Realizado por Ettore Scola
Com Nino Manfredi, Maria Luisa Santella, Francesco Anniballi, Maria Bosco
O veterano Ettore Scola brinda-nos com uma perfeita comédia à italiana, género em que é mestre. No universo que cria, uma família de três gerações vive numa barraca subordinada ao poder do patriarca, Giacinto Mazzatella (Nino Manfredi), tendo unicamente em vista a choruda indeminização que recebera na fábrica onde trabalhava por ter tido um acidente de trabalho mas este guarda-o a sete chaves, odiando e sendo odiado pelos restantes familiares.
Neste universo criado de forma muito coerente a vida é vivida da forma mais grotesca, os laços familiares não impedem o sexo seja com quem for ou onde for, a dignidade é trocada por dinheiro como no caso da ajudante de enfermagem que masturba um velho doente, os afectos são substituidos pela ganância e por um tenebroso instinto de sobrevivencia.
A influência do neorealismo é clara mas aqui inventa-se uma história, esta família é uma caricatura das condições de degradação humana que se vivem em muitos bairros carenciados da pereiferia de Roma tal como de outras cidades. O humor é do mais negro, as situações cómicas são muito bem conseguidas através de deploráveis momentos da existência humana. No entanto, há qualquer coisa de extraordinariamente humano nestas personagens que nos faz gostar delas e nos deixa no final a sensação de as quererermos acompanhar mais um pouco. Uma menção especial para a inesquecível banda sonora de Armando Trovajoli. O filme foi galardoado em Cannes com o prémio de Melhor Realizador e nomeado para a Palma de Ouro em 1976.
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