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Com Sacha Baron Cohen, Gustaf Hammarsten, Clifford Bañagale
Quer nos agrade quer nos repugne, é impossível não reagir a Brüno. Se alguma coisa podemos afirmar sobre filme é que Sacha Baron Cohen nada receou ao fazê-lo. Aproximando-se do formato do documentário, assistimos nesta película à luta de um repórter de moda homossexual austríaco pela fama. Brüno tem dezanove anos e a cabeça cheia de sonhos. Não respeitando qualquer convenção, ele tudo faz para atingir a notoriedade, primeiro na sua terra natal, a Áustria, depois nos Estados Unidos. Brüno namora um assistente de bordo minúsculo, Diesel (Clifford Bañagale) que o deixa por não aguentar a sua desenfreada demanda, passando Brüno a envolver-se com o assistente do assistente, Lutz (Gustaf Hammarsten).
Não sei se Brüno é uma paródia da homofobia – tive sérias dúvidas sobre isso enquanto assisti ao filme. É certo que ele usa e abusa de todos os preconceitos e ideias feitas dos heterossexuais em relação ao universo gay e às relações afectivas e sexuais entre eles mas Sacha Cohen vai longe demais. As cenas de sexo gay, a ostentação do corpo, nos seus recantos mais recônditos, a simulação de sexo oral gay numa sala de um espírita, a frustrada tentativa de sexo hetero numa versão sado-maso são provocadoras a um ponto em que a crítica à homofobia fica relegada para um último plano concentrando-se a nossa atenção na repugnância que sentimos, no cómico perverso da situação, no arrojado das cenas.
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Ao longo do filme, este repórter vai entrando em contacto com incautas figuras célebres, como Paula Abdul (ou mesmo La Toya Jackson, a quem quer sacar o número do irmão, numa cena cortada na versão que chega ao público devido à recente morte do cantor) mas não fica por aqui, ele interfere no conflito israelo-palestiniano entrevistando dois dirigentes de ambas as alas, ele usa um menino africano adoptado, que trouxe directamente de África num caixote com a indicação de frágil, como adereço a fim de, à semelhança de outras figuras públicas conseguir a tão almejada fama. Ele é tudo, ele é o Brüno e de facto perante isto, temos que concordar com ele , “Borat was so 2006”.
O trabalho que Sacha tem vindo a desenvolver e o seu crescimento progressivo como humorista através das personagens que criou vão inevitavelmente alterar o modo como o humor é feito. Depois de Brüno tudo o resto parece piadas de crianças.
O trabalho que Sacha tem vindo a desenvolver e o seu crescimento progressivo como humorista através das personagens que criou vão inevitavelmente alterar o modo como o humor é feito. Depois de Brüno tudo o resto parece piadas de crianças.
Classificação - 5 Estrelas Em 5
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