Realizado por Woody Allen
Com Gemma Jones, Naomi Watts, Josh Brolin, Anthony Hopkins, Freida Pinto, Antonio Banderas
Indubitavelmente, Woody Allen é um daqueles invulgares génios da Sétima Arte que consegue fazer cinema de autor para grandes massas. Geralmente, cinema de autor e salas de exibição a abarrotar de público são dois naipes que não constam do mesmo baralho. Precisamente porque o cinema de autor, pela sua idiossincrasia e excentricidade, não costuma estar em sintonia com os gostos mais comerciais do grande público. Mas os filmes do mestre Woody, sempre fiéis à sua forma muito peculiar de ver o mundo e de analisar as interacções dos seres humanos, conseguem despertar grandes paixões e esgotar sessões umas atrás das outras. E é por isto que Woody Allen continua a desempenhar um papel muito especial no seio da Sétima Arte, divertindo o espectador e disparando críticas mordazes à sociedade como poucos realizadores contemporâneos têm coragem de fazer.
Com Gemma Jones, Naomi Watts, Josh Brolin, Anthony Hopkins, Freida Pinto, Antonio Banderas
Indubitavelmente, Woody Allen é um daqueles invulgares génios da Sétima Arte que consegue fazer cinema de autor para grandes massas. Geralmente, cinema de autor e salas de exibição a abarrotar de público são dois naipes que não constam do mesmo baralho. Precisamente porque o cinema de autor, pela sua idiossincrasia e excentricidade, não costuma estar em sintonia com os gostos mais comerciais do grande público. Mas os filmes do mestre Woody, sempre fiéis à sua forma muito peculiar de ver o mundo e de analisar as interacções dos seres humanos, conseguem despertar grandes paixões e esgotar sessões umas atrás das outras. E é por isto que Woody Allen continua a desempenhar um papel muito especial no seio da Sétima Arte, divertindo o espectador e disparando críticas mordazes à sociedade como poucos realizadores contemporâneos têm coragem de fazer.
É a contar histórias que Woody desanuvia os seus fantasmas. É a realizar obras cinematográficas que ele encontra o seu espaço de catarse pessoal. E por esta razão, os seus filmes nunca são vazios de significado. Todos eles detêm uma mensagem que o brilhante realizador nova-iorquino pretende transmitir. Uma mensagem que, benemeritamente, faz por abrir os olhos do espectador para a crua e dura realidade quotidiana. Uma realidade sem fantasias cor-de-rosa. Uma realidade onde os seres humanos vivem num estado de inquietude constante e onde o happy-ending parece não ter qualquer cabimento. Uma realidade pautada pelas crises existenciais e pela insegurança (ou fragilidade) das relações românticas. Uma realidade negra e profundamente trágica, onde contos de príncipes encantados e o célebre “viveram felizes para sempre” não passam de idiotices pegadas. Uma realidade reconhecidamente “Woodyana”, mas que, ainda assim, não deixa de apresentar altas doses de um humor cáustico e profundamente cativante.
Ora, “You Will Meet a Tall Dark Stranger” não escapa a esta fórmula de contar histórias tão própria do mestre Woody. Estamos perante uma obra que, uma vez mais, nos dá muito que pensar e que, acima de tudo, nos deslumbra pela audácia e despretensão com que disseca a verdadeira natureza do Homem. O genial argumento do cineasta põe a nu todas as imperfeições do ser humano, brindando-nos com um rol de personagens que têm tanto de adoráveis como de ridículas. E é precisamente no argumento e no virtuosismo do fabuloso elenco de actores que se encontram as maiores forças deste filme (como, aliás, já é habitual em qualquer obra de Woody Allen). Aqui não há espaço para explosões ou furiosas perseguições de carros pelas auto-estradas. Aqui há apenas um conjunto de diálogos absolutamente fenomenal e uma exibição de personagens que, por serem um retrato exacto do homem e da mulher comuns, nos obrigam a simpatizar com elas e com as suas problemáticas.
Ora, “You Will Meet a Tall Dark Stranger” não escapa a esta fórmula de contar histórias tão própria do mestre Woody. Estamos perante uma obra que, uma vez mais, nos dá muito que pensar e que, acima de tudo, nos deslumbra pela audácia e despretensão com que disseca a verdadeira natureza do Homem. O genial argumento do cineasta põe a nu todas as imperfeições do ser humano, brindando-nos com um rol de personagens que têm tanto de adoráveis como de ridículas. E é precisamente no argumento e no virtuosismo do fabuloso elenco de actores que se encontram as maiores forças deste filme (como, aliás, já é habitual em qualquer obra de Woody Allen). Aqui não há espaço para explosões ou furiosas perseguições de carros pelas auto-estradas. Aqui há apenas um conjunto de diálogos absolutamente fenomenal e uma exibição de personagens que, por serem um retrato exacto do homem e da mulher comuns, nos obrigam a simpatizar com elas e com as suas problemáticas.
Pois como poderíamos deixar de simpatizar com tamanha amálgama de personagens neuróticas e profundamente desajustadas? Alfie (um hilariante Anthony Hopkins de tez morena e fatos aprumados) é um sexagenário cheio de dinheiro que, vendo os últimos dias da sua vida aproximarem-se a uma perigosa velocidade, se divorcia da pobre Helena (fantástica Gemma Jones que, apesar de ser o membro menos conhecido do elenco de protagonistas, é quem brilha mais alto) para procurar consolo nos braços de uma ex-actriz pornográfica totalmente desmiolada. Traumatizada com o súbito abandono do marido, Helena procura, por sua vez, consolo nas indicações de uma cartomante fraudulenta e passa os dias a fazer a vida negra à sua filha Sally (Naomi Watts) e ao seu genro Roy (Josh Brolin). Insatisfeita com o seu próprio matrimónio, Sally apaixona-se também pelo seu garboso patrão (Antonio Banderas) enquanto sonha em constituir família e abrir a sua própria galeria de arte. E Roy – um romancista em declínio de carreira – passa os dias a sonhar com Dia (belíssima Freida Pinto), sua exótica e mais recente vizinha que, para seu tremendo azar, já se encontra noiva de um homem que trabalha no estrangeiro. Todas estas personagens vivem num estado de constante angústia e crise pessoal. E por mais que queiram endireitar as suas vidas, todas elas acabam por cair num monte de embrulhadas que fazem as delícias do espectador mais refinado.
Depois do divertido “Whatever Works”, Woody regressa à magnífica cidade de Londres para nos presentear com aquela que pode muito bem ser considerada a sua melhor obra desde “Vicky Cristina Barcelona” (obra com a qual este filme partilha inúmeras semelhanças, aliás). “You Will Meet a Tall Dark Stranger” não tem como desiludir os fãs mais acérrimos do neurótico realizador nova-iorquino. Todos os condimentos de um filme tipicamente “Woodyano” encontram-se presentes e são-nos servidos de uma forma sempre muito dinâmica e divinalmente equilibrada. “You Will Meet a Tall Dark Stranger” oferece-nos tudo aquilo que já esperávamos e muito mais, estando carregado de situações tragicamente hilariantes que, decerto, agradarão a todos os tipos de público. Uma obra a não perder, portanto, dado que se trata de puro “Woody vintage”.
Depois do divertido “Whatever Works”, Woody regressa à magnífica cidade de Londres para nos presentear com aquela que pode muito bem ser considerada a sua melhor obra desde “Vicky Cristina Barcelona” (obra com a qual este filme partilha inúmeras semelhanças, aliás). “You Will Meet a Tall Dark Stranger” não tem como desiludir os fãs mais acérrimos do neurótico realizador nova-iorquino. Todos os condimentos de um filme tipicamente “Woodyano” encontram-se presentes e são-nos servidos de uma forma sempre muito dinâmica e divinalmente equilibrada. “You Will Meet a Tall Dark Stranger” oferece-nos tudo aquilo que já esperávamos e muito mais, estando carregado de situações tragicamente hilariantes que, decerto, agradarão a todos os tipos de público. Uma obra a não perder, portanto, dado que se trata de puro “Woody vintage”.
Classificação – 4 Estrelas Em 5