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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

A Estatística de Rambo e o Filme de Acção

Rambo: A Fúria do Herói (1982)/ Rambo II: A Vingança do Herói
(1985)

Rambo III (1988)

John Rambo (2008)

Número de "maus" mortos por Rambo sem a sua t-shirt vestida

1

12

33

83

Número de "maus" mortos por Rambo com a sua t-shirt vestida

0

46

45

0

Número de "maus" mortos por cúmplices de Rambo a actuarem sozinhos

0

10

17

40

Número de "bons" mortos por "maus"

0

1

37

113

Número total de mortos

1

69

132

236

Número de pessoas mortas por minuto

0,01

0,72

1,30

2,59

Tempo de filme em que a primeira pessoa é morta (minutos:segundos)

29:31

33:34

41:19

3:22

Sequências em que Rambo é alvejado sem qualquer resultado

12

24

38

2

Número de sequências em que os "bons" são torturados pelos "maus"

2

5

7

3

Número de cenas de sexo

0

0

0

0

Semelhante estatística pode parecer estranha a uma primeira vista. Esquecendo por agora o facto de haver alguém por aí que veja os filmes "Rambo" protagonizados por Sylvester Stallone com o propósito de fazer tais contabilidades, parecem-me curiosos alguns dos números aqui reproduzidos. Acreditando que a contagem seja fidedigna (?!), creio ser importante realçar alguns elementos, que, indirectamente, mostram alguma coisa acerca do cinema de acção (por filme de acção, refiro-me aqui ao modelo deixado nos anos 80 e 90 por Stallone e Swarzenegger) que as audiências actuais esperam ver. Para além do aumento natural do número de mortes, quando comparando o primeiro filme de 1982 e o mais recente, é notória a maior rapidez com que essas mortes acontecem e o aumento da média de mortes ao longo de todo o filme. No primeiro "Rambo", as mortes são diminutas (é outro tipo de filme é certo). Vão aumentando até às 236 contabilizadas neste "estudo", perfazendo agora 2,59 pessoas mortas por minuto de filme. A juntar a isto, vemos de igual modo que é reduzido o tempo de filme até à primeira morte acontecer: em John Rambo a primeira morte acontece logo aos 3 minutos e pouco, enquanto que em Rambo III (tido como o mais violento até então) isso acontece apenas aos 41 minutos sensivelmente. Outro dado curioso - e que diz muito daquilo que é o blockbuster actual -, é o número de vezes em que o protagonista é atingido sem qualquer efeito prático: no filme recém-estreado temos 2 vezes, nos anteriores números que fazem de Rambo um super-herói inumano, com 12, 24, 38 vezes. Por fim, outro número que me intriga, o zero que representa as cenas de sexo - esse inalterado ao longo de todas as edições de Rambo. Esta colheita de dados - enfadonha de certo para quem lê - revela aquilo que me parece ser o que virá a definir o protótipo do filme de acção herdeiro dos "action heroe" dos anos 80 e 90. Vemos que aumenta a violência - cada vez mais gráfica e simulacro da vida real -, vemos que aumenta a rapidez da acção e a verosimilhança da mesma. Os "Rambos" invencíveis representados por um Schwarzenegger ou um Stallone de outros tempos, foram actualizados, transformando-se agora em seres humanos psicologicamente trabalhados ou, pelo menos, mais humanos no que se refere às suas capacidades físicas. Este Rambo de Stallone é, de certa forma, um reflexo de uma modernidade que não mais recebe como adquirido o homem lutador com força sobre humana. Por outro lado, vemos que o filme que se assume como de "acção" tem de ter efectivamente acção, tem de seguir com um ritmo elevado, com poucos momentos de pausa; o número indicador do tempo da primeira morte em John Rambo ilustra isso mesmo. Curiosa continua a ser a relação entre o filme de acção e as cenas de sexo. O sexo continua, parece-me, a ser tabu nos filmes de acção pura - o herói dos anos 80 continua a não ser sexuado. Em suma, por caricatos que sejam estes estudos, a verdade é que mostram também alguma coisa sobre a nossa sociedade. Esse, é tópico para outras andanças.

Tabela Adaptada de:
http://www.slashfilm.com/wp/wp-content/images/rambo-death-chart.jpg

P.S.: publicar tabelas em blogue não é boa ideia, espero que dê para perceber tudo.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Crítica - Rambo (2008)

Realizado por Sylvester Stallone
Com Sylvester Stallone, Julie Benz, Matthew Marsden, Graham McTavish

"Rambo 3" estreou nas salas de cinemas mundiais em 1988, vinte anos depois estreia "Rambo 4" a nova aventura do militar veterano John Rambo. Este filme marca não só o regresso da saga ao grande ecrã mas também a primeira incursão de Sylvester Stallone como realizador. Não se pode dizer que este filme seja muito diferente dos seus antepassados, é verdade que Stallone está mais velho e que a saga já não tem o impacto que tinha à vinte anos atrás até porque os tempos são outros e a competição nas bilheteiras também mas é verdade que a essência e o espírito da saga estão bem presentes. "Rambo 4" tem uma história muito semelhante aos filmes anteriores, aliás, devo dizer que o argumento deste quarto filme é uma cópia com modificações da história do terceiro, assim sendo, mais uma vez temos um John Rambo reformado e a viver pacificamente até que é chamado para salvar o dia num terrorífico cenário de guerra mas desta vez tem que salvar um grupo humanitário das mãos do exército birmanes. Esta quarta entrega não tem muito sentido é apenas mais do mesmo, um filme carregado de violência e sangue. Compreende-se a ideia de fazer regressar um clássico blockbuster mas, ao contrário de outros clássicos como "Indiana Jones" e "Rocky" que também regressam ao cinema após décadas de descanso, "Rambo" não tem uma história continuada ou uma mítica banda sonora e para além de John Rambo não existe mais nenhuma personagem mediática. "Rambo" só tem basicamente o nome e fama provenientes do século passado. "Rambo" é simplesmente um filme vazio sem história e brilho onde temos uma dose excessiva de guerra e violência.
Não posso culpar Stallone pelo fracasso desta obra. A sua interpretação como actor mantém-se intacta já a sua forma de realizar é fraca e denota inexperiência mas, na minha opinião, nem o melhor realizador do mundo podia fazer de "Rambo 4" um filme de sucesso que prestasse a devida homenagem à saga. O problema do filme é que nos dias de hoje o púbico geral não quer filmes de violência pura e dura, quer sim filmes com um forte argumento e que possa satisfazer as suas necessidades de entretenimento. Ora a fórmula de "Rambo" poderia resultar nos anos 70/80 onde a Guerra Fria estava em alta e principalmente os americanos sentiam necessidade de descarregar a sua frustração nesses filmes de guerra e violência mas actualmente não se justifica. A própria pobreza dos “inimigos” de Rambo chega a ser patética porque se antigamente John Rambo lutava contra os exércitos das maiores potências do mundo mas agora está reduzido a um contingente birmanês simplesmente patético. E os inimigos são só a ponta do iceberg deste filme sem sentido. A isto temos que juntar as sequências lentas e fracas de acção, os diálogos pobres e sem sentido, uma falta de credibilidade incrível na história do filme, a ausência de pormenores e de efeitos especiais que pudessem abrilhantar a obra. "Rambo" foi apenas uma triste intenção de marketing que resultou muito mal. A saga nunca deveria ter sido renascida porque o tempo de Rambo já passou e se há filmes que vale a pena trazer de volta há outros como Rambo que devem ficar enterrados no passado.

Classificação - 2 Estrelas Em 5