O primeiro filme americano de Hitchock, Rebecca, foi também o primeiro do autor a receber um Óscar, aliás dois dos onze para que foi nomeado, o de Melhor Filme, entregue ao produtor David O. Selznick (Gone With the Wind) e o de Melhor Fotografia para George Barnes. Adaptado do sinistro romance de Daphe Du Maurier, Rebecca é uma história de uma jovem dama-de-companhia (Joan Fontaine) que cai nas graças de um homem aparentemente fascinante, Maxim de Winter (Laurence Olivier) com quem se casa. Contudo ao se tornar a segunda Srª de Winter, vê-se sistematicamente comparada a Rebecca, a anterior mulher de Maxim, cuja memória a governanta, a senhora Danvers (Judith Anderson), não quer deixar morrer. Esta história de fantasmas desenvolve-se no sentido de mais um intrincado mistério típico do autor, recheado de evocações do passado, ambientes góticos e cenários assustadores. Falta ao filme o humor que caracteriza o realizador o que se deve bastante à soturnidade do romance de Du Maurier.
A mansão de Manderley, onde grande parte da acção se desenrola, assume tamanha importância na obra que é quase uma personagem de tal modo é determinante para o desenrolar dos acontecimentos. No entanto, a mestria do filme reside na protagonista que dá nome à obra estar morta, nunca ser vista nem em retrato e contudo estar presente do início ao fim e conseguir mesmo evoluir ao longo da narrativa. Da imensa obra de Hitchcock, Rebecca juntamente com Birds e Psico é um dos mais emblemáticos filmes.
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