sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Crítica – Trainspotting (1996)

Realizado por Danny Boyle
Com Ewan McGregor, Ewen Bremmer, Jonny Lee Miller, Robert Carlyle

O cineasta inglês Danny Boyle, o grande vencedor dos Globos de Ouro deste ano com “Slumdog Millionaire”, realizou em 1996 aquele que talvez seja, o seu mais conceituado e célebre trabalho, tendo em conta que ainda não vi o aclamado “Slumdog Millionaire”. Penso que o filme, faz lembrar em certos aspectos o célebre “Clockwork Orange” de Stanley Kubrick, se bem que o assunto não é o mesmo, pelo que não se trata de uma obra-prima do cinema. Mas é, de qualquer forma, uma obra de grande qualidade que vale a pena ser vista. O tema fulcral do filme é a dependência das drogas, principalmente da heroína, da qual um grupo de jovens se torna altamente dependente para fugir a uma sociedade preconceituosa, hipócrita e sem rumo. Daí o refúgio na heroína, para ultrapassar os problemas de depressão, desilusão e angústia. Esses jovens são o inteligente Renton (Ewan McGregor), o trapalhão Spud (Ewen Bremmer), o interesseiro Sick Boy (Jonny Lee Miller) e o violento Begbie (Robert Carlyle), sendo que este último, apenas tinha o vício do álcool. Neste capítulo, o filme também retrata o factor da amizade, ao analisar intrinsecamente se estes jovens são assim tão amigos como parecem, visto haver uma degradação progressiva do relacionamento entre eles, há medida que a situação se vai tornando insustentável.
Os pontos fortes deste filme psicadélico incluem uma luxuosa banda sonora (desde Primal Scream a Iggy Pop, passando também por Lou Reed e Underworld), umas boas cenas satíricas como a da sanita, a do bebé no tecto e a da piada ao povo escocês (o filme é gravado na Escócia) e ainda as grandes interpretações de Robert Carlyle e Ewan McGregor (que muito provavelmente contribuiu para o catapultamento do mesmo, para filmes como Moulin Rouge ou Star Wars). Os pontos fracos do filme incluem uma certa repetição de algumas cenas, o facto da dependência da heroína não ser tão fácil de curar como o filme faz parecer e o argumento, que não parece ser de todo 100% original, porque este filme lembra-me de facto a obra-prima “Clockwork Orange”, se bem que este guião foi nomeado para os Óscares na categoria de Melhor Argumento Adaptado. No entanto, apesar destes pontos fracos, estamos perante um filme de grande qualidade que nos deixa a pensar nele durante um bom par de horas. O filme mostra também que Danny Boyle é um cineasta talentoso que não tem de provar nada a ninguém.

Classificação -4 Estrelas Em 5

Escrito e Enviado por Slrem

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