Realizado por: George Lucas
Com Ewan McGregor, Hayden Christensen, Natalie Portman, Ian McDiarmid e Samuel L. Jackson
Muitos dirão que a segunda trilogia de Star Wars (a que engloba os episódios I, II e III) nunca deveria ter visto a luz do dia. Muitos amaldiçoaram George Lucas por reinventar este grande clássico de ficção científica, chegando mesmo a dizer que “ele deveria era estar quieto!”. A maior parte dos fãs da saga defende com alma e coração que estas 3 prequelas são uma palhaçada, em comparação com os 3 filmes originais. Eu não sou da mesma opinião. Quando “Star Wars” (actualmente o Episódio IV) surgiu em 1977, rapidamente se percebeu que estávamos perante um clássico iminente da ficção científica. “Star Wars” é um dos filmes com mais sucesso da História do cinema e a trilogia original transformou-se naturalmente numa das maiores sagas dessa História. Perante algo tão inovador e apaixonante, os fãs de cinema depressa se renderam à magia das batalhas espaciais e dos sabres de luz. Assim sendo, é perfeitamente natural que os fãs da trilogia original não vejam com bons olhos esta trilogia mais recente (ainda que não estejamos a falar de um remake mas sim de prequelas). A trilogia original despertou uma verdadeira paixão nos seus fãs, de modo que ver essa trilogia remexida ou com uma nova abordagem não é algo fácil de aceitar. Por exemplo, iria custar-me muito ver um remake da trilogia de “Lord Of The Rings” daqui a umas décadas. Por muito bons que os filmes fossem. Basicamente, eu compreendo perfeitamente os sentimentos desses fãs, mas apesar de tudo sei que por vezes quem está “por fora” consegue ver melhor a realidade das coisas. Como eu nunca tinha visto a trilogia original, a minha visão ou o meu julgamento não estavam toldados pelo sentimento de lealdade aos filmes originais. E assim, sou capaz de ter uma opinião diferente e fazer uma análise mais imparcial.
Em 1999 com o episódio I (“The Phantom Menace”), os fãs estavam à espera de ver um universo semelhante ao dos filmes originais. Em vez disso, depararam-se com uma verdadeira revolução e um universo muito diferente, onde os únicos pontos de ligação com a trilogia original eram as personagens de Obi-Wan Kenobi e o maléfico Darth Sidious. Naturalmente isto irritou muitos fãs, que assim viram as suas expectativas algo defraudadas. Estavam à espera de ver a história de como Darth Vader surgiu e em vez disso deparam-se com a história de um rapazinho sonhador… Imediatamente surgiram os “buus”, os polegares apontados para baixo e as críticas a George Lucas. Mas o episódio I não é assim tão mau. Não é mau o episódio I nem é má esta trilogia mais recente. Na minha opinião, esta trilogia é até melhor do que a anterior. E antes que me matem por dizer isto, tenho que explicar que a minha opinião não se baseia nos efeitos especiais melhorados, mas antes no equilíbrio dos argumentos e na realização de George Lucas mais aprimorada e cuidada. Uma das personagens mais criticadas nesta trilogia mais recente é a de Jar Jar Binks. Ok, concordo que é uma personagem algo infantil e desnecessária mas tem a sua piada. Para além disso, comparem-na com os irritantes ursinhos de peluche do episódio VI (“Return Of The Jedi”) que destroem um exército inteiro de clones e depois digam-me alguma coisa. George Lucas (após inúmeras críticas e insultos à sua pessoa) disse numa entrevista que se existem falhas e defeitos na sua saga, elas encontram-se maioritariamente na trilogia original. Tendo em conta o exemplo dos referidos ursinhos de peluche, não podia estar mais de acordo. Mas não quero que me interpretem mal! Eu sou um fã da trilogia original! Sem dúvida que sou! Simplesmente acho que esta trilogia mais recente é melhor. Mas esta minha crítica é referente ao terceiro episódio da saga (“Revenge Of The Sith”) e é sobre esse filme que me vou debruçar.
Para mim, “Star Wars – Episode III: Revenge Of The Sith” é o melhor filme dos seis. A seguir ao episódio III, talvez o melhor seja o V (“The Empire Strikes Back”) e o pior de todos o VI (“Return Of The Jedi”); mas o melhor é sem dúvida o 3º tomo da saga. “Revenge Of The Sith” é o mais negro dos filmes de Star Wars, sendo aquele que mais reflecte sobre a natureza da condição humana e aquele que mais profundamente explora o lado negro da Força. Com este 3º episódio, finalmente os fãs da saga tiveram a história por que tanto esperavam e perceberam a razão por que Anakin Sywalker renuncía ao bem e às leis dos Jedi, para se tornar Darth Vader – o mais temido dos Lordes Sith. E que mais poderia levar Anakin ao abismo que não o amor? O amor é de facto a mais poderosa das emoções humanas. É a emoção mais intensa. A emoção que nos faz sentir bem, mas também aquela mais perigosa que nos pode levar ao ódio, à raiva, ao sofrimento, ao desespero, à essência do lado negro da Força. Implicitamente e de forma subtil, neste episódio III, George Lucas faz uma verdadeira reflexão sobre as emoções e a alma humana. Como uma verdadeira tragédia grega, o robusto e bondoso herói da história – Anakin Skywalker – sucumbe às negras profundezas do sofrimento e é por amor que acaba por destruir a sua vida e mergulhar a galáxia numa escuridão interminável. É o medo de perder a sua amada que o leva à desgraça. Isto é a essência de uma verdadeira tragédia. E a vida real pode ser trágica, pelo que esta reflexão faz todo o sentido.
À medida que o filme vai passando, George Lucas mergulha-nos cada vez mais na escuridão e no sofrimento da personagem que depressa muda o seu estatuto de herói para o estatuto de vilão atormentado. O filme está filmado de uma forma bela, o argumento está carregado de tragédia, a banda sonora do mestre John Williams faz-nos sentir essa tragédia, os efeitos especiais são assombrosos e o filme faz todas as ligações com a trilogia original. Que mais poderíamos querer? Por muito criticado que Hayden Christensen possa ter sido, por muito que ele ainda não seja um actor muito versátil, o que é facto é que ele é perfeito neste papel. Hayden Christensen cumpre o papel de forma perfeita e só dessa forma poderíamos sentir a mágoa que sentimos quando o vemos cair nas profundezas da escuridão. Através da sua representação, conseguimos sentir a sua dor, conseguimos acreditar na personagem, e nós próprios sentimos dor e desperdício quando o vemos virar as costas à bondade e aos Jedi. Para além de tudo isto, soube muito bem voltar a ouvir a respiração perturbadora de Darth Vader, pelo que o momento em que o voltamos a ver na tela é simplesmente mágico. “Revenge Of The Sith” é (para mim) o filme mais sério, mais adulto e equilibrado da saga. Por todas as razões enunciadas, é um excelente filme e seria uma pena termos uma má imagem dele só porque faz parte duma trilogia mal-amada. Como conclusão resta dizer que “Revenge Of The Sith” não é (apesar de tudo) um filme perfeito mas anda lá perto.
Com Ewan McGregor, Hayden Christensen, Natalie Portman, Ian McDiarmid e Samuel L. Jackson
Muitos dirão que a segunda trilogia de Star Wars (a que engloba os episódios I, II e III) nunca deveria ter visto a luz do dia. Muitos amaldiçoaram George Lucas por reinventar este grande clássico de ficção científica, chegando mesmo a dizer que “ele deveria era estar quieto!”. A maior parte dos fãs da saga defende com alma e coração que estas 3 prequelas são uma palhaçada, em comparação com os 3 filmes originais. Eu não sou da mesma opinião. Quando “Star Wars” (actualmente o Episódio IV) surgiu em 1977, rapidamente se percebeu que estávamos perante um clássico iminente da ficção científica. “Star Wars” é um dos filmes com mais sucesso da História do cinema e a trilogia original transformou-se naturalmente numa das maiores sagas dessa História. Perante algo tão inovador e apaixonante, os fãs de cinema depressa se renderam à magia das batalhas espaciais e dos sabres de luz. Assim sendo, é perfeitamente natural que os fãs da trilogia original não vejam com bons olhos esta trilogia mais recente (ainda que não estejamos a falar de um remake mas sim de prequelas). A trilogia original despertou uma verdadeira paixão nos seus fãs, de modo que ver essa trilogia remexida ou com uma nova abordagem não é algo fácil de aceitar. Por exemplo, iria custar-me muito ver um remake da trilogia de “Lord Of The Rings” daqui a umas décadas. Por muito bons que os filmes fossem. Basicamente, eu compreendo perfeitamente os sentimentos desses fãs, mas apesar de tudo sei que por vezes quem está “por fora” consegue ver melhor a realidade das coisas. Como eu nunca tinha visto a trilogia original, a minha visão ou o meu julgamento não estavam toldados pelo sentimento de lealdade aos filmes originais. E assim, sou capaz de ter uma opinião diferente e fazer uma análise mais imparcial.
Em 1999 com o episódio I (“The Phantom Menace”), os fãs estavam à espera de ver um universo semelhante ao dos filmes originais. Em vez disso, depararam-se com uma verdadeira revolução e um universo muito diferente, onde os únicos pontos de ligação com a trilogia original eram as personagens de Obi-Wan Kenobi e o maléfico Darth Sidious. Naturalmente isto irritou muitos fãs, que assim viram as suas expectativas algo defraudadas. Estavam à espera de ver a história de como Darth Vader surgiu e em vez disso deparam-se com a história de um rapazinho sonhador… Imediatamente surgiram os “buus”, os polegares apontados para baixo e as críticas a George Lucas. Mas o episódio I não é assim tão mau. Não é mau o episódio I nem é má esta trilogia mais recente. Na minha opinião, esta trilogia é até melhor do que a anterior. E antes que me matem por dizer isto, tenho que explicar que a minha opinião não se baseia nos efeitos especiais melhorados, mas antes no equilíbrio dos argumentos e na realização de George Lucas mais aprimorada e cuidada. Uma das personagens mais criticadas nesta trilogia mais recente é a de Jar Jar Binks. Ok, concordo que é uma personagem algo infantil e desnecessária mas tem a sua piada. Para além disso, comparem-na com os irritantes ursinhos de peluche do episódio VI (“Return Of The Jedi”) que destroem um exército inteiro de clones e depois digam-me alguma coisa. George Lucas (após inúmeras críticas e insultos à sua pessoa) disse numa entrevista que se existem falhas e defeitos na sua saga, elas encontram-se maioritariamente na trilogia original. Tendo em conta o exemplo dos referidos ursinhos de peluche, não podia estar mais de acordo. Mas não quero que me interpretem mal! Eu sou um fã da trilogia original! Sem dúvida que sou! Simplesmente acho que esta trilogia mais recente é melhor. Mas esta minha crítica é referente ao terceiro episódio da saga (“Revenge Of The Sith”) e é sobre esse filme que me vou debruçar.
Para mim, “Star Wars – Episode III: Revenge Of The Sith” é o melhor filme dos seis. A seguir ao episódio III, talvez o melhor seja o V (“The Empire Strikes Back”) e o pior de todos o VI (“Return Of The Jedi”); mas o melhor é sem dúvida o 3º tomo da saga. “Revenge Of The Sith” é o mais negro dos filmes de Star Wars, sendo aquele que mais reflecte sobre a natureza da condição humana e aquele que mais profundamente explora o lado negro da Força. Com este 3º episódio, finalmente os fãs da saga tiveram a história por que tanto esperavam e perceberam a razão por que Anakin Sywalker renuncía ao bem e às leis dos Jedi, para se tornar Darth Vader – o mais temido dos Lordes Sith. E que mais poderia levar Anakin ao abismo que não o amor? O amor é de facto a mais poderosa das emoções humanas. É a emoção mais intensa. A emoção que nos faz sentir bem, mas também aquela mais perigosa que nos pode levar ao ódio, à raiva, ao sofrimento, ao desespero, à essência do lado negro da Força. Implicitamente e de forma subtil, neste episódio III, George Lucas faz uma verdadeira reflexão sobre as emoções e a alma humana. Como uma verdadeira tragédia grega, o robusto e bondoso herói da história – Anakin Skywalker – sucumbe às negras profundezas do sofrimento e é por amor que acaba por destruir a sua vida e mergulhar a galáxia numa escuridão interminável. É o medo de perder a sua amada que o leva à desgraça. Isto é a essência de uma verdadeira tragédia. E a vida real pode ser trágica, pelo que esta reflexão faz todo o sentido.
À medida que o filme vai passando, George Lucas mergulha-nos cada vez mais na escuridão e no sofrimento da personagem que depressa muda o seu estatuto de herói para o estatuto de vilão atormentado. O filme está filmado de uma forma bela, o argumento está carregado de tragédia, a banda sonora do mestre John Williams faz-nos sentir essa tragédia, os efeitos especiais são assombrosos e o filme faz todas as ligações com a trilogia original. Que mais poderíamos querer? Por muito criticado que Hayden Christensen possa ter sido, por muito que ele ainda não seja um actor muito versátil, o que é facto é que ele é perfeito neste papel. Hayden Christensen cumpre o papel de forma perfeita e só dessa forma poderíamos sentir a mágoa que sentimos quando o vemos cair nas profundezas da escuridão. Através da sua representação, conseguimos sentir a sua dor, conseguimos acreditar na personagem, e nós próprios sentimos dor e desperdício quando o vemos virar as costas à bondade e aos Jedi. Para além de tudo isto, soube muito bem voltar a ouvir a respiração perturbadora de Darth Vader, pelo que o momento em que o voltamos a ver na tela é simplesmente mágico. “Revenge Of The Sith” é (para mim) o filme mais sério, mais adulto e equilibrado da saga. Por todas as razões enunciadas, é um excelente filme e seria uma pena termos uma má imagem dele só porque faz parte duma trilogia mal-amada. Como conclusão resta dizer que “Revenge Of The Sith” não é (apesar de tudo) um filme perfeito mas anda lá perto.
Classificação - 4,5 Estrelas Em 5
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