Realizado por Gaspar Noé
Com Cyril Roy, Nathaniel Brown, Paz de la Huerta
Género - Drama
Sinopse - Óscar (Nathaniel Brown) e a sua irmã Linda (Paz de la Huerta) acabaram de chegar a Tóquio. Óscar é um modesto traficante de droga e Linda trabalha numa boate como striper. Uma noite, Óscar é apanhado numa rusga de polícia e é baleado. À medida que morre, o seu espírito, fiel à promessa que fez à sua irmã enquanto criança - que nunca a iria deixar - recusa-se a deixar o mundo dos vivos e passa pelos vários estágios da morte, conforme descritos no "Livro Tibetano da Morte" e cuja explicação nos é revelada na parte inicial do filme por Alex (Cyril Roy), um amigo de Oscar. As suas distorcidas visões tornam-se cada vez mais em pesadelos, à medida que o passado, presente, futuro se fundem em tempestades alucinogénicas. "Irréversible" (2002
Crítica – Os filmes de Gaspar Noé são tudo menos convencionais, mas este “Enter The Void” excede todos os limites da inconvencionalidade ao levar-nos numa magnífica e exuberante viagem psicadélica de duas horas e meia pelas conturbadas mentes e memórias de dois irmãos e pelos limites ilusórios de um mundo cheio de sonhos e fantasia que nós chamamos de limbo ou além. Eu tenho que admitir que a sua história não é nada fácil de assimilar devido à sua forte essência artística e ao seu débil e limitado desenvolvimento que em nenhum momento nos permite criar uma ligação com os seus intervenientes centrais ou simpatizar com a sua situação, nem entender a lógica que se enconde por detrás da maioria das suas bizarras cenas, no entanto, não é necessário compreendermos todos os aspectos da sua narrativa para conseguirmos apreciar a sua soberba vertente técnica/ visual que se assume claramente como o melhor elemento desta obra, onde Gaspar Noé demonstrou, uma vez mais, todo o seu talento e criatividade ao criar uma série de fantásticos e imaginativos planos surrealistas que nem sempre são uma maravilha de se ver, mas que reforçam a essência alucionogénica desta produção que nada deve ao tradicionalismo ou à simplicidade. É verdade que “Enter The Void” é um filme muito duro e controverso que não é para todas idades ou para todos os gostos, mas se tiver uma mente aberta e se estiver disposto a embarcar numa portentosa jornada por um mundo sombrio mas cheio de cor e sonoridades eletrizantes, então não pode deixar de ver esta obra nas salas de cinema onde todo o seu esplendor estético e sonoro é rentabilizado ao máximo
Classificação – 4 Estrelas Em 5
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