sábado, 15 de março de 2008

Crítica - Nixon (1995)

Realizador por Oliver Stone
Com Anthony Hopkins, Ed Harris, Joan Allen, Paul Sorvino, Kevin Dunn

Richard Milhouse Nixon foi um ilustre republicano e braço direito do Presidente Eisenhower durante oito anos (1953-1961). Em 1968 venceu as eleições presidenciais americanas tornando-se assim o 37º Presidente dos Estados Unidos da América e como Presidente pós fim à Guerra do Vietname e iniciou conversações com o governo de Moscovo e Pequim com a finalidade de acabar com o clima de tensão entre os dois blocos (Comunista e Democrático). Contudo, ficou na história pelas piores razões, mais concretamente pelo conhecido escândalo Watergate que eventualmente levou à sua demissão. “Nixon” é um filme biográfico da autoria de Oliver Stone que relata a incrível trajectória de Richard Nixon (Anthony Hopkins) desde a sua infância, passando pela sua derrota para John F. Kennedy e a sua ascensão política que teve como ponto alto o facto de ter sido eleito por duas vezes presidente e como ponto mais negativo o escândalo Watergate que levou à sua subsequente queda e que o aniquilou politicamente.
Oliver Stone fez um bom trabalho na realização, apresentado um belo jogo de cenas e imagens que afasta o filme de uma mera obra politica/ biográfica dando à história um ar mais dramático e pessoal. “Nixon” acaba por demonstrar como é que um homem que tinha tudo para se tornar um ícone americano pelas melhores razões acabou por ser recordado pelo povo americano pelas piores razões. O filme acaba por mostrar as fragilidades do poder politico e de como nenhum sistema politico está livre da corrupção e da mentira, afastando um pouco o moralismo do idealismo do sistema democrático americano. Para além da profundidade alcançada temos também que ter em conta outros aspectos técnicos que Stone utilizou na sua realização. O cineasta alterna constantemente as cores. O preto e branco representa o passado e as cores o presente. Stone utiliza por diversas vezes flashbacks para explicar algumas decisões de Nixon e também oferece ao espectador planos simples e eficientes que misturam os traços típicos de um documentário com os de um filme dramático, uma mistura perfeita que como já disse dá mais profundidade à obra.
Anthony Hopkins tem aqui um dos grandes papéis da sua carreira. O icónico actor conseguiu construir uma personagem completa e muita humana do Presidente Nixon. Muitos dizem que a interpretação de Hopkins diverge muito da realidade que era Richard Nixon mas uma coisa é certa, Hopkins conseguiu transmitir credibilidade e realidade à sua performance adaptando-se muito bem a todos os contextos do filme. Destaco também Paul Sorvino que interpreta Herry Kissinger uma personagem bastante importante na Presidência de Nixon e Joan Allen que interpreta a fiel companheira de Nixon. Em suma, “Nixon” é um retrato do presidente Richard Nixon, um dos mais conhecidos Presidentes Norte-Americanos que marcou a sua passagem pelo poder pelas piores razões que acabaram por esconder todo o bom trabalho que realizou nos outros cinco anos que esteve à frente da maior potencia mundial. Um bom trabalho de Oliver Stone que se mostrou bastante imparcial e correcto com a imagem do falecido presidente. Uma excelente interpretação de Anthony Hopkins que viu o seu trabalho recompensado com uma nomeação para o Óscar de Melhor Actor Principal e também para o Globo de Ouro de Melhor Actor Principal, acabou por não ganhar nenhuma das estatuetas mas a nomeação em si já mostra o grande valor da sua performance. Um excelente filme para quem se interessa pelas histórias politica americanas e para quem deseje ver um bom filme biográfico.

Classificação - 4 Estrelas Em 5

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