De Alejandro Jodorowsky
Com Adan Jodorowsky, Guy Stockwell, Blanca Guerra
México, década de '80. Através de uma pletórica visão pessoal, Alejandro Jodorowsky caracteriza envolvente e intervenientes de um circo. Do heterogéneo e assimétrico grupo, emergem elos e memórias marcantes, que irão definitivamente condicionar a vida e o carácter de Fénix (Axel/Adan Jodorowsky), único filho de um casal constituído pelo líder da companhia e por uma fanática religiosa. Às representações no plano do onírico e do fantástico, acompanhadas por intrigantes personagens secundários – palhaços silenciosos (que tudo testemunham), animais exuberantes e outras entidades peculiares – associa-se também uma forte crítica social, de inanarrável contorno e plasticidade, retratando um país clandestino, decadente e marginal.
Santa Sangre poderá considerar-se um “para-musical” circense de inspiração surrealista, retratando de um modo dramático, saturado e grotesco as irreversíveis sequelas de um brutal trauma infantil. Mas esta produção italo-mexicana é, essencialmente, um "patchwork" de determinados episódios indissociáveis da vida do próprio Alejandro Jodorowsky, marcada por uma infância complexa e afectivamente deficitária, pelo fascínio do oculto e por uma forte espiritualidade.
Com Adan Jodorowsky, Guy Stockwell, Blanca Guerra
México, década de '80. Através de uma pletórica visão pessoal, Alejandro Jodorowsky caracteriza envolvente e intervenientes de um circo. Do heterogéneo e assimétrico grupo, emergem elos e memórias marcantes, que irão definitivamente condicionar a vida e o carácter de Fénix (Axel/Adan Jodorowsky), único filho de um casal constituído pelo líder da companhia e por uma fanática religiosa. Às representações no plano do onírico e do fantástico, acompanhadas por intrigantes personagens secundários – palhaços silenciosos (que tudo testemunham), animais exuberantes e outras entidades peculiares – associa-se também uma forte crítica social, de inanarrável contorno e plasticidade, retratando um país clandestino, decadente e marginal.
Santa Sangre poderá considerar-se um “para-musical” circense de inspiração surrealista, retratando de um modo dramático, saturado e grotesco as irreversíveis sequelas de um brutal trauma infantil. Mas esta produção italo-mexicana é, essencialmente, um "patchwork" de determinados episódios indissociáveis da vida do próprio Alejandro Jodorowsky, marcada por uma infância complexa e afectivamente deficitária, pelo fascínio do oculto e por uma forte espiritualidade.
A genialidade com que Santa Sangre é filmado, riquíssimo na caracterização, oscilando entre o glamoroso e uma crueza “felliniana”, faz esquecer um injustificável recurso ao Inglês e a alguns efeitos especiais datados, mas ainda assim acessórios. Num elenco pejado de membros do clã Jodorowsky – Axel, Adan, Teo e Brontis – como é recorrente na filmografia do realizador, realçam-se Guy Stockwell (Orgo, pai de Fénix e proprietário do circo), Tixou (a “mulher tatuada”) e Blanca Guerra (Concha), caricatural, herética e distante mãe de Fénix.
Santa Sangre conquistou um Saturn Award, venceu o primeiro prémio do derradeiro ano do “Festival International de Paris du Film Fantastique” e integrou a selecção oficial de Cannes em 1989. Foi também alvo de nomeação para melhor filme do Festival da Catalunha do mesmo ano, onde acabou por ser (injustamente) vencido por “Heart of Midnight”. Em 1990 arrecadou o prémio da crítica no Festival Internacional de Madrid.
Alejandro Jodorowsky possui um percurso artístico único, no qual a direcção cinematográfica - onde “El Topo” é tido por referencial - é apenas um entre muitos capítulos: Integrou, ele mesmo, uma equipa circense; foi “mupeteer” e discípulo de Marcel Marceau; contactou com ícones do surrealismo como Breton ou Topor; conviveu com Beatles (Harrison e Lennon, em particular), James Brown ou Marylin Manson, tendo dirigido a sua cerimónia de casamento com Dita Von Teese; foi próximo de H.R. Giger e assinou, por entre outros, o texto da épica banda desenhada “Incal”, de Moebius.
Santa Sangre conquistou um Saturn Award, venceu o primeiro prémio do derradeiro ano do “Festival International de Paris du Film Fantastique” e integrou a selecção oficial de Cannes em 1989. Foi também alvo de nomeação para melhor filme do Festival da Catalunha do mesmo ano, onde acabou por ser (injustamente) vencido por “Heart of Midnight”. Em 1990 arrecadou o prémio da crítica no Festival Internacional de Madrid.
Alejandro Jodorowsky possui um percurso artístico único, no qual a direcção cinematográfica - onde “El Topo” é tido por referencial - é apenas um entre muitos capítulos: Integrou, ele mesmo, uma equipa circense; foi “mupeteer” e discípulo de Marcel Marceau; contactou com ícones do surrealismo como Breton ou Topor; conviveu com Beatles (Harrison e Lennon, em particular), James Brown ou Marylin Manson, tendo dirigido a sua cerimónia de casamento com Dita Von Teese; foi próximo de H.R. Giger e assinou, por entre outros, o texto da épica banda desenhada “Incal”, de Moebius.
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