sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Crítica - Saw IV (2004)

Realizado por Darren Lynn Bousman
Com Tobin Bell, Lyriq Bent, Costas Mandylor, Scott Patterson, Angus Macfadyen


Quem viu "Saw III" e o comparou com os outros dois filmes da saga ficou certamente desiludido, no entanto, ainda mais desiludido ficará com este "Saw IV", um dos piores filmes que já vi e que trás desonra ao nome desta fantástica saga. O argumento de "Saw IV" foge totalmente ao padrão criado até então, abrindo um abismo entre os demais, principalmente em relação ao primeiro filme de 2004. É simples explicar esta diferença abismal, os argumentistas não são os mesmos. Leigh Whannell, o grande responsável pelos argumentos anteriores, cedeu o seu lugar aos inexperientes Patrick Melton e Marcus Dunstan. Em "Saw IV" acompanhamos dois agentes do FBI especialistas em perfis psicológicos de criminosos. Eles ajudam o veterano detective Hoffman (Costas Mandylor) a desvendar os crimes do serial killer Jigsaw (Tobin Bell). Entretanto, o comandante Rigg (Lyriq Bent) da SWAT, é raptado e arrastado para mais um jogo mortal. A dupla do FBI entra imediatamente em acção e passa a seguir um rasto de cadáveres deixado pela cidade. As pistas levam-nos até Jill, uma mulher que era casada com John Kramer antes de este se tornar num assassino.
A única característica que se manteve intacta em "Saw IV" foi o facto do enredo mostrar diversas histórias que se cruzam no decorrer do filme, sem esquecer os flashbacks. Porém, a dupla de argumentistas exagerou na dosagem e criou um dos filmes mais confusos e sem sentido da história do cinema de terror, levando a saga "Saw" á sua primeira nota negativa dos críticos de Hollywood. O espectador perde-se na enorme quantidade de armadilhas e assassinatos e perde-se também no tempo, não distinguindo passado de actualidade. Nas produções anteriores, essa técnica é utilizada para criar grandes reviravoltas na história até chegar o momento da grande conclusão, tanto que, essa criatividade foi considerada uma inovação no género. Mas desta vez, o filme termina sem a menor pretensão de causar impacto. Pelo contrário, passa completamente despercebido, arruinando mais uma característica da saga, um final espectacular. Apesar de tudo, o filme possui alguns pontos positivos. Neste episódio, os fãs vão finalmente conhecer os detalhes da história de Jigsaw, irão portanto descobrir o verdadeiro motivo que o levou a transformar-se em serial killer. Quem gostou da linguagem visual repleta de cortes e efeitos de edição de "Saw II" e "Saw III", pode ficar descansado, pois Darren Lynn Bousman manteve a mesma linha nesta quarta entrega. Pelo menos esteticamente, "Saw IV" continua a seguir o mesmo padrão de qualidade, mas isso não basta. As armadilhas são sangrentas e perturbadoras mas em menos quantidade que o terceiro, por um lado isto é um facto positivo já que o terceiro exagerou na violência.
De forma geral, a sensação com que fiquei é que as boas ideias que fizeram os três filmes anteriores acabaram, a fonte secou. Se "Saw IV" não fizesse parte de uma saga de terror histórica, não sei se teria saído para o cinema, limitando-se a sair directamente para DVD. Na minha opinião, os filmes "Saw" deviam ter acabado numa trilogia mas a força capitalista dos estúdios tem destas coisas.

Classificação - 2 Estrelas Em 5

0 comentários :

Postar um comentário