domingo, 22 de agosto de 2010

Crítica – Crash (1996)

Realizado por David Cronenberg
Com James Spader, Holly Hunter, Elias Koteas

Super filme de culto gore, o polémico Crash devia ser, em meu entender, classificado para maiores de trinta e cinco e com comprovativo de sanidade mental. Cronenberg no auge de si mesmo, adapta aqui ao grande ecrã a obra de J. G. Ballard sobre a fusão da estimulação sexual com a adrenalina dos acidentes de automóveis.
James Ballard (James Spader) entra num mundo que nunca julgou possível existir depois de um violento acidente de automóvel. Nesta vertigem sexual-paranóica arrasta consigo a mulher, Catherine (Deborah Unger), com quem já mantinha uma problemática vida sexual. Muito sangue, muita manipulação dos corpos, muita segregação de adrenalina constroem um universo estranhíssimo onde o terror, à boa maneira do realizador, reside dentro do corpo de cada uma das personagens. As figuras são feias, tanto como pessoas como fisicamente, o argumento é tenebroso, a sensação transmitida ao espectador é desagradável mas talvez por isso mesmo, ao assistirmos a Crash, sentimos que este filme pode, realmente, criar um movimento de culto em seu redor e motivar praticas perversas e fatais, sentindo-nos desconcertados pelos limites aos quais a mente humana pode chegar.


Pessoalmente nunca gostei das propostas de Cronenberg desde que em adolescente assisti pela primeira vez a um filme para adultos à noite no cinema, era The Fly. No entanto, não conseguimos ficar indiferentes e a este tipo de terror, num momento de tão grande crise do género, nem não nos deixar tocar pelas marcas tão características do realizador. O filme recebeu o premio especial do júri em Cannes em 1996 e foi nomeado no mesmo ano para a Palma de Ouro.

Classificação - 5 Estrelas Em 5

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