domingo, 10 de fevereiro de 2008

Crítica - Gone Baby Gone (2007)

Realizado por Bem Affleck
Com Casey Affleck, Ed Harris, Morgan Freeman

Ben Affleck estreia-se na realização com este “Gone Baby Gone”, um filme baseado num livro de Dennis Lehane, o mesmo autor de "Mystic River". À excepção dos papéis em "Hollywoodland" e "Pearl Harbor", Affleck não tem tido uma década muito feliz na representação, apresentado interpretações muito abaixo do seu real valor, valendo-lhe por diversas vezes o prémio/ nomeação dos temíveis prémios Razzies, infelizmente é apontado pela imprensa especializada como um dos actores mais sobrevalorizados de Hollywood, uma fama que ,na minha opinião, é algo injusta já que Affleck é dos actores que mais trabalha e que mais se esforça por representar papeis diversos, não se restringindo a um único género tendo tido azar na escolha dos papeis, contudo conseguiu calar alguns críticos com a sua interpretação em "Hollywoodland" e consequente nomeação para o Globo de Ouro de Melhor Actor Secundário. Como muitos dos seus colegas de profissão, Affleck decidiu fazer uma pausa na representação e enveredar pelo camiho da realização. Este seu primeiro filme não é uma obra prima do cinema moderno mas é, sem dúvida alguma, um começo promissor nesta sua nova carreira. "Gone Baby Gone" é uma produção que nos trás uma história muito semelhante ao mediático caso Madeleine McCann e, apesar de não ser baseado na história da menina inglesa que desapareceu no Algarve em 2007, o filme apresenta algumas semelhanças com a realidade e talvez por esse facto é que Affleck poderá ter mais sorte nas bilheteiras internacionais do que originalmente tinha pensado. Se o filme apresenta contornos mais ou menos semelhantes com o caso McCann, isso cabe a cada um decidir, na minha opinião, as semelhanças não são assim tantas. O filme conta-nos a história de dois detectives privados (Casey Affleck e Michelle Monaghan) que procuram uma menina de quatro anos que foi raptada num bairro degradado de Boston. À medida que investigam o caso, o desespero da mãe da menina aumenta e os dois detectivas percebem que nada é o que parece e que a polícia e os marginais se entrecruzam num mundo em que afinal todos podem ser culpados. Eles arriscam tudo, a sua sanidade mental e até as suas próprias vidas para tentarem encontrar a menina, mesmo sabendo que são raros os casos de crianças que são encontradas após as primeiras 24 horas.
O argumento está muito bem escrito e organizado, havendo uma coerente linha de investigação que é facilmente credibilizada pelo que vemos ocasionalmente na televisão. A realização do estreante Affleck é simples, concisa e eficaz. Ao não entrar por técnicas e caminhos que ainda não domina na perfeição, Affleck tomou uma decisão certa, limitando-se ao básico e ao desejo de dar ao espectador um filme interessante e compreensível. Ao mesmo tempo que nos entretém também alerta quem o vê para graves problemáticas como a falta de segurança nas ruas americanas, a criminalização crescente, a pedofilia, a delinquência e a irresponsabilidade maternal. O actor/realizador trata todas estas questões de forma leve mas correcta, não sobrecarregando o espectador com informação desnecessária ou demasiado complexa. O elenco do filme é bastante interessante porque por um lado temos Casey Afleck, um jovem mas talentoso actor que começa rapidamente a dar cartas em Hollywood e que depois do seu bom papel em “The Assassination of Jessy James by the Coward Robert Ford” volta a repetir a dose com uma interpretação sólida e talentosa nesta obra. Por outro lado temos os experientes Morgan Freeman e Ed Harris que por si só são garantia de uma representação de qualidade e voltaram a prová-lo ao darem vida a personagens difíceis. “Gone Baby Gone” é um bom filme. Os fãs de Affleck ,o actor, certamente vão gostar do novo Affleck ,realizador, os amantes de um bom filme de investigação policial também deverão achar este filme interessante e os puros amantes do entretenimento não irão ficar desiludidos.

Classificação - 4 Estrelas Em 5

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