Realizado por Steven Soderbergh
Com Benicio Del Toro, Catalina Sandino Moreno, Demián Bichir, Rodrigo Santoro
A vida militar do mítico guerrilheiro socialista Che Guevara já originou dezoito filmes biográficos nos últimos quarenta anos, um número bastante impressionante que agora é aumentado pelas duas obras de Steven Soderbergh que apostam num relato bastante profundo e exacto dos acontecimentos que antecederam e sucederam à Revolução Cubana de 1956.
O guionista Peter Buchman assina o argumento deste primeiro filme que se baseia nos escritos presentes no livro Reminiscences of the Cuban Revolutionary War, escrito pelo próprio Che Guevara. A história do filme inicia-se em 1954 mas a verdadeira história começa dois anos antes em Cuba quando o General Batista toma o poder e anula as eleições. Um jovem advogado chamado Fidel Castro (Demián Bichir) decide confrontar o poder e, depois de uma tentativa de levantamento popular em 1953 que o leva dois anos à prisão, exila-se no México. Durante estes anos, um jovem médico argentino chamado Ernesto Guevara (Benicio Del Toro) também luta pelos seus ideais e acaba por ter de se refugiar no México, onde vai conhecer o grupo revolucionário cubano. De um encontro em 1955 entre Fidel e Che nasce o momento chave na história de Cuba. Em 1956, Fidel chega à ilha com 80 homens e o objectivo de derrubar a ditadura de Batista. Apenas 12 guerrilheiros sobrevivem, entre os quais Che que vai provar ao longo dos anos as suas qualidades de combatente que o levam a tornar-se no rosto mítico da revolução socialista em Cuba.
Como já referi, a vida de Che Guevara deu origem a dezoito biografias cinematográficas que caracterizaram amplamente a personalidade e a mentalidade deste famoso guerrilheiro. No entanto, esta obra de Steven Soderbergh diverge bastante desse conceito porque prefere apostar no relato exacto dos acontecimentos que antecederam a famosa Revolução Socialista de Cuba. Steven Soderbergh nunca aborda em pormenor o lado mais íntimo de Che Guevara, limita-se apenas a contextualizar as suas acções militares no âmbito da complexa Revolução Cubana. O único momento em que somos apresentados ao lado mais pessoal do guerrilheiro é quando este integra a delegação cubana na ONU. Durante este período, o eterno militar exibe o seu lado mais diplomático e idealista que demonstra na perfeição a sua personalidade culta e socialista. O lado intelectual de Che Guevara também é demonstrado durante as várias batalhas que antecedem a Revolução e onde Che exibe na perfeição a sua destreza táctica e militar. É durante este conturbado período que Che exprime as suas opiniões mais radicais, defendendo entre outras ideologias, a progressiva independência económica da América Latina em relação aos EUA.
Históricamente, esta primeira parte de “Che” aborda com grande exactidão as diversas batalhas travadas por Che Guevara e os vários movimentos políticos que os irmãos Castro operaram para chegar ao poder. Estas acções militares e políticas são retractadas com bastante objectivismo e transparência que reforçam a natureza biográfica e precisa do filme. Na minha opinião, esta obra mistura na perfeição as essências do documentário e da biografia porque retrata com bastante precisão histórica, as acções dos grandes rostos da Revolução que são alvo dum tratamento bastante correcto e objectivo, no entanto, acho que Che Guevara poderia ter sido alvo de um tratamento biográfico mais profundo e intimista que revelasse concretamente o seu lado mais pessoal.
Tecnicamente, “Che – The Argentine” apresenta uma fotografia bastante verdejante porque grande parte da acção passa-se nas florestas da América Latina. É nestes espaços verdejantes que ocorrem as constantes batalhas entre guerrilhas e exércitos que apresentam traços bastante realistas que nos transportam para o meio da sangrenta e violenta confusão bélica. É graças a este inerente realismo causado, em grande parte, pela realização astuta de Steven Soderbergh que as cenas bélicas assumem-se como um dos pontos fortes do filme. Esta obra é protagonizada por alguns actores de qualidade, nomeadamente Benicio Del Toro que interpreta na perfeição Che Guevara. Os irmãos Castro também foram muito bem interpretados pelo mexicano Demián Bichir e pelo brasileiro Rodrigo Santoro. A conclusão de “Che” estreia em Portugal no princípio de Abril. Essa parte irá aprofundar os acontecimentos que ocorreram após a Revolução Cubana e que culminaram com a morte de Che Guevara. Quanto a esta primeira parte fica um registo bastante positivo porque conseguiu retratar fielmente a história de Che Guevara e do Movimento Revolucionário sem incutir grandes subjectivismos e invenções.
Com Benicio Del Toro, Catalina Sandino Moreno, Demián Bichir, Rodrigo Santoro
A vida militar do mítico guerrilheiro socialista Che Guevara já originou dezoito filmes biográficos nos últimos quarenta anos, um número bastante impressionante que agora é aumentado pelas duas obras de Steven Soderbergh que apostam num relato bastante profundo e exacto dos acontecimentos que antecederam e sucederam à Revolução Cubana de 1956.
O guionista Peter Buchman assina o argumento deste primeiro filme que se baseia nos escritos presentes no livro Reminiscences of the Cuban Revolutionary War, escrito pelo próprio Che Guevara. A história do filme inicia-se em 1954 mas a verdadeira história começa dois anos antes em Cuba quando o General Batista toma o poder e anula as eleições. Um jovem advogado chamado Fidel Castro (Demián Bichir) decide confrontar o poder e, depois de uma tentativa de levantamento popular em 1953 que o leva dois anos à prisão, exila-se no México. Durante estes anos, um jovem médico argentino chamado Ernesto Guevara (Benicio Del Toro) também luta pelos seus ideais e acaba por ter de se refugiar no México, onde vai conhecer o grupo revolucionário cubano. De um encontro em 1955 entre Fidel e Che nasce o momento chave na história de Cuba. Em 1956, Fidel chega à ilha com 80 homens e o objectivo de derrubar a ditadura de Batista. Apenas 12 guerrilheiros sobrevivem, entre os quais Che que vai provar ao longo dos anos as suas qualidades de combatente que o levam a tornar-se no rosto mítico da revolução socialista em Cuba.
Como já referi, a vida de Che Guevara deu origem a dezoito biografias cinematográficas que caracterizaram amplamente a personalidade e a mentalidade deste famoso guerrilheiro. No entanto, esta obra de Steven Soderbergh diverge bastante desse conceito porque prefere apostar no relato exacto dos acontecimentos que antecederam a famosa Revolução Socialista de Cuba. Steven Soderbergh nunca aborda em pormenor o lado mais íntimo de Che Guevara, limita-se apenas a contextualizar as suas acções militares no âmbito da complexa Revolução Cubana. O único momento em que somos apresentados ao lado mais pessoal do guerrilheiro é quando este integra a delegação cubana na ONU. Durante este período, o eterno militar exibe o seu lado mais diplomático e idealista que demonstra na perfeição a sua personalidade culta e socialista. O lado intelectual de Che Guevara também é demonstrado durante as várias batalhas que antecedem a Revolução e onde Che exibe na perfeição a sua destreza táctica e militar. É durante este conturbado período que Che exprime as suas opiniões mais radicais, defendendo entre outras ideologias, a progressiva independência económica da América Latina em relação aos EUA.
Históricamente, esta primeira parte de “Che” aborda com grande exactidão as diversas batalhas travadas por Che Guevara e os vários movimentos políticos que os irmãos Castro operaram para chegar ao poder. Estas acções militares e políticas são retractadas com bastante objectivismo e transparência que reforçam a natureza biográfica e precisa do filme. Na minha opinião, esta obra mistura na perfeição as essências do documentário e da biografia porque retrata com bastante precisão histórica, as acções dos grandes rostos da Revolução que são alvo dum tratamento bastante correcto e objectivo, no entanto, acho que Che Guevara poderia ter sido alvo de um tratamento biográfico mais profundo e intimista que revelasse concretamente o seu lado mais pessoal.
Tecnicamente, “Che – The Argentine” apresenta uma fotografia bastante verdejante porque grande parte da acção passa-se nas florestas da América Latina. É nestes espaços verdejantes que ocorrem as constantes batalhas entre guerrilhas e exércitos que apresentam traços bastante realistas que nos transportam para o meio da sangrenta e violenta confusão bélica. É graças a este inerente realismo causado, em grande parte, pela realização astuta de Steven Soderbergh que as cenas bélicas assumem-se como um dos pontos fortes do filme. Esta obra é protagonizada por alguns actores de qualidade, nomeadamente Benicio Del Toro que interpreta na perfeição Che Guevara. Os irmãos Castro também foram muito bem interpretados pelo mexicano Demián Bichir e pelo brasileiro Rodrigo Santoro. A conclusão de “Che” estreia em Portugal no princípio de Abril. Essa parte irá aprofundar os acontecimentos que ocorreram após a Revolução Cubana e que culminaram com a morte de Che Guevara. Quanto a esta primeira parte fica um registo bastante positivo porque conseguiu retratar fielmente a história de Che Guevara e do Movimento Revolucionário sem incutir grandes subjectivismos e invenções.
Classificação - 3,5 Estrelas Em 5
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