Com Denzel Washington, Ryan Reynolds, Vera Farmiga
A dupla Denzel Washington/ Ryan Reynolds até funciona muito bem mas “Safe House” não nos maravilha ou convence com o seu escasso argumento e pobres sequências de acção que não têm a intensidade ou a qualidade técnica que seria de esperar de uma grande produção norte-americana. A sua limitada história centra-se em Matt Weston (Ryan Reybolds), um agente da CIA que se sente frustrado com o seu calmo e inativo posto na Cidade do Cabo (África do Sul), onde tem que guardar uma casa segura que é utilizada pela agência para interrogar criminosos e acolher refugiados políticos. O seu maior desejo é tornar-se num agente governamental de topo, mas para que isso aconteça tem primeiro que provar o seu valor aos seus superiores. A sua oportunidade surge quando a CIA envia para o seu abrigo um dos criminosos mais procurados pelo governo norte-americano – Tobin Frost (Denzel Washington), um ex-agente secreto que desertou há mais de uma década e que tem vendido desde então várias informações secretas a grupos terroristas e governos hostis. Assim que Frost começa a ser interrogado por um especialista em tortura e extração de informações, um grupo de mercenários assalta e destrói as instalações do abrigo, forçando Weston e Frost a trabalharem em conjunto para sobreviverem ao elaborado ataque. Após fugirem do local, os pouco prováveis parceiros devem descobrir se estes mercenários foram enviados por terroristas, ou por alguém dentro da CIA que irá matar qualquer um que se cruze no seu caminho. Weston terá também que decidir em quem confiar antes que ele e o seu prisioneiro sejam eliminados do jogo.
O seu enredo centra-se maioritariamente na conturba relação que se estabelece entre Weston e Frost, deixando para segundo plano a conspiração governamental que está na base do filme e que só é convenientemente desenvolvida na sua última meia hora. É claro que essa relação está muito bem construída e dá origem a alguns dos momentos mais intensos e curiosos desta obra, mas não é suficientemente forte ou cativante para compensar a falta de interesse, entretenimento e criatividade da trama central ou das suas escassas reviravoltas que pecam pela sua excessiva previsibilidade. Já se sabia que “Safe House” não ia ter um enredo maravilhoso, mas esperava-se que tivesse pelo menos duas ou três sequências de acção relativamente refinadas e realistas, no entanto, todas as suas cenas deste género denotam uma frustrante falta de intensidade que deriva essencialmente da fraca edição de Rick Pearson (Editor) e da medíocre realização de Daniel Espinosa (Realizador), um cineasta sueco que estava habituado a pequenos filmes europeus e que claramente não se mostrou à altura de uma grande produção norte-americana. Ao contrário do seu enredo e vertentes técnicas, o elenco de “Safe House” não desilude e assume-se claramente como um dos seus pontos fortes. A química entre Denzel Washington e Ryan Reynolds domina a nossa atenção e alimenta as suas performances individuais que, sem serem brilhantes, conseguem ser muito satisfatórias. É óbvio que o veterano Washington tem um trabalho muito mais carismático e cativante que o mais inexperiente Reynolds, mas é justo dizer que os dois estão muito bem à sua maneira. Ao nível do elenco secundário encontramos dois bons desempenhos de Vera Farmiga e Brendan Gleeson, cujas respectivas personagens ganham uma particular relevância na conclusão deste mediano e ameno blockbuster que até tem obtido bons resultados comerciais nas bilheteiras internacionais, mas que infelizmente não nos oferece nada de extraordinário.
Classificação – 2,5 Estrelas em 5