quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Crítica - Saw 3D (2010)


Realizado por Kevin Greutert
Com Tobin Bell, Costas Mandylor, Betsy Russell, Sean Patrick Flanery

O último (?) capítulo de “Saw” arrecadou milhões de dólares nas bilheteiras norte-americanas e mundiais, no entanto, este seu sucesso comercial não é sustentado por nenhum critério qualitativo porque este “Saw 3D” acaba por não ser muito diferente dos últimos “Saw”. Em “Saw 3D” ou “Saw VII” somos novamente confrontados com uma narrativa extremamente fraca e confusa que é acompanhada por uma série de sequências sadistas e macabras que são visualmente exacerbadas pela tecnologia tridimensional que não foi convenientemente utilizada por Kevin Greutert, assim sendo, estamos novamente perante um “Saw” medíocre que não presta uma devida homenagem a “Saw” (2004) ou “Saw II” (2005), os dois melhores capítulos desta saga. A sua história volta a ser protagonizada pelo Detective Hoffman (Costas Mandylor) que continua vivo e a montar armadilhas a todos aqueles que se atrevem a atravessar o seu caminho - Jill Tuck (Betsy Russell) ou Matt Gibson (Chad Donella) - e àqueles que são demasiado ingratos ou egoístas para continuarem a viver, assim sendo, a sua nova vítima dentro deste último grupo é Bobby Dagen (Sean Patrick Flannery), um falso sobrevivente das armadilhas de Jigsaw que acabou por se tornar famoso às custas desta mentira e que agora vai ter que pagar por todos os seus pecados. Hoffman vai também ter que lidar com uma figura extremamente familiar de “Saw” que regressa para se vingar e para cumprir uma promessa a outro velho conhecido.


O enredo de “Saw 3D” utiliza a mesma fórmula cansativa e visivelmente esgotada dos capítulos anteriores e volta também a se assumir como um mero complemento às violentas sequências de sadismo e carnificina que se assumem claramente como o elemento central desta saga. A sua história acompanha essencialmente a luta pela sobrevivência de Bobby Dagen (Sean Patrick Flanery) e a batalha intelectual do instável Hoffman (Costas Mandylor) contra a Policia e Jill Tuck (Betsy Russell), no entanto, nenhuma destas duas vertentes é cativante ou interessante. A história ligada a Hoffman (Costas Mandylor) acaba por ser a mais interessante porque envolve algumas reviravoltas e alguns regressos inesperados que esclarecem algumas dúvidas e preenchem algumas lacunas mas que acabam por vulgarizar Jigsaw. As famosas sequências onde as personagens secundárias e algumas principais são vítimas de macabras armadilhas mortais continuam sangrentas e sádicas, no entanto, não há nenhuma armadilha mortal que nos consiga deixar profundamente chocados ou surpreendidos até porque os capítulos anteriores tinham armadilhas muito mais arrepiantes e com um final muito menos previsível. As três dimensões beneficiam claramente essas sequências, no entanto, esta tecnologia poderia ter rentabilizado muito mais esta obra caso Kevin Greutert a tivesse “tratado” um pouco melhor. O seu elenco tem uma performance global extremamente medíocre e só Costas Mandylor é que ainda nos consegue oferecer uma performance minimamente positiva. O cameo de Chester Bennington (Linkin Park) também não acrescenta muito ao filme. A conclusão deste medíocre “Saw 3D” também não é satisfatória porque não oferece um final conclusivo a “Saw”, muito pelo contrário, deixa antever um “Saw VIII” que poderá diminuir ainda mais a honra desta saga que desde “Saw III” (2006) tem vindo a receber capítulos de fraca qualidade mas extremamente rentáveis.

Classificação – 1 Estrela Em 5

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