Realizado por Gareth Edwards
Com Scoot McNairy, Whitney Able
“Monsters” é um projecto cinematográfico deveras peculiar. De produção independente, filmado com recursos monetários escassos, um argumento praticamente inexistente (que aposta muito na improvisação) e somente dois actores profissionais em todo o elenco, tão depressa se podia transformar num objecto de culto como num flop monumental. As avaliações de alguns críticos da imprensa estrangeira faziam antever a primeira hipótese. “Monsters” rapidamente se viu bombardeado pelos mais rasgados elogios, que asseguravam estarmos na presença de uma obra com força suficiente para inscrever o seu nome nos anais do culto cinematográfico. Pois bem, foi isto que me despertou o interesse. E verdade seja dita, na minha humilde opinião, “Monsters” é, de facto, uma obra interessante, mas está muito longe de ser a película extraordinária que muitos apregoavam.
Com Scoot McNairy, Whitney Able
“Monsters” é um projecto cinematográfico deveras peculiar. De produção independente, filmado com recursos monetários escassos, um argumento praticamente inexistente (que aposta muito na improvisação) e somente dois actores profissionais em todo o elenco, tão depressa se podia transformar num objecto de culto como num flop monumental. As avaliações de alguns críticos da imprensa estrangeira faziam antever a primeira hipótese. “Monsters” rapidamente se viu bombardeado pelos mais rasgados elogios, que asseguravam estarmos na presença de uma obra com força suficiente para inscrever o seu nome nos anais do culto cinematográfico. Pois bem, foi isto que me despertou o interesse. E verdade seja dita, na minha humilde opinião, “Monsters” é, de facto, uma obra interessante, mas está muito longe de ser a película extraordinária que muitos apregoavam.
Andrew Kaulder (Scoot McNairy) é um fotógrafo profissional que parte para a América Central, em busca de fotografias milionárias dos extraterrestres que assolaram a fronteira entre o México e os Estados Unidos. Com o agravar das operações militares levadas a cabo pelos yankees em solo mexicano, o patrão de Kaulder decide entregar a este último a missão de resgatar a jovem Samantha Wynden (Whitney Able) – sua filha – da zona de guerra e trazê-la de volta a terreno norte-americano. Ligeiramente contrariado, Kaulder aceita o desafio e é ao percorrer os terrenos devastados do México que ambos os jovens desenvolvem uma relação de proximidade, enquanto reflectem sobre as suas vidas e sobre os horrores que o Homem é capaz de cometer em prol da sobrevivência.
Muito simplesmente, “Monsters” não me convenceu por inteiro. Reconheço o seu valor, especialmente ao nível da direcção artística e da fotografia, que, curiosamente, ficaram também a cargo do realizador e argumentista Gareth Edwards. Edwards afirma-se assim como um verdadeiro handy-man do mundo cinematográfico, ocupando-se de vários departamentos da produção cinematográfica com admirável mestria e evidente paixão. De facto, o seu modo de filmar é seguro e arrojado, presenteando-nos com momentos de rara beleza e uma mensagem humanitária que, por muito que comece a ficar gasta, nunca deixará de ser pertinente e actual. Mas o grande problema é que “Monsters” nunca chega a dar o salto para algo de verdadeiramente extraordinário, deixando a audiência a salivar por sequências que nunca chegam a concretizar-se no grande ecrã. E isso é o pior que se pode dizer acerca deste filme.
Muito simplesmente, “Monsters” não me convenceu por inteiro. Reconheço o seu valor, especialmente ao nível da direcção artística e da fotografia, que, curiosamente, ficaram também a cargo do realizador e argumentista Gareth Edwards. Edwards afirma-se assim como um verdadeiro handy-man do mundo cinematográfico, ocupando-se de vários departamentos da produção cinematográfica com admirável mestria e evidente paixão. De facto, o seu modo de filmar é seguro e arrojado, presenteando-nos com momentos de rara beleza e uma mensagem humanitária que, por muito que comece a ficar gasta, nunca deixará de ser pertinente e actual. Mas o grande problema é que “Monsters” nunca chega a dar o salto para algo de verdadeiramente extraordinário, deixando a audiência a salivar por sequências que nunca chegam a concretizar-se no grande ecrã. E isso é o pior que se pode dizer acerca deste filme.
“Monsters” mantém o mesmo registo do início ao fim da película, jamais conseguindo imprimir doses de tensão insuportável às cenas de maior tumulto e jamais oferecendo ao espectador algo de verdadeiramente marcante, que o faça relembrar esta obra por muitos e bons anos. Esperava-se que este “Monsters” fosse uma espécie de “District 9” virado do avesso, onde os extraterrestres mandariam na Terra e os humanos teriam de se adaptar às suas condições. Infelizmente, não fica nem um bocadinho perto disso, defraudando um pouco as expectativas dos espectadores mais sonhadores. Não que Edwards pretendesse desenvolver aqui um blockbuster à la “Skyline”. Nota-se que este é um projecto muito pessoal do realizador, com óbvias intenções de apresentar um tipo de cinema mais minimalista e focado na transmissão de uma mensagem. E isso até é de aplaudir. Só que, por muito artístico que o filme seja, o espectador sai da sala com a sensação de que devia ter assistido a algo de muito mais estrondoso. E não há plano de câmara ou pormenor de iluminação estética que possa colmatar esse buraco sentimental.
Classificação – 3 Estrelas Em 5