta com a realização de David Moreau e Xavier Palud e é protagonizado pela mediática Jessica Alba. O remake apresenta-nos a versão americana da história original, as personagens e os espaços são diferentes mas a ideia central do filme acaba por permanecer a mesma, sendo assim, o remake dá-nos a conhecer Sydney Wells (Jessica Alba), uma jovem violinista cega desde a infância mas que recupera a visão graças a um transplante das córneas. A recuperação não é fácil e como esteve muito tempo cega, Sidney tem algumas dificuldades em adaptar-se à sua nova realidade. O seu talento para a música é drasticamente afectado e a sua sanidade mental é posta em causa quando começa a ter estranhas visões. Sem saber se as suas visões são uma consequência da operação ou obra de um acontecimento sobrenatural, Sidney apoiasse no seu psicólogo, Dr. Faulkner. Apercebe-se então que as imagens que vê não são produto da sua imaginação, são imagens de pessoas mortas. Juntamente com Faulkner (céptico ao inicio mas que aos poucos começa a acreditar em Sidney) começa a juntar todas as peças do puzzle e deduz que o seu novo “dom” veio juntamente com as suas novas córneas e para entender o que realmente se passa, terá que descobrir quem foi o seu dador.
É rara a obra de terror asiática que chegue às salas de cinema portuguesas mas estas podem ser encontradas em alguns videoclubes nacionais ou então adquiridas legalmente pela Internet através de websites como o Amazon.com. Não me cabe a mim teorizar sobre o porque destas obras asiáticas saírem directamente para DVD no nosso país (por vezes nem chegam a ser lançadas em DVD) mas a verdade é que é uma pena que isto aconteça porque muitas destas obras são de uma qualidade incrível. “Jian Gui” é daquelas obras que deveria ser vista e admirada pelo público nacional, é sem dúvida um dos melhores filmes de terror asiático deste novo milénio e com um dos melhores argumentos que já vi num filme de terror. A obra perturba até o mais valente dos espectadores, pode não ser muito rica em efeitos especiais de qualidade mas fornece ao espectador aquilo que um filme de terror deve por norma oferecer, ou seja, uma boa dose de sustos e suspence. A sua versão americana é simplesmente desastrosa. Apesar de o argumento original ter sido minimamente respeitado pelo remake, a equipa que adaptou o guião asiático à realidade americana cometeu graves erros. Já se sabia que o espaço da história seria diferente (o remake passa-se entre os EUA e o México) e se o espaço é diferente os nomes das personagens também serão diferentes, neste campo a equipa americana até esteve bem efectuando uma transição coerente e correcta, mudando os nomes das personagens mas mantendo-se fiel à sua história original, no entanto, foi na parte do desenvolvimento da história que os “escritores” americanos cometeram os erros crassos. O medo/receio do texto original desapareceu por completo, dando lugar a uma história vazia e pouco interessante.
Classificar “The Eye” como um filme de terror é efectuar a qualificação sob pressupostos errados. Sim, o original é sem duvida alguma um filme de terror já o remake pode quanto muito ser um thriller mediano, relembro que um filme com uma história parecida, “The Sixth Sense” de M. Night Shyamalan foi considerado um thriller sobrenatural e acaba por ser mais terrorífico que este “The Eye”. Entre diálogos que nos dão sono, uma história que não se desenvolve correctamente nem tão rápido como gostaríamos, temos um filme chato que só ganha interesse perto dos vinte minutos finais, período onde existe mais acção e mais desenvolvimento. O elenco é encabeçado pela mediática Jessica Alba, sinceramente nunca fui grande fã da actriz mas acho que nos oferece sempre um trabalho suficiente. O restante “cast” é como a actriz principal, suficiente, cumprindo minimamente os requisitos dos seus papéis. A “The Eye” falta muita coisa, nomeadamente dedicação e qualidade. É notório que o filme não passou de uma tentativa da Lionsgate em aproveitar a qualidade de um argumento estrangeiro para lucrar uns milhares de dólares, um objectivo que foi cumprido e enquanto assim for o cinema internacional de qualidade, que não seja alvo de uma grande distribuição em solo americano, terá o mesmo destino.
Classificação - 2 Estrelas Em 5
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