Realizado por Darren Lynn Bousman
Com Tobin Bell, Lyriq Bent, Costas Mandylor, Scott Patterson, Angus Macfadyen
Com Tobin Bell, Lyriq Bent, Costas Mandylor, Scott Patterson, Angus Macfadyen
Quem viu "Saw III" e o comparou com os outros dois filmes da saga ficou certamente desiludido, no entanto, ainda mais desiludido ficará com este "Saw IV", um dos piores filmes que já vi e que trás desonra ao nome desta fantástica saga. O argumento de "Saw IV" foge totalmente ao padrão criado até então, abrindo um abismo entre os demais, principalmente em relação ao primeiro filme de 2004. É simples explicar esta diferença abismal, os argumentistas não são os mesmos. Leigh Whannell, o grande responsável pelos argumentos anteriores, cedeu o seu lugar aos inexperientes Patrick Melton e Marcus Dunstan. Em "Saw IV" acompanhamos dois agentes do FBI especialistas em perfis psicológicos de criminosos. Eles ajudam o veterano detective Hoffman (Costas Mandylor) a desvendar os crimes do serial killer Jigsaw (Tobin Bell). Entretanto, o comandante Rigg (Lyriq Bent) da SWAT, é raptado e arrastado para mais um jogo mortal. A dupla do FBI entra imediatamente em acção e passa a seguir um rasto de cadáveres deixado pela cidade. As pistas levam-nos até Jill, uma mulher que era casada com John Kramer antes de este se tornar num assassino.
A única característica que se manteve intacta em "Saw IV" foi o facto do enredo mostrar diversas histórias que se cruzam no decorrer do filme, sem esquecer os flashbacks. Porém, a dupla de argumentistas exagerou na dosagem e criou um dos filmes mais confusos e sem sentido da história do cinema de terror, levando a saga "Saw" á sua primeira nota negativa dos críticos de Hollywood. O espectador perde-se na enorme quantidade de armadilhas e assassinatos e perde-se também no tempo, não distinguindo passado de actualidade. Nas produções anteriores, essa técnica é utilizada para criar grandes reviravoltas na história até chegar o momento da grande conclusão, tanto que, essa criatividade foi considerada uma inovação no género. Mas desta vez, o filme termina sem a menor pretensão de causar impacto. Pelo contrário, passa completamente despercebido, arruinando mais uma característica da saga, um final espectacular. Apesar de tudo, o filme possui alguns pontos positivos. Neste episódio, os fãs vão finalmente conhecer os detalhes da história de Jigsaw, irão portanto descobrir o verdadeiro motivo que o levou a transformar-se em serial killer. Quem gostou da linguagem visual repleta de cortes e efeitos de edição de "Saw II" e "Saw III", pode ficar descansado, pois Darren Lynn Bousman manteve a mesma linha nesta quarta entrega. Pelo menos esteticamente, "Saw IV" continua a seguir o mesmo padrão de qualidade, mas isso não basta. As armadilhas são sangrentas e perturbadoras mas em menos quantidade que o terceiro, por um lado isto é um facto positivo já que o terceiro exagerou na violência.
De forma geral, a sensação com que fiquei é que as boas ideias que fizeram os três filmes anteriores acabaram, a fonte secou. Se "Saw IV" não fizesse parte de uma saga de terror histórica, não sei se teria saído para o cinema, limitando-se a sair directamente para DVD. Na minha opinião, os filmes "Saw" deviam ter acabado numa trilogia mas a força capitalista dos estúdios tem destas coisas.
Classificação - 2 Estrelas Em 5
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