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Com Aldo Fabrizi, Anna Magnani, Marcello Pagliero, Harry Feist
Obra inaugural do neo-realismo italiano, Roma, Città Aperta apresenta-nos um grupo de elementos da Resistência italiana à ocupação nazi e o modo como cada um se vai tornar um herói à sua maneira, quando se unem para salvar a vida de um companheiro perseguido pelos alemães, o líder do grupo, Manfredi (Marcello Pagliero). Rodado com um baixíssimo orçamento, o filme revoluciona exactamente pelas opções estéticas que isso implicou e pela força do argumento, escrito durante o período de actividade da resistência e pelo qual Sergio Amidei e Federico Fellini foram nomeados para o Óscar em 1947. Utilizando cenários reais e alguns actores não profissionais, o filme impressiona pela tragicidade do percurso de cada uma das personagens, heróis à força perante um poder que parece esmagá-los mas face ao qual não capitulam nunca.
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O filme deslumbrou no Festival de Cannes de 1946, recebendo o Grande Prémio do mesmo e partir daqui nada continuou igual no cinema ocidental. Uma nova estética, novas preocupações, um renovado engagamento político foram lançados e com ele novos actores e novas maneiras de representar. Anna Magnani conseguiu uma enorme projecção internacional com esta obra, tornando-se na grande actriz mundial com que ficou conhecida mas nunca perdendo a força telúrica que a afastam das belezas mais resplandecentes de Hollywood. O filme é recheado de cenas inesquecíveis como as execuções, ambas igualmente dramáticas, de Pina grávida (Anna Magnani) e do padre Don Pietro (Aldo Fabrizi).
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