quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Espaço Memória – Paths of Glory (1957)

Realizado por Stanley Kubrick
Com Kirk Douglas, Ralph Meeker, Christiane Kubrick

A guerra analisada em toda a sua insanidade através um lirismo tão cru que se torna perturbante é a pedra de toque de Paths of Glory. Kubrick expos neste filme o trágico e verídico caso de um ataque quase suicida do exército francês aos inimigos alemães durante a Primeira Grande Guerra. O argumento foi adaptado da obra de Humphrey Cobb.


Como resultado deste desastre, onde morreram centenas de homens estupidamente, e para isentar de culpas os mandantes de tal atrocidade foram escolhidos e acusados de cobardia três soldados franceses dos poucos que conseguiram regressar com vida. O resultado do seu muito injusto julgamento, apesar dos esforços da defesa encabeçada pelo Coronel Dax (Kirk Douglas), é a condenação à morte pelo tribunal militar, procedimento comum naquele exército. Esta brutalidade é ainda visível na violência aplicada sobre uma jovem alemã que é obrigada a cantar para os soldados franceses numa caserna. Contudo, a sua voz, a inocência da canção e a simplicidade do acto acabam por derreter a aspereza dos homens e lembrá-los da sua mísera condição  sob o jugo de políticas que os transcendem mas que lhes podem tirar a vida.
Influência marcante sobre os filmes de guerra que se lhe seguiram, alguns dos quais lembrados já neste espaço, Paths of Glory apresenta  a marca da originalidade e superioridade do realizador que nunca sobrepõe a narrativa à plenitude de elementos que compõe um filme. A importãncia desta obra não foi reconhecida na época da sua estrei ainda que as suas repercussões no cinema subsequente sejam hoje inegáveis.

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