sábado, 8 de março de 2008

Crítica - The Hunting Party (2007)


Realizado por Richard Shepard
Com Richard Gere, Terrence Howard, Jesse Eisenberg, Diane Kruger

“The Hunting Party” é um filme realizado e escrito por Richard Shepard que se baseia em vários artigos jornalísticos posteriores à guerra da Bósnia. Trata-se de uma história ambientada no pós-guerra bósnio, contendo no seu argumento elementos fictícios e reais. É uma história sobre dois correspondentes estrangeiros de guerra que tomam a decisão de ir à procura de um perigoso criminoso de guerra que escapou durante os atribulados dias finais do conflito. Se conseguirem capturar o infame criminoso, não só terão o reconhecimento internacional mas também acesso directo ao furo jornalístico do século. Antes do fim da guerra da Bósnia, o repórter de guerra Simon Hunt (Richard Gere) era considerado um dos melhores da sua área tendo protagonizado incríveis coberturas dos conflitos em sítios como o El Salvador e o Iraque, contudo durante a cobertura jornalística do conflito na Bósnia, Simon tem um colapso emocional em frente das câmaras, o que leva ao seu despedimento, após esse fatídico dia mais ninguém ouviu falar de Simon Hunt. Cinco anos depois, o ex-cameramen de Hunt, Duck (Terrence Howard) regressa a Sarajevo para cobrir as festividades do 5º aniversário do fim do conflito e traz consigo um novato repórter Benjamin (Jesse Eisenberg). Para a surpresa dos dois, Simon reaparece, prometendo-lhes o furo jornalístico do século e com ele a sua hipótese de voltar ao activo. A missão que Hunt propõem não é nada fácil mas é muito aliciante, descobrir o paradeiro de um perigoso criminoso de guerra que fugiu ás autoridades internacionais durante os últimos dias do conflito de à cinco anos atrás. Uma missão difícil que os vai levar às profundezas do mundo da criminalidade e que poderá representar a sua morte ou a glória.
Richard Shepard apresenta-nos um trabalho competente na sua função como realizador, apresentando um nível técnico razoável apesar de não apresentar grandes inovações ou de não arriscar mais em planos arriscados que poderiam enriquecer muito mais a qualidade das cenas. Contudo, na sua função como guionista, Shepard não se saiu tão bem. O argumento do filme é extremamente incoerente, apresentado falhas graves ao nível do desenlace da história e do passado das personagens, em particular de Simon Hunt. Ao argumento falta essencialmente mais profundidade e mais informação, toda a história precisava de apoios mais fortes e a falta desses apoios acaba por fornecer uma história oca e desinteressante que acaba por se tornar enfadonha, o que é um péssimo sinal quando estamos a falar de filmes com a temática de guerra como pano de fundo. Os três actores principais do filme acabam por dar alguma dignidade a este filme, apresentando um trabalho exemplar. Terrence Howard, que tem feito alguns interessantes trabalhos secundários em filmes como “Awake” e “The Brave One” volta a ter um papel interessante em “The Hunting Party” na pele de Duck, um camaramen que parece ser a única pessoa que compreende o complexo Simon. Outra boa performance é a de Jesse Eisenberg que surpreende bastante com a sua interpretação do jovem e inexperiente Benjamin, foi uma surpresa agradável visto que os seus últimos trabalhos convenceram muito a crítica, como foi o caso do seu papel em “The Village”. Mas o grande destaque vai para Richard Gere que regressa à sua forma habitual depois de alguns trabalhos menos bem conseguidos. Gere tem neste filme uma boa interpretação que o pode lançar novamente no caminho dos bons papeis em filmes de maior qualidade que este “The Hunting Party”. O restante elenco simplesmente passa despercebido já que o filme se centra nestas três personagens, contudo é de realçar pela negativa a presença de Diane Kruger que volta a mostrar que não tem o talento necessário para vincar em Hollywood.
Apesar da excelente performance dos três actores principais e de uma realização satisfatória de Richard Shepard, “The Hunting Party” não passa de um filme medíocre. Tem uma história desinteressante e sem profundidade e mal construída já que nos apresenta uma confusão de estilos e géneros que acaba por tornar o filme confuso e incoerente que para além de previsível e enfadonho tem um final sem sentido, completamente abstraído do restante filme, uma fotografia e outros aspectos técnicos demasiado básicos e sem valor e um elenco secundário que não acompanha a qualidade do principal. No fundo, uma obra sem grande valor que se sustenta apenas em dois aspectos positivos.

Classificação - 2 Estrelas Em 5

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