quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Crítica - Silent Hill (2006)

Realizado por Christophe Gans
Com Radha Mitchell, Sean Bean, Laurie Holden, Deborah Kara Unger e Jodelle Ferland

Para mim, este foi o filme-surpresa do ano que está prestes a chegar ao fim. Tive que esperar 1 ano inteiro por este filme (nos EUA já tinha estreado em Abril de 2006 e inexplicavelmente só em Abril de 2007 estreou no nosso país). Cheguei a pensar que o filme não iria ver as salas de cinema portuguesas mas enfim, após uma longa espera, finalmente pude ver "Silent Hill" (ou o infeliz título português "A Maldição do Vale") no cinema. E a espera valeu a pena! Confesso que o filme me surpreendeu. Não estava à espera de encontrar uma história, realização e adaptação tão madura e corajosa... O filme é brutal, negro e por vezes, chega a assustar, recriando com sucesso o universo terrífico e perturbador que deu fama ao jogo. De facto, as pessoas envolvidas no projecto não tiveram medo (finalmente!) de fazer um filme de terror realista, mórbido, negro e perturbador, criando uma adaptação fiel do jogo e do seu ambiente assustador. O filme tem duas horas e meia de duração (o que é raríssimo neste tipo de filmes, mas que é óptimo, pois dá tempo para aprofundar e desenvolver a história e a evolução das personagens sem a habitual "correria"). A história consiste no seguinte: cada vez mais preocupada com os episódios psicóticos e deambulatórios da sua filha, Rose Da Silva (Radha Mitchell) decide levá-la à cidade remota de Silent Hill, (único local constantemente referenciado pela criança durante esses episódios) na esperança de poder resolver a situação da filha. Antes de chegar à cidade e após um acidente com o carro onde ambas viajavam, Rose vê que a filha desapareceu e inicia uma busca que a irá levar aos recantos do mais negro Inferno – o perturbador passado de Silent Hill.
A história parece simples e banal, mas ao longo do filme o argumento complica-se e torna-se bastante interessante. A recriação dos ambientes do jogo e também certos pormenores doentios e perturbadores estão excelentes! Claro que numa adaptação de algo tão adorado e famoso, há sempre aquela sensação de que poderia estar ainda melhor... Mas ainda assim, o filme está bastante bom. Nota-se que é um filme maduro, para adultos e não para adolescentes (é verdade, não há cenas de raparigas giras no duche, nem há metralhadoras nem explosões por todo o lado!). De facto, o filme explora (tal como o jogo e tal como tinha de ser) mais o lado psicológico das personagens e a sua evolução naquele mundo aterrador. Comparando com a imbecil e incompetente (para não lhe chamar outros nomes) adaptação do grande "Resident Evil", esta adaptação de "Silent Hill" está infinitamente superior, aproveitando o grande potencial do jogo e da sua história. Aconselho assim (aos fãs do jogo e dos filmes de terror) este "Silent Hill". Um filme a descobrir por quem o conseguir arranjar, já que após o atraso na distribuição para o cinema, existe agora também um grande atraso na distribuição para o formato DVD. O que infelizmente me leva a crer que nunca irá sair para o mercado português (tal como o filme “Good Night And Good Luck” de George Clooney).

Classificação - 4 Estrelas Em 5

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