Realizado por Vincent Paronnaud, Marjane Satrapi
Vozes de Chiara Mastroianni, Catherine Deneuve, Danielle Darrieux, Simon Abkarian
"Persépolis" perdeu o Óscar de Melhor Animação para "Ratatouille" da Disney/Pixar mas tendo em conta o passado da categoria e outros filmes de animação que estrearam em 2007, a nomeação do filme foi por si só uma vitória inesperada mas inteiramente merecida. Apesar de não ter levado nenhum Óscar para casa, "Persépolis" já tinha sido premiado no importante Festival de Cinema de Cannes. "Persépolis" destina-se mais concretamente aos adultos, não é a típica longa-metragem de animação que vemos ser produzida pela Disney ou pela Dreamworks, é uma obra mais séria que trata de assuntos mais complexos e pesados. O filme conta-nos a história de Marjane, uma jovem iraniana de oito anos que se vê no meio de uma das mais violentas e radicais revoluções do Médio Oriente, vivendo os primeiros dias da nova Republica Islâmica do Irão, um regime severo e controlador fiel às leis do Islão e que controla todos os aspectos da vida social e religiosa dos iranianos. A família de Marjane não é a tradicional família islâmica, cultos e modernos, os pais da menina mostram-se algo reticentes à “nova lei”. A própria Marjane sente-se injustiçada porque ela é uma ávida fã dos hobbies e gostos ocidentais e repentinamente vê-se obrigada pelo Estado a usar o véu islâmico e a ter o menor contacto possível com a cultura do Ocidente porque é considerada imoral e contraria aos bons costumes. Com o rebentar do conflito Iraque – Irão, Marjane é enviada pelos seus pais para a Áustria onde é finalmente livre de pensar e dizer o que quiser, habituando-se muito bem à vida de liberdade do Ocidente que contrasta com a vida de repressão do seu país. Apesar de bem adaptada à vida europeia, Marjane, um pouco mais velha, começa a sentir saudades da família e vai trocar a liberdade alcançada na Áustria pelo regime de tirania e repressão iraniano.
Todo o filme é uma autêntica lição de moral e liberdade, apresentando implicitamente o contraste entre a civilização Ocidental e Islâmica. Por um lado temos a ideal Ocidental de liberdade de expressão, riqueza cultural, respeito pelos direitos do homem e igualdade de oportunidades já no caso Islâmico, a jovem Marjane mergulha numa era de escuridão, repleta de fanatismo religioso, controlo excessivo do Estado com autenticas perseguições e severos castigos a quem não cumpra as suas leis. Pelos olhos de Marjane vamos aprendendo através de vários diálogos construtivos um pouco da história do Irão e da própria religião do Islão. Para abstrair um pouco a ideia rígida por detrás do argumento de "Persépolis", existem vários momentos cómicos que são protagonizados por Marjane, uma ideia bem pensada porque entre fanatismos religiosos e regimes de opressão sabe bem um pouco de alegria pelo meio. A narrativa de Persépolis é incrível e prende o espectador do principio ao fim. A sua história apresenta-nos como pano de fundo o trajecto politico do Irão no século XX, pode parecer um tema complexo (e acreditem que é) mas é tratado de uma forma muito rica e nada aborrecida. Politica e religião misturam-se constantemente, bem como a longínqua cultura Ocidental que aparece na vida de Marjane sob a forma de discos dos Abba e outros grupos musicais de relevo da época. A contrastar com a família moderna e claramente pró-ocidental estão os vizinhos e restantes habitantes do Irão que parecem aceitar o regime totalitário Iraniano.
"Persépolis" não apresenta a riqueza gráfica e digital de outras obras animadas, nem de longe nem de perto, usando cores escuras e traços animados simples, apelando ao tradicionalismo da animação, Persépolis aposta numa visível simplicidade que esconde uma complexa composição de cenas e imagens. Não quero dizer muito mais sobre o filme, acho que é uma obra a não perder. Compreendo que o filme não seja muito apelativo de um ponto de vista visual até porque há sempre aquela tendência do publico de torcer o nariz a produção não americanas (ainda por cima de animação) mas acreditem que vale a pena descobrir esta fantástica história.
Vozes de Chiara Mastroianni, Catherine Deneuve, Danielle Darrieux, Simon Abkarian
"Persépolis" perdeu o Óscar de Melhor Animação para "Ratatouille" da Disney/Pixar mas tendo em conta o passado da categoria e outros filmes de animação que estrearam em 2007, a nomeação do filme foi por si só uma vitória inesperada mas inteiramente merecida. Apesar de não ter levado nenhum Óscar para casa, "Persépolis" já tinha sido premiado no importante Festival de Cinema de Cannes. "Persépolis" destina-se mais concretamente aos adultos, não é a típica longa-metragem de animação que vemos ser produzida pela Disney ou pela Dreamworks, é uma obra mais séria que trata de assuntos mais complexos e pesados. O filme conta-nos a história de Marjane, uma jovem iraniana de oito anos que se vê no meio de uma das mais violentas e radicais revoluções do Médio Oriente, vivendo os primeiros dias da nova Republica Islâmica do Irão, um regime severo e controlador fiel às leis do Islão e que controla todos os aspectos da vida social e religiosa dos iranianos. A família de Marjane não é a tradicional família islâmica, cultos e modernos, os pais da menina mostram-se algo reticentes à “nova lei”. A própria Marjane sente-se injustiçada porque ela é uma ávida fã dos hobbies e gostos ocidentais e repentinamente vê-se obrigada pelo Estado a usar o véu islâmico e a ter o menor contacto possível com a cultura do Ocidente porque é considerada imoral e contraria aos bons costumes. Com o rebentar do conflito Iraque – Irão, Marjane é enviada pelos seus pais para a Áustria onde é finalmente livre de pensar e dizer o que quiser, habituando-se muito bem à vida de liberdade do Ocidente que contrasta com a vida de repressão do seu país. Apesar de bem adaptada à vida europeia, Marjane, um pouco mais velha, começa a sentir saudades da família e vai trocar a liberdade alcançada na Áustria pelo regime de tirania e repressão iraniano.
Todo o filme é uma autêntica lição de moral e liberdade, apresentando implicitamente o contraste entre a civilização Ocidental e Islâmica. Por um lado temos a ideal Ocidental de liberdade de expressão, riqueza cultural, respeito pelos direitos do homem e igualdade de oportunidades já no caso Islâmico, a jovem Marjane mergulha numa era de escuridão, repleta de fanatismo religioso, controlo excessivo do Estado com autenticas perseguições e severos castigos a quem não cumpra as suas leis. Pelos olhos de Marjane vamos aprendendo através de vários diálogos construtivos um pouco da história do Irão e da própria religião do Islão. Para abstrair um pouco a ideia rígida por detrás do argumento de "Persépolis", existem vários momentos cómicos que são protagonizados por Marjane, uma ideia bem pensada porque entre fanatismos religiosos e regimes de opressão sabe bem um pouco de alegria pelo meio. A narrativa de Persépolis é incrível e prende o espectador do principio ao fim. A sua história apresenta-nos como pano de fundo o trajecto politico do Irão no século XX, pode parecer um tema complexo (e acreditem que é) mas é tratado de uma forma muito rica e nada aborrecida. Politica e religião misturam-se constantemente, bem como a longínqua cultura Ocidental que aparece na vida de Marjane sob a forma de discos dos Abba e outros grupos musicais de relevo da época. A contrastar com a família moderna e claramente pró-ocidental estão os vizinhos e restantes habitantes do Irão que parecem aceitar o regime totalitário Iraniano.
"Persépolis" não apresenta a riqueza gráfica e digital de outras obras animadas, nem de longe nem de perto, usando cores escuras e traços animados simples, apelando ao tradicionalismo da animação, Persépolis aposta numa visível simplicidade que esconde uma complexa composição de cenas e imagens. Não quero dizer muito mais sobre o filme, acho que é uma obra a não perder. Compreendo que o filme não seja muito apelativo de um ponto de vista visual até porque há sempre aquela tendência do publico de torcer o nariz a produção não americanas (ainda por cima de animação) mas acreditem que vale a pena descobrir esta fantástica história.
Classificação - 4,5 Estrelas Em 5
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