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quarta-feira, 23 de julho de 2008

Crítica - The Dark Knight (2008)

Realizado por Christopher Nolan
Com Christian Bale, Heath Ledger, Aaron Eckhart, Michael Caine

As expectativas eram muitas e “The Dark Knight” acabou por as superar. O novo filme da saga do Cavaleiro Negro consegue ser ainda mais obscuro e sério que o seu antecessor, “Batman Begins”, conferindo ao super-herói uma seriedade e maturidade nunca vista em nenhum outro filme do género. Nesta segunda aventura os erros de “Batman Begins” foram em grande parte corrigidos e os pontos fortes foram reforçados. Nunca nenhum filme de Batman se assemelhou tanto à realidade da banda desenhada original como “The Dark Knight”. O espírito negro e misterioso de Batman, o ambiente escuro e carregado de Gotham City e a patente insanidade de Joker estão bem presentes, conseguindo agarrar ainda mais o espectador à história do filme. No fundo, não é preciso ser-se um fã de Batman para se gostar de “The Dark Knight” porque qualquer apreciador de cinema sentir-se-á minimamente satisfeito com o resultado final que foi alcançado graças a um enorme trabalho de toda a equipa que trabalhou no filme. Após a derrota de Ra’s Al Ghul no final de “Batman Begins”, Batman (Christian Bale) tornou-se numa figura mítica de Gotham City. É sobre ele que recaem todas as esperanças e expectativas dos cidadãos de Gotham, no entanto, ainda se ouvem algumas vozes que consideram o Cavaleiro Negro mais um inimigo e não o salvador da cidade. Por todo o lado multiplicam-se os imitadores do herói mas nenhum se compara ao verdadeiro Batman já que nenhum possui a tecnologia e a subtileza de Bruce Wayne, este continua atarefado com a sua vida dupla, assim sendo, de dia encarrega-se de dirigir a sua empresa enquanto que de noite dedica-se a acabar com o crime organizado em Gotham. Nesta nova aventura conta com um aliado de peso, o novo Procurador-Geral Harvey Dent (Aaron Eckhart) que está determinado em acabar com o crime organizado na cidade, também o incorruptível policia Jim Gordon (Gary Oldman) se revela como sendo um bom amigo e parceiro de Batman na guerra contra os criminosos. No entanto, uma nova ameaça paira sobre Gotham, algo ainda mais aterrador e perigoso que o maléfico plano de Ra’s Al Ghul, essa ameaça tem o nome de Joker (Heath Ledger), um lunático e sádico criminoso que se torna no novo líder de uma máfia perigosamente bem organizada e que promete causar o caos na cidade. Joker não teme Batman nem ninguém e por isso ameaça que se o Homem Morcego não se render e a cidade cair voluntariamente nas suas mãos, rios de sangue irão jorrar pelas ruas de Gotham.



Christopher Nolan voltou a desenvolver um excelente trabalho atrás das câmaras. Somos novamente brindados por excelentes cenas de acção que enchem o filme de adrenalina e emoção, as lutas corpo a corpo estão muito bem coreografadas e apesar de não serem tão físicas como as do primeiro filme, não deixam de surpreender quem as vê, também as múltiplas explosões existentes ao longo do filme iluminam de uma forma brilhante a escuridão de Gotham. As perseguições e as corridas são também uma parte importante no filme, estas têm como atractivos os impressionantes veículos de Batman, neste novo filme o super-herói estreia um novo “brinquedo”, a Bat-Cycle, um veículo ainda mais impressionante que o famoso Batmobile, contudo não é só da beleza aerodinâmica dos veículos do super-herói que vivem as cenas motorizadas do filme, estas estão também muito bem pensadas e recheadas de ângulos que captam toda a sua tensão e vigor. A cena de acção mais marcante e emocionante do filme é precisamente uma corrida onde Batman terá que correr contra o tempo para salvar uma vida posta em perigo por Joker, são momentos de pura adrenalina e desespero crescente que irão deixar o espectador de boca aberta e é em cenas como estas que se observa a genialidade de Nolan que conseguiu transformar uma simples corrida contra o tempo num dos momentos mais fantásticos do filme.
Os efeitos visuais/especiais são também eles de um nível acima da média, Gotham City está novamente muito bem retratada, inspirando-se claramente na obscura metrópole da banda desenhada. As cenas de acção são completadas por efeitos tecnológicos de grande qualidade que se encontram em plena sintonia com o espírito do filme e é por isso que as únicas corres berrantes que vemos no filme são as da maquiagem e vestuário do Joker. O argumento está bem enquadrado com o espírito da obra de banda desenhada, mostrando-se igualmente coerente com o do filme anterior. É certo que não deixa de ser um argumento de um filme de acção e portanto não se pode esperar uma obra magistral, no entanto, desenvolve vários aspectos que normalmente passam ao lado neste tipo de filmes. Os diálogos por exemplo, apresentam uma boa qualidade atingindo uma certa profundidade e trivialidade, isto é patente nos monólogos e diálogos de Joker onde temos a oportunidade de conhecer melhor esta sádica personagem e de certa forma compreender o que levou à sua transformação. O argumento é igualmente rico em metáforas e comparações à sociedade actual, sendo Gotham o perfeito espelho de algumas das cidades norte-americanas mais importantes. A caracterização do filme está muito bem conseguida, Batman não mudou quase nada em relação ao filme anterior, mantendo o mesmo fato de ar sombrio, aerodinâmico e tecnológico. Joker é a personagem que mais se destaca neste campo, a caracterização efectuada diverge um pouco daquela apresentada na banda desenhada ou no filme de 1989 porque desta vez o vilão é retratado com um ar menos limpo e mais deformado o que acaba por abonar em favor da personagem já que esta fica muito mais convincente.


O elenco mantém-se praticamente intacto em relação a “Batman Begins”. Christian Bale volta a encarnar Batman na perfeição, reforçando o seu estatuto de indispensável nesta saga. Michael Caine (Alfred) volta a ter um desempenho seguro, a sua personagem serve novamente de consciência e de figura paternal a Bruce Wayne. Morgan Freeman e Gary Oldman aparecem também eles ao mesmo nível do filme anterior, sendo que a personagem de Oldman aparece mais vezes e com mais relevância nesta segunda aventura. Katie Holmes, o elo mais fraco do filme anterior, foi bem substituída por Maggie Gyllenhaal que dá um novo ar a Rachel Dawes, a eterna paixão de Bruce Wayne e a mulher que mais se destaca, pelo menos para já, nesta aventura tipicamente masculina. O experiente Aaron Eckhart veste na perfeição a pele do temido Procurador-Geral Harvey Dent, uma personagem que aparece como o cavaleiro andante de Gotham mas que se vai tornando mais obscura à medida que o enredo se desenvolve. No entanto, apesar de todo o elenco estar a um grande nível, o destaque vai para a última grande actuação de Heath Ledger. A carga emocional em relação a esta personagem acabou por ser maior do que a originalmente prevista, devido à trágica morte do actor, Ledger interpretou de uma maneira muito própria o psicopata Joker, uma maneira que enriqueceu a personagem e a distanciou do Joker tradicional, este aparece-nos mais cruel, mais negro, menos cómico mas igualmente sádico e perigoso. Esta nova atitude do vilão faz com que a sua rivalidade com Batman seja ainda mais emocionante e fantástica, no entanto, tenho que dizer que atribuir o Óscar para Melhor Actor Principal a Ledger seria um exagero, a sua performance é boa mas não está ao nível de um dos principais prémios da Academia, ainda para mais Joker é na minha opinião uma personagem secundária sendo Batman a principal. A banda sonora é praticamente idêntica à de filmes anteriores, contendo temas muito semelhantes uns aos outros e que não se afastam muito da habitual sonoridade apresentada em filmes de Batman. Concluindo, “The Dark Knight” supera tudo aquilo que se esperava dele. É um excelente filme de acção que continuou o bom trabalho iniciado por “Batman Begins”. O sucesso comercial do filme equivale na minha opinião à sua qualidade e de todos os filmes do género que saíram este ano, “The Dark Knight” é sem dúvida o melhor de todos, deixando a uma larga distância “Iron Man” a jóia da Marvel para 2008. Resta esperar que o terceiro filme da saga seja tão bom como este.

Classificação - 4,5 Estrelas Em 5

Crítica - The Dark Knight (2008)

Realizado por Christopher Nolan
Com Christian Bale, Heath Ledger, Aaron Eckhart, Michael Caine

As expectativas eram muitas e “The Dark Knight” acabou por as superar. O novo filme da saga do Cavaleiro Negro consegue ser ainda mais obscuro e sério que o seu antecessor, “Batman Begins”, conferindo ao super-herói uma seriedade e maturidade nunca vista em nenhum outro filme do género. Nesta segunda aventura os erros de “Batman Begins” foram em grande parte corrigidos e os pontos fortes foram reforçados. Nunca nenhum filme de Batman se assemelhou tanto à realidade da banda desenhada original como “The Dark Knight”. O espírito negro e misterioso de Batman, o ambiente escuro e carregado de Gotham City e a patente insanidade de Joker estão bem presentes, conseguindo agarrar ainda mais o espectador à história do filme. No fundo, não é preciso ser-se um fã de Batman para se gostar de “The Dark Knight” porque qualquer apreciador de cinema sentir-se-á minimamente satisfeito com o resultado final que foi alcançado graças a um enorme trabalho de toda a equipa que trabalhou no filme. Após a derrota de Ra’s Al Ghul no final de “Batman Begins”, Batman (Christian Bale) tornou-se numa figura mítica de Gotham City. É sobre ele que recaem todas as esperanças e expectativas dos cidadãos de Gotham, no entanto, ainda se ouvem algumas vozes que consideram o Cavaleiro Negro mais um inimigo e não o salvador da cidade. Por todo o lado multiplicam-se os imitadores do herói mas nenhum se compara ao verdadeiro Batman já que nenhum possui a tecnologia e a subtileza de Bruce Wayne, este continua atarefado com a sua vida dupla, assim sendo, de dia encarrega-se de dirigir a sua empresa enquanto que de noite dedica-se a acabar com o crime organizado em Gotham. Nesta nova aventura conta com um aliado de peso, o novo Procurador-Geral Harvey Dent (Aaron Eckhart) que está determinado em acabar com o crime organizado na cidade, também o incorruptível policia Jim Gordon (Gary Oldman) se revela como sendo um bom amigo e parceiro de Batman na guerra contra os criminosos. No entanto, uma nova ameaça paira sobre Gotham, algo ainda mais aterrador e perigoso que o maléfico plano de Ra’s Al Ghul, essa ameaça tem o nome de Joker (Heath Ledger), um lunático e sádico criminoso que se torna no novo líder de uma máfia perigosamente bem organizada e que promete causar o caos na cidade. Joker não teme Batman nem ninguém e por isso ameaça que se o Homem Morcego não se render e a cidade cair voluntariamente nas suas mãos, rios de sangue irão jorrar pelas ruas de Gotham.



Christopher Nolan voltou a desenvolver um excelente trabalho atrás das câmaras. Somos novamente brindados por excelentes cenas de acção que enchem o filme de adrenalina e emoção, as lutas corpo a corpo estão muito bem coreografadas e apesar de não serem tão físicas como as do primeiro filme, não deixam de surpreender quem as vê, também as múltiplas explosões existentes ao longo do filme iluminam de uma forma brilhante a escuridão de Gotham. As perseguições e as corridas são também uma parte importante no filme, estas têm como atractivos os impressionantes veículos de Batman, neste novo filme o super-herói estreia um novo “brinquedo”, a Bat-Cycle, um veículo ainda mais impressionante que o famoso Batmobile, contudo não é só da beleza aerodinâmica dos veículos do super-herói que vivem as cenas motorizadas do filme, estas estão também muito bem pensadas e recheadas de ângulos que captam toda a sua tensão e vigor. A cena de acção mais marcante e emocionante do filme é precisamente uma corrida onde Batman terá que correr contra o tempo para salvar uma vida posta em perigo por Joker, são momentos de pura adrenalina e desespero crescente que irão deixar o espectador de boca aberta e é em cenas como estas que se observa a genialidade de Nolan que conseguiu transformar uma simples corrida contra o tempo num dos momentos mais fantásticos do filme.
Os efeitos visuais/especiais são também eles de um nível acima da média, Gotham City está novamente muito bem retratada, inspirando-se claramente na obscura metrópole da banda desenhada. As cenas de acção são completadas por efeitos tecnológicos de grande qualidade que se encontram em plena sintonia com o espírito do filme e é por isso que as únicas corres berrantes que vemos no filme são as da maquiagem e vestuário do Joker. O argumento está bem enquadrado com o espírito da obra de banda desenhada, mostrando-se igualmente coerente com o do filme anterior. É certo que não deixa de ser um argumento de um filme de acção e portanto não se pode esperar uma obra magistral, no entanto, desenvolve vários aspectos que normalmente passam ao lado neste tipo de filmes. Os diálogos por exemplo, apresentam uma boa qualidade atingindo uma certa profundidade e trivialidade, isto é patente nos monólogos e diálogos de Joker onde temos a oportunidade de conhecer melhor esta sádica personagem e de certa forma compreender o que levou à sua transformação. O argumento é igualmente rico em metáforas e comparações à sociedade actual, sendo Gotham o perfeito espelho de algumas das cidades norte-americanas mais importantes. A caracterização do filme está muito bem conseguida, Batman não mudou quase nada em relação ao filme anterior, mantendo o mesmo fato de ar sombrio, aerodinâmico e tecnológico. Joker é a personagem que mais se destaca neste campo, a caracterização efectuada diverge um pouco daquela apresentada na banda desenhada ou no filme de 1989 porque desta vez o vilão é retratado com um ar menos limpo e mais deformado o que acaba por abonar em favor da personagem já que esta fica muito mais convincente.


O elenco mantém-se praticamente intacto em relação a “Batman Begins”. Christian Bale volta a encarnar Batman na perfeição, reforçando o seu estatuto de indispensável nesta saga. Michael Caine (Alfred) volta a ter um desempenho seguro, a sua personagem serve novamente de consciência e de figura paternal a Bruce Wayne. Morgan Freeman e Gary Oldman aparecem também eles ao mesmo nível do filme anterior, sendo que a personagem de Oldman aparece mais vezes e com mais relevância nesta segunda aventura. Katie Holmes, o elo mais fraco do filme anterior, foi bem substituída por Maggie Gyllenhaal que dá um novo ar a Rachel Dawes, a eterna paixão de Bruce Wayne e a mulher que mais se destaca, pelo menos para já, nesta aventura tipicamente masculina. O experiente Aaron Eckhart veste na perfeição a pele do temido Procurador-Geral Harvey Dent, uma personagem que aparece como o cavaleiro andante de Gotham mas que se vai tornando mais obscura à medida que o enredo se desenvolve. No entanto, apesar de todo o elenco estar a um grande nível, o destaque vai para a última grande actuação de Heath Ledger. A carga emocional em relação a esta personagem acabou por ser maior do que a originalmente prevista, devido à trágica morte do actor, Ledger interpretou de uma maneira muito própria o psicopata Joker, uma maneira que enriqueceu a personagem e a distanciou do Joker tradicional, este aparece-nos mais cruel, mais negro, menos cómico mas igualmente sádico e perigoso. Esta nova atitude do vilão faz com que a sua rivalidade com Batman seja ainda mais emocionante e fantástica, no entanto, tenho que dizer que atribuir o Óscar para Melhor Actor Principal a Ledger seria um exagero, a sua performance é boa mas não está ao nível de um dos principais prémios da Academia, ainda para mais Joker é na minha opinião uma personagem secundária sendo Batman a principal. A banda sonora é praticamente idêntica à de filmes anteriores, contendo temas muito semelhantes uns aos outros e que não se afastam muito da habitual sonoridade apresentada em filmes de Batman. Concluindo, “The Dark Knight” supera tudo aquilo que se esperava dele. É um excelente filme de acção que continuou o bom trabalho iniciado por “Batman Begins”. O sucesso comercial do filme equivale na minha opinião à sua qualidade e de todos os filmes do género que saíram este ano, “The Dark Knight” é sem dúvida o melhor de todos, deixando a uma larga distância “Iron Man” a jóia da Marvel para 2008. Resta esperar que o terceiro filme da saga seja tão bom como este.

Classificação - 4,5 Estrelas Em 5

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Crítica - Batman Begins (2005)

Realizado por Christopher Nolan
Com Christian Bale, Michael Caine, Liam Neeson, Morgan Freeman, Gary Oldman

Quando foi criado em 1939 por Bob Kane, Batman era visto como um super-herói pouco convencional porque não apresentava super-poderes fantásticos nem aquela alegria e prazer em defender a justiça, era um herói que se refugiava nas sombras e tal como os morcegos preferia actuar de noite. Esta visão mais escura foi-se perdendo à medida que o herói era comercializado pela televisão e pelos mídia, como é notório no filme de 1966. Em 1989 Tim Burton utilizou o seu génio obscuro para devolver a Batman a sua identidade inicial, no entanto, apenas os dois projectos do realizador “Batman” (1989) e “Batman Returns” (1992) seguiram por um caminho que respeitou a verdadeira natureza do cavaleiro negro já que os dois filmes seguintes voltaram a cair no erro de fantasiar e colorir Batman. 2005 marcou o regresso em grande do Homem Morcego pelas mãos de Christopher Nolan que nos presenteou com um filme bem à medida dos primórdios de Batman, sem esquecer a contribuição dada por Burton. O franchise em torno deste super-herói renasceu, catapultando-o novamente para a lista de personagens de ficção mais rentáveis do cinema.
Em “Batman Begins” exploramos as origens do lendário Cavaleiro das Trevas. Após o assassinato dos seus pais, o jovem herdeiro Bruce Wayne (Christian Bale) abandona uma vida de luxo e privilégio e parte numa jornada pelo mundo em busca dos meios para combater a injustiça e transformar o medo numa arma contra os predadores que o utilizam contra os inocentes. Com a ajuda do seu fiel mordomo Alfred (Michael Caine), do polícia Jim Gordon (Gary Oldman) e do seu aliado Lucius Fox (Morgan Freeman), Wayne regressa a Gotham e liberta o seu alter-ego: Batman, o vingador mascarado que utiliza a sua inteligência, proeza física e um arsenal de alta tecnologia para combater as forças sinistras que ameaçam apoderar-se da sua cidade.
Como já referi, Christopher Nolan voltou a retratar Batman como o super-heroi que combate o crime na escuridão, longe de olhares indiscretos e afastado dos holofotes da fama. Bruce Wayne é retratado como sendo um jovem revoltado pela perda prematura dos pais às mãos de um criminoso como muitos que abundam em Gotham. Em “Batman Begins” ficamos a compreender melhor a dor e frustração desta personagem que podia ter tudo mas que preferiu lutar contra o crime de noite, enquanto que de dia se mascara de um bilionário pretensioso. Nesta aventura ficamos a compreender melhor a mente de Batman e como é que ele chegou onde chegou, é certo que no inicio o filme pode-se tornar um pouco aborrecido já que as cenas de acção são bastante escassas e o argumento gira em torno da infância e do passado de Wayne, um déjà-vu dramático e introspectivo necessário para a construção de uma saga decente. É também curioso saber como é que apareceu a Batcave ou como apareceram as opções de design do fato, entre outras pequenas curiosidades que se mostram bastante apelativas e interessantes para quem nunca leu ou viu a banda desenhada ou os desenhos animados
Em termos visuais o filme está muito bem conseguido, o visual misterioso e intenso da banda desenhada e dos filmes de Burton é repescado, sendo alvo de melhoramentos tecnológicos que só o século XXI poderia fornecer. Nolan foi sábio ao manter a obscuridade do filme do principio ao fim, é por isso que os principais momentos do filme se passam de noite como é o caso de maior parte das cenas de acção e os desenvolvimentos mais cruciais da história.
Um aspecto onde Nolan conseguiu superar Tim Burton foi nas sequências de acção, um dos grandes “defeitos” dos filmes de 89 e 92 de Burton é que estes se focavam demasiado nas personagens esquecendo as tão importantes e características cenas de acção. Nolan não se descuidou em nenhum desses aspectos, assim sendo, a uma hábil e completa construção e desenvolvimento de personagens, juntou cenas de acção nocturnas recheadas de adrenalina e filmadas através de ângulos muito bem trabalhados, estas lutas foram muito bem coreografadas revelando o que de tão especial existe em Batman, ou seja, a sua utilização de tecnologia avançada. “Batman Begins” apresenta-nos também um novo actor na pele de Batman, assim sendo, depois de Adam West, Michael Keaton, Val Kilmer e George Clooney, chegou a vez de Christian Bale interpretar o mítico herói e fá-lo de uma forma convincente e excepcional. Arrisco-me a dizer que a sua interpretação de Batman é a melhor de sempre, superando por uma larga margem a de Michael Keaton nos filmes Batman de 89 e 92. Bale tem o carisma, o talento e a personalidade ideal para encarnar um herói de difícil abordagem como Batman. Vê-se apoiado no filme por grandes actores como Michael Caine e Morgan Freeman que completam a performance do actor e oferecem ao filme mais experiência e talento. Dos bons da fira, apenas Katie Holmes é uma desilusão, a sua personagem oferece os momentos românticos do filme mas infelizmente Holmes e Bale não demonstram grande química fazendo com que esse ângulo seja um dos poucos que não resulta. O principal vilão do filme é Ra's Al Ghul, bem interpretado pelo experiente Liam Neeson, que apesar de não ter o mesmo carisma maléfico e psicopata de outros míticos vilões de Batman, não deixa de ser um justo adversário para Batman já que foi ele que lhe ensinou como combater da forma mais eficaz o crime em Gotham, temos portanto uma batalha repleta de emoções e sentimentalismos que só a tornam mais forte e interessante. Existem outros dois vilões secundários, o mafioso Carmine Falcone (Tom Wilkinson) e o Espantalho (Cillian Murphy) que completam bem o role de maldade do filme. Em suma, “Batman Begins” é um bom filme de acção/aventura que devolve a Batman a glória perdida no passado. Um bom início de uma saga que a manter este nível será sem dúvida inesquecível, venha daí “The Dark Knight”.

Classificação -4 Estrelas Em 5

Crítica - Batman Begins (2005)

Realizado por Christopher Nolan
Com Christian Bale, Michael Caine, Liam Neeson, Morgan Freeman, Gary Oldman

Quando foi criado em 1939 por Bob Kane, Batman era visto como um super-herói pouco convencional porque não apresentava super-poderes fantásticos nem aquela alegria e prazer em defender a justiça, era um herói que se refugiava nas sombras e tal como os morcegos preferia actuar de noite. Esta visão mais escura foi-se perdendo à medida que o herói era comercializado pela televisão e pelos mídia, como é notório no filme de 1966. Em 1989 Tim Burton utilizou o seu génio obscuro para devolver a Batman a sua identidade inicial, no entanto, apenas os dois projectos do realizador “Batman” (1989) e “Batman Returns” (1992) seguiram por um caminho que respeitou a verdadeira natureza do cavaleiro negro já que os dois filmes seguintes voltaram a cair no erro de fantasiar e colorir Batman. 2005 marcou o regresso em grande do Homem Morcego pelas mãos de Christopher Nolan que nos presenteou com um filme bem à medida dos primórdios de Batman, sem esquecer a contribuição dada por Burton. O franchise em torno deste super-herói renasceu, catapultando-o novamente para a lista de personagens de ficção mais rentáveis do cinema.
Em “Batman Begins” exploramos as origens do lendário Cavaleiro das Trevas. Após o assassinato dos seus pais, o jovem herdeiro Bruce Wayne (Christian Bale) abandona uma vida de luxo e privilégio e parte numa jornada pelo mundo em busca dos meios para combater a injustiça e transformar o medo numa arma contra os predadores que o utilizam contra os inocentes. Com a ajuda do seu fiel mordomo Alfred (Michael Caine), do polícia Jim Gordon (Gary Oldman) e do seu aliado Lucius Fox (Morgan Freeman), Wayne regressa a Gotham e liberta o seu alter-ego: Batman, o vingador mascarado que utiliza a sua inteligência, proeza física e um arsenal de alta tecnologia para combater as forças sinistras que ameaçam apoderar-se da sua cidade.
Como já referi, Christopher Nolan voltou a retratar Batman como o super-heroi que combate o crime na escuridão, longe de olhares indiscretos e afastado dos holofotes da fama. Bruce Wayne é retratado como sendo um jovem revoltado pela perda prematura dos pais às mãos de um criminoso como muitos que abundam em Gotham. Em “Batman Begins” ficamos a compreender melhor a dor e frustração desta personagem que podia ter tudo mas que preferiu lutar contra o crime de noite, enquanto que de dia se mascara de um bilionário pretensioso. Nesta aventura ficamos a compreender melhor a mente de Batman e como é que ele chegou onde chegou, é certo que no inicio o filme pode-se tornar um pouco aborrecido já que as cenas de acção são bastante escassas e o argumento gira em torno da infância e do passado de Wayne, um déjà-vu dramático e introspectivo necessário para a construção de uma saga decente. É também curioso saber como é que apareceu a Batcave ou como apareceram as opções de design do fato, entre outras pequenas curiosidades que se mostram bastante apelativas e interessantes para quem nunca leu ou viu a banda desenhada ou os desenhos animados
Em termos visuais o filme está muito bem conseguido, o visual misterioso e intenso da banda desenhada e dos filmes de Burton é repescado, sendo alvo de melhoramentos tecnológicos que só o século XXI poderia fornecer. Nolan foi sábio ao manter a obscuridade do filme do principio ao fim, é por isso que os principais momentos do filme se passam de noite como é o caso de maior parte das cenas de acção e os desenvolvimentos mais cruciais da história.
Um aspecto onde Nolan conseguiu superar Tim Burton foi nas sequências de acção, um dos grandes “defeitos” dos filmes de 89 e 92 de Burton é que estes se focavam demasiado nas personagens esquecendo as tão importantes e características cenas de acção. Nolan não se descuidou em nenhum desses aspectos, assim sendo, a uma hábil e completa construção e desenvolvimento de personagens, juntou cenas de acção nocturnas recheadas de adrenalina e filmadas através de ângulos muito bem trabalhados, estas lutas foram muito bem coreografadas revelando o que de tão especial existe em Batman, ou seja, a sua utilização de tecnologia avançada. “Batman Begins” apresenta-nos também um novo actor na pele de Batman, assim sendo, depois de Adam West, Michael Keaton, Val Kilmer e George Clooney, chegou a vez de Christian Bale interpretar o mítico herói e fá-lo de uma forma convincente e excepcional. Arrisco-me a dizer que a sua interpretação de Batman é a melhor de sempre, superando por uma larga margem a de Michael Keaton nos filmes Batman de 89 e 92. Bale tem o carisma, o talento e a personalidade ideal para encarnar um herói de difícil abordagem como Batman. Vê-se apoiado no filme por grandes actores como Michael Caine e Morgan Freeman que completam a performance do actor e oferecem ao filme mais experiência e talento. Dos bons da fira, apenas Katie Holmes é uma desilusão, a sua personagem oferece os momentos românticos do filme mas infelizmente Holmes e Bale não demonstram grande química fazendo com que esse ângulo seja um dos poucos que não resulta. O principal vilão do filme é Ra's Al Ghul, bem interpretado pelo experiente Liam Neeson, que apesar de não ter o mesmo carisma maléfico e psicopata de outros míticos vilões de Batman, não deixa de ser um justo adversário para Batman já que foi ele que lhe ensinou como combater da forma mais eficaz o crime em Gotham, temos portanto uma batalha repleta de emoções e sentimentalismos que só a tornam mais forte e interessante. Existem outros dois vilões secundários, o mafioso Carmine Falcone (Tom Wilkinson) e o Espantalho (Cillian Murphy) que completam bem o role de maldade do filme. Em suma, “Batman Begins” é um bom filme de acção/aventura que devolve a Batman a glória perdida no passado. Um bom início de uma saga que a manter este nível será sem dúvida inesquecível, venha daí “The Dark Knight”.

Classificação -4 Estrelas Em 5

domingo, 20 de julho de 2008

Crítica - Batman (1989)

Realizado por Tim Burton
Com Michael Keaton, Jack Nicholson, Kim Basinger, Robert Wuhl, Pat Hingle

Batman, a popular personagem da DC Cómics criada por Bob Kane, teve a sua primeira aventura no cinema em 1966, no entanto, este filme serviu apenas como complemento à série televisiva por isso podemos considerar que “Batman” de 1989 foi a primeira adaptação formal do super-herói ao grande ecrã. O realizador escolhido para dar vida ao projecto foi o excêntrico Tim Burton, uma escolha algo arriscada devido à falta de experiência do cineasta que só havia realizado dois outros filmes e de um género completamente diferente do projecto em mãos, no entanto, esta aposta acabou por ser revelar como a mais acertada já que o espírito negro e misterioso do realizador combinaram na perfeição com a identidade original da personagem. “Batman” foi o primeiro de uma série de filmes que relatou as aventuras de Bruce Wayne e do seu alter-ego, contudo nenhuma das obras apresentadas ao longo da década de 90 rivalizou com esta. O filme apresenta-nos a Bruce Wayne (Michael Keaton), um jovem rico mas transtornado que presenciou o homicídio dos seus pais quando era criança, magoado e movido por um sentimento de vingança, começa a viver a sua vida com o desejo implícito de limpar Gotham de todos os criminosos que ameaçam a sua segurança, é então que nasce Batman, um super-herói misterioso que combate o crime no escuro da noite e que não dá descanso aos vilões da cidade. O seu maior desafio chega quando um psicopata deformado apelidado de Joker (Jack Nicholson) ameaça todos os cidadãos de Gotham ao engendrar um plano diabólico que envolve químicos e uma das maiores fraquezas da sociedade actual, o desejo incessante de ter uma melhor aparência física.
O filme aborda as origens de Batman, no entanto, fá-lo de uma forma diferente da efectuada por Christopher Nolan em “Batman Begins”, se este explora as origens de Bruce Wayne e Batman de uma forma pormenorizada e detalhada, Tim Burton optou por simplificar o passado do super-herói focando-se mais nas suas primeiras aparições, negligenciando o seu passado longínquo. No entanto, por muito estranho que possa parecer, Batman acaba por desempenhar uma função secundária no filme porque o verdadeiro protagonista é o seu principal inimigo, Joker, este foi alvo de uma concepção muito completa e personalizada que lhe permitiu roubar o estatuto de protagonista ao próprio herói do filme, para tal facto contribuiu e muito a brilhante interpretação de Jack Nicholson que “pintou” Joker da melhor forma possível, contudo temos também que atribuir o crédito devido a Tim Burton que soube oferecer à personagem os cenários ideais para que esta brilhasse. É claro que devemos criticar Burton por não se ter focado mais em Batman, contudo esta “falha” não foi tão grave como isso porque o filme acabou por resultar e o super-herói viria a ter mais tempo de antena nos filmes seguintes. O único resultado negativo desta abordagem menos centralizada é que se ficou a saber muito pouco das origens do Cavaleiro Negro, algo que viria a ser corrigido em 2005.
O ponto fraco de Burton acabou por ser as sequências de acção, foi aqui que a sua inexperiência na realização de filmes de acção veio ao de cima. As lutas e perseguições da obra não foram devidamente coordenadas e coreografadas o que levou a uma confusão geral nos momentos de maior adrenalina. Felizmente Burton compensou em outros aspectos como o visual. A cidade de Gotham apresenta-se negra e misteriosa bem ao estilo gótico do realizador e correspondente à descrição dada pela banda desenhada, também Batman e Joker aparecem brilhantemente caracterizados enquadrando-se perfeitamente no estilo sombrio da história. A banda sonora de Danny Efman é outro aspecto técnico a destacar em “Batman”, a partitura composta para o filme é vibrante e baseada no estilo alternativo/gótico do herói. O elenco é dominado, como já referi, por Jack Nicholson, um brilhante actor que interpretou um brilhante vilão. Nicholson fez sobressair a personalidade brincalhona mas terrivelmente psicótica de Joker que se sobrepôs a uma misteriosa e carrancuda personalidade de Batman, um choque de ideias e emoções que resultou num bom duelo cinematográfico, talvez por isso Joker seja visto como o principal inimigo de Batman. Michael Keaton pode para muitos não ter preenchido os requisitos físicos necessários para interpretar Batman, no entanto, a nível psicológico parece-me a mim que cumpriu a missão, na minha opinião é atrás de Bale o actor que melhor interpretou o papel. A posição feminina de maior destaque foi preenchida por Kim Bassinger que fez um trabalho razoável na pele da fotógrafa Vicky Vale.
“Batman” apresentou um forte argumento baseado na essência do super-herói, no entanto, poderia se ter focado mais nele do que em Joker, contudo o trabalho efectuado com este vilão ainda não foi igualado por qualquer outro filme de super-heróis e isso é de destacar, afinal de contas um bom herói necessita de uma magnifico vilão para se sobressair. Apesar de tudo, com um argumento simples e modesto, um vilão incrivelmente maléfico, um herói invulgar e misterioso e uns aspectos técnicos de acordo com o espírito original da obra, “Batman” acaba por ser um bom filme.

Classificação - 3,5 Estrelas Em 5

Crítica - Batman (1989)

Realizado por Tim Burton
Com Michael Keaton, Jack Nicholson, Kim Basinger, Robert Wuhl, Pat Hingle

Batman, a popular personagem da DC Cómics criada por Bob Kane, teve a sua primeira aventura no cinema em 1966, no entanto, este filme serviu apenas como complemento à série televisiva por isso podemos considerar que “Batman” de 1989 foi a primeira adaptação formal do super-herói ao grande ecrã. O realizador escolhido para dar vida ao projecto foi o excêntrico Tim Burton, uma escolha algo arriscada devido à falta de experiência do cineasta que só havia realizado dois outros filmes e de um género completamente diferente do projecto em mãos, no entanto, esta aposta acabou por ser revelar como a mais acertada já que o espírito negro e misterioso do realizador combinaram na perfeição com a identidade original da personagem. “Batman” foi o primeiro de uma série de filmes que relatou as aventuras de Bruce Wayne e do seu alter-ego, contudo nenhuma das obras apresentadas ao longo da década de 90 rivalizou com esta. O filme apresenta-nos a Bruce Wayne (Michael Keaton), um jovem rico mas transtornado que presenciou o homicídio dos seus pais quando era criança, magoado e movido por um sentimento de vingança, começa a viver a sua vida com o desejo implícito de limpar Gotham de todos os criminosos que ameaçam a sua segurança, é então que nasce Batman, um super-herói misterioso que combate o crime no escuro da noite e que não dá descanso aos vilões da cidade. O seu maior desafio chega quando um psicopata deformado apelidado de Joker (Jack Nicholson) ameaça todos os cidadãos de Gotham ao engendrar um plano diabólico que envolve químicos e uma das maiores fraquezas da sociedade actual, o desejo incessante de ter uma melhor aparência física.
O filme aborda as origens de Batman, no entanto, fá-lo de uma forma diferente da efectuada por Christopher Nolan em “Batman Begins”, se este explora as origens de Bruce Wayne e Batman de uma forma pormenorizada e detalhada, Tim Burton optou por simplificar o passado do super-herói focando-se mais nas suas primeiras aparições, negligenciando o seu passado longínquo. No entanto, por muito estranho que possa parecer, Batman acaba por desempenhar uma função secundária no filme porque o verdadeiro protagonista é o seu principal inimigo, Joker, este foi alvo de uma concepção muito completa e personalizada que lhe permitiu roubar o estatuto de protagonista ao próprio herói do filme, para tal facto contribuiu e muito a brilhante interpretação de Jack Nicholson que “pintou” Joker da melhor forma possível, contudo temos também que atribuir o crédito devido a Tim Burton que soube oferecer à personagem os cenários ideais para que esta brilhasse. É claro que devemos criticar Burton por não se ter focado mais em Batman, contudo esta “falha” não foi tão grave como isso porque o filme acabou por resultar e o super-herói viria a ter mais tempo de antena nos filmes seguintes. O único resultado negativo desta abordagem menos centralizada é que se ficou a saber muito pouco das origens do Cavaleiro Negro, algo que viria a ser corrigido em 2005.
O ponto fraco de Burton acabou por ser as sequências de acção, foi aqui que a sua inexperiência na realização de filmes de acção veio ao de cima. As lutas e perseguições da obra não foram devidamente coordenadas e coreografadas o que levou a uma confusão geral nos momentos de maior adrenalina. Felizmente Burton compensou em outros aspectos como o visual. A cidade de Gotham apresenta-se negra e misteriosa bem ao estilo gótico do realizador e correspondente à descrição dada pela banda desenhada, também Batman e Joker aparecem brilhantemente caracterizados enquadrando-se perfeitamente no estilo sombrio da história. A banda sonora de Danny Efman é outro aspecto técnico a destacar em “Batman”, a partitura composta para o filme é vibrante e baseada no estilo alternativo/gótico do herói. O elenco é dominado, como já referi, por Jack Nicholson, um brilhante actor que interpretou um brilhante vilão. Nicholson fez sobressair a personalidade brincalhona mas terrivelmente psicótica de Joker que se sobrepôs a uma misteriosa e carrancuda personalidade de Batman, um choque de ideias e emoções que resultou num bom duelo cinematográfico, talvez por isso Joker seja visto como o principal inimigo de Batman. Michael Keaton pode para muitos não ter preenchido os requisitos físicos necessários para interpretar Batman, no entanto, a nível psicológico parece-me a mim que cumpriu a missão, na minha opinião é atrás de Bale o actor que melhor interpretou o papel. A posição feminina de maior destaque foi preenchida por Kim Bassinger que fez um trabalho razoável na pele da fotógrafa Vicky Vale.
“Batman” apresentou um forte argumento baseado na essência do super-herói, no entanto, poderia se ter focado mais nele do que em Joker, contudo o trabalho efectuado com este vilão ainda não foi igualado por qualquer outro filme de super-heróis e isso é de destacar, afinal de contas um bom herói necessita de uma magnifico vilão para se sobressair. Apesar de tudo, com um argumento simples e modesto, um vilão incrivelmente maléfico, um herói invulgar e misterioso e uns aspectos técnicos de acordo com o espírito original da obra, “Batman” acaba por ser um bom filme.

Classificação - 3,5 Estrelas Em 5