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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Crítica - Winter's Bone (2010)


Realizado por Debra Granik
Com Jennifer Lawrence, John Hawkes, Kevin Breznahan, Dale Dickey

O Vencedor do Grande Prémio do Júri de Melhor Filme (Drama) do Festival de Sundance de 2010, “Winter's Bone”, é também um dos dez nomeados da Academia ao Óscar de Melhor Filme de 2010, uma honra que esta fantástica obra merece inteiramente porque é realmente uma das melhores do ano. A história de “Winter’s Bone” é ambientada nas Montanhas Ozark (Missouri, E.U.A) e é centrada em Ree Dolly (Jennifer Lawrence), uma adolescente audaciosa e extremamente madura que luta contra tudo e contra todos para encontrar o seu pai, um homem de meia-idade que é procurado pela polícia e que desapareceu após usar a casa de família como fiança para sair da cadeia. Quando é confrontada com a possibilidade de perder a casa onde mora com a sua mãe catatónica e com os seus irmãos mais novos, Sonny (Isaiah Stone) e Ashlee (Ashlee Thompson), Ree decide arriscar a sua própria vida e confrontar vários familiares e criminosos para encontrar o seu pai e levá-lo até ao tribunal para que assim possa salvar a sua casa e a sua família.


O enredo de “Winter's Bone” é baseado no homónimo trabalho literário de Daniel Woodrell e aborda uma história austera e violenta sobre uma adolescente norte-americana que atravessa montanhas e confronta criminosos com o intuito de salvar a sua família de um futuro ruinoso, uma comovente odisseia que retrata uma América fria e hostil que contrasta claramente com a América idealista e moralista que é retratada na maioria das obras comerciais norte-americanas. “Winter's Bone” não é um filme sobre heróis ou ideais, é sim um filme sério e sensível sobre uma menina que luta contra os sistemas socioeconómicos e criminais para manter a sua pobre família unida, uma luta instintiva que nos mostra a falência dos valores que transformaram os Estados Unidos da América numa terra forte e livre. A análise crítica que “Winter's Bone” faz à sociedade norte-americana é maioritariamente feita através de metáforas e de subtis indirectas que foram habilmente incluídas por Debra Granik e Anne Rosellini nas maravilhosas conversas que Ree tem com os vários familiares e desconhecidos que ela vai encontrando durante a sua odisseia, conversas essas que se assumem como um dos melhores elementos desta obra que realmente conta com uma maravilhosa construção narrativa que valeu a Granik e Rosellini uma merecidíssima nomeação ao Óscar de Melhor Argumento Adaptado. A sua história também se caracteriza pela sua forte mas sincera vertente melodramática que nunca se torna sensacionalista ou excessiva, uma vertente que confere um interessante dinamismo emocional a um filme que até tem um ritmo excessivamente lento. A conclusão de “Winter's Bone” não é nem triste nem feliz mas é uma conclusão que se aceita tendo em conta tudo o que se passou durante o desenvolvimento porque a determinada altura torna-se claro que o importante para Ree não é encontrar o seu pai vivo mas sim provar que ele efectivamente não pode comparecer no tribunal.


A cineasta Debra Granik provou com “Down to the Bone” (2004) que sabe contar uma história de sofrimento e em “Winter’s Bone” voltou a fortalecer essa ideia porque voltou a criar uma fantástica obra que incide sobre o sofrimento mas também sobre o valioso instinto humano de sobrevivência. A nível técnico, Granik também esteve muito bem mas foram os seus colaboradores Dickon Hinchliffe (Banda Sonora) e Michael McDonough (Fotografia) que mais se destacaram nas suas respectivas áreas. O fantástico elenco de “Winter's Bone” também contribuiu para o seu sucesso qualitativo. A talentosa Jennifer Lawrence é claramente o seu melhor elemento porque nos oferece uma performance credível e realista como Ree Dolly, uma maravilhosa performance que levou a Academia a nomear Lawrence ao Óscar de Melhor Actriz Principal. Garret Dillahunt (Sheriff Baskin) e John Hawkes (Teardrop Dolly) também nos oferecem duas boas performances, este último foi inclusivamente nomeado ao Óscar de Melhor Actor Secundário pelo seu fantástico trabalho como Teardrop Dolly, um homem viciado e violento que acaba por se tornar no aliado mais valioso da sua sobrinha. “Winter’s Bone” é nitidamente um dos melhores filmes de baixo custo de 2010, sendo também um dos melhores filmes dramáticos. Debra Granik (Realizadora/ Guionista) mostrou mais uma vez o seu enorme valor ao criar uma obra realista e comovente que nos cativa sem cair em excessos ou em clichés.

Classificação - 4,5 Estrelas Em 5

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Winter’s Bone - Poster & Trailer


Realizado por Debra Granik
Com Jennifer Lawrence, John Hawkes, Dale Dickey
Género - Drama
Estreia Mundial - 2010 (Limitada)
Sinopse - Ree Dolly é uma adolescente que vive numa zona montanhosa localizada na região central dos EUA. Dolly não recebe notícias do seu pai há muito tempo e decide partir numa enorme viagem pelas montanhas norte-americanas para se reencontrar com ele.

domingo, 14 de novembro de 2010

Óscares 2011 - Melhor Filme - Candidatos - 4ª Parte

The Kids Are All Right
O filme foi um sucesso no Festival de Sundance e no Festival de Berlim. A crítica está completamente rendida à sua narrativa que nos oferece uma nova visão sobre os novos valores familiares, assim sendo, a sua nomeação ao Óscar de Melhor Filme parece ser uma certeza até porque a Academia raramente deixa de fora uma obra independente com esta qualidade.

The Fighter

Os grandes filmes de boxe costumam agradar à Academia e “The Fighter” não parece ser uma excepção à regra. O filme ainda não foi visto por muitos mas os que viram ficaram rendidos à sua qualidade e às performances de Mark Wahlberg e Christian Bale.

True Grit

O remake de “True Grit” (1969) de Henry Hathaway é um dos favoritos da imprensa norte-americana à nomeação. As críticas ainda são escassas mas Ethan Coen e Joel Coen raramente nos desiludem, assim sendo, só podemos esperar uma grande obra. Os Irmãos Coen têm um louvável cadastro e se “A Serious Man” conseguiu a nomeação porque é que “True Grit” não a poderá conseguir também?

Somewhere

O vencedor do Leão de Ouro do Festival de Veneza 2010, “Somewhere”, marcou o regresso de Sofia Coppola às luzes da ribalta, no entanto, apesar da sua inegável qualidade, “Somewhere” poderá ter algumas dificuldades em convencer a Academia que muito raramente premeia filme que venceram festivais europeus.
 
Blue Valentine

O romance “Blue Valentine” de Derek Cianfrance é uma verdadeira incógnita. O filme tem uma classificação etária bastante elevada, algo que poderá prejudicar as suas hipóteses mas segundo a critica especializada, “Blue Valentine” é um dos melhores filmes do ano dentro do seu género.


Winter’s Bone


O vencedor do Grande Prémio do Júri do Festival de Sundance. “Winter’s Bone” de Debra Granik é um comovente drama independente que surpreendeu a crítica e o público norte-americano com a sua enorme qualidade cinematográfica, no entanto, ser-lhe-á muito difícil conquistar a nomeação devido à forte concorrência de outras obras igualmente excelentes.