Realizado por Lars von Trier
Com Björk, Catherine Deneuve, David Morse
Este filme conta a história de uma imigrante checa nos EUA, Selma (Björk), que, durante os anos sessenta na América rural, tenta a todo custo e quase cega juntar dinheiro para pagar a operação aos olhos do seu filho que padece da mesma enfermidade. No entanto, o seu senhorio e vizinho, Bill Houston (David Morse) interpõe-se no seu caminho, obrigando-a a cometer um crime de que nunca julgou ser capaz e pelo qual terá de pagar duramente. Este argumento é bastante débil, o miserabilismo é enjoativo o que quebra o impacto emocional dos momentos mais fortes. No entanto, o facto de tal argumento ser o pretexto para a criação de um musical avant-garde, com música e interpretação de Björk num dos melhores momentos da sua carreira, dá toda uma nova dimensão à película. Selma mal vê mas ouve, e a sua construção do mundo é musical, é pela música que fantasia a realidade, expressa emoções, sonha com a felicidade dos musicais de Hollywood.
Classificação - 4 Estrelas Em 5
Com Björk, Catherine Deneuve, David Morse
Este filme conta a história de uma imigrante checa nos EUA, Selma (Björk), que, durante os anos sessenta na América rural, tenta a todo custo e quase cega juntar dinheiro para pagar a operação aos olhos do seu filho que padece da mesma enfermidade. No entanto, o seu senhorio e vizinho, Bill Houston (David Morse) interpõe-se no seu caminho, obrigando-a a cometer um crime de que nunca julgou ser capaz e pelo qual terá de pagar duramente. Este argumento é bastante débil, o miserabilismo é enjoativo o que quebra o impacto emocional dos momentos mais fortes. No entanto, o facto de tal argumento ser o pretexto para a criação de um musical avant-garde, com música e interpretação de Björk num dos melhores momentos da sua carreira, dá toda uma nova dimensão à película. Selma mal vê mas ouve, e a sua construção do mundo é musical, é pela música que fantasia a realidade, expressa emoções, sonha com a felicidade dos musicais de Hollywood.
Ainda que aprecie o trabalho de Lars von Trier e Breaking the Waves (1996) seja um dos filmes que mais me marcou enquanto espectadora, o seu apreço por figuras femininas que levam a abnegação aos mais profundos limites da estupidez – Selma, nesta obra, e Bess, em Breaking the Waves, - transformam os seus filmes em observações de profundo desequilíbrio mental. Mais uma vez é recuperado o atrofiado ambiente rural como moldura de um cérebro sem grandes horizontes, usando-se uma fotografia muito bem conseguida com planos e montagens que sustentam a desejada tensão emocional. Björk constrói a sua personagem de forma sólida, apesar de todas as incoerências da figura, e é muito bem apoiada pelo desempenho de sempre soberba Catherine Deneuve no papel da sua melhor amiga, Kathy. O filme foi na altura da sua estreia muito bem recebido pela crítica, tendo garantido a Björk o galardão de Cannes para Melhor Actriz e a Lars von Trier a Palma de Ouro. O filme foi ainda nomeado para o Óscar de Melhor Música Original que injustamente não chegou a receber.
Classificação - 4 Estrelas Em 5
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