Realizado por Jon Favreau
Com Robert Downey Jr., Terrence Howard, Gwyneth Paltrow, Jeff Bridges, Samuel L. Jackson
A lista dos principais super-heróis da Marvel que ainda não tem uma adaptação ao cinema é cada vez mais curta. “Iron Man” é o mais recente herói de banda desenhada a conquistar uma merecida adaptação cinematográfica, ou não estivéssemos nós perante uma das personagens mais famosas e carismáticas do universo Marvel. Jon Farveau foi o realizador escolhido pela Marvel Studios para dirigir o filme enquanto que o carismático actor Robert Downey Jr. foi seleccionado para dar vida à mítica personagem criada em 1963 por Stan Lee, Larry Lieber, Don Heck e Jack Kirby. O filme conta-nos a história de Tony Stark (Robert Downey Jr.), um famoso inventor e principal fornecedor de armas do governo americano que se vê numa situação complicada quando é raptado e mantido refém por um grupo de rebeldes afegãos. Ferido por estilhaços de granada que se alojam perto do seu coração, Tony recebe ordens para construir em cativeiro uma devastadora arma, mas, em vez disso, usa as suas habilidades para criar uma armadura que permite a sua fuga. Ao regressar aos Estados Unidos, Tony promete dar um novo rumo às Indústrias Stark. Ele passa dias e noites a desenvolver e aperfeiçoar uma avançada armadura que lhe propiciará uma força sobre-humana. Quando Tony descobre um plano abominável com implicações globais, jura proteger o mundo encarnando a sua nova personalidade, Iron Man.
Tal como outros filmes do género, “Iron Man” contém aqueles elementos indispensáveis num filme de super heróis, a luta do bem contra o mal, a típica acção carregada de efeitos especiais e as moralidades metafóricas subtilmente incorporadas no enredo. Estes, são apenas alguns desses característicos elementos que têm como função principal a comercialização do filme, tornando-o mais apelativo. O que distingue “Iron Man” dos restantes filmes de super-heróis é a especificidade da sua personagem principal, Tony Stark/Iron Man. Ao contrário de Peter Parker (Homem-Aranha), Bruce Banner (Hulk) ou qualquer membro dos X-Men ou Quarteto Fantástico, Stark, tal como Bruce Wayne (Batman), não tem nenhum super-poder originário de um acidente nuclear ou mutação genética, todas as suas habilidades são fruto da tecnologia que cria, contudo ao contrário de Bruce Wayne (Batman), Stark é uma personagem mais “humana”, ou seja, não apresenta, de um ponto de vista moral, características muito heróicas, tendo inclusive um passado um tanto ao quanto incerto na derradeira luta Bem Vs Mal, ou não estivéssemos a falar de uma personagem que ganha a vida a inventar novos tipos de armamento. No fundo, a personagem de Stark com todas as suas características acabou por oferecer ao enredo do filme uma maneira mais interessante de aprofundar as moralidades que normalmente se interligam com este tipo de histórias.
A história de “Iron Man” tem coisas que o distinguem pela positiva mas também tem algumas que o distinguem pela negativa. A ausência de um vilão carismático e poderoso é provavelmente a lacuna mais evidente. Todos os super-heróis têm pelo menos um grande inimigo, um vilão que completa o lado mau da história, que representa o oposto do grandioso herói. O Homem-Aranha tem o Green Goblin, Batman tem o Joker, os X-Men têm o Magneto e o Super-Homem tem o Lex Luthor. São todos brilhantes exemplos de uma rivalidade carismática e cheia de significado, coisa que “Iron Man” não tem, não estou só a falar do filme mas de toda a história da banda desenhada. No filme propriamente dito, a mítica luta do bem contra o mal fica enfraquecida pela falta de um vilão que corresponda ao brilhantismo de Iron Man. Para além das moralidades ligadas à personagem principal, o filme também põem em relevo o perigo, bem real, do rápido avanço tecnológico. Demonstrando que este pode ser benéfico se utilizado correctamente mas que pode ser catastrófico se for utilizado para desenvolver armas modernas e mais mortíferas. É claro que o tema serve apenas para dar mais peso à história. O filme não perde grande tempo em teorizar sobre os aspectos políticos e ideológicos do problema, tratando-o de uma forma simples. Por um lado torna a história mais completa e facilmente compreensível já que não entra em grandes discursos morais, mas por outro, acaba por atirar um tema importante para segundo plano, beneficiando outros aspectos mais comerciais e intelectualmente menos desafiantes. A decisão é compreensivel porque no fundo estamos perante um filme comercial.
A Marvel Studios escolheu Jon Favreau para realizar o filme. Uma decisão que não deixou de surpreender porque a experiência do realizador em filmes do género é praticamente nula mas, segundo a Marvel, o filme necessitava de um realizador que retratasse as personagens do filme de um ponto de vista mais humano, um requerimento que Favreau cumpriu aceitavelmente. A sua realização no aspecto visual não foge muito da de outros colegas de profissão que trabalharam em filmes do género, contendo muita acção embelezada por uma grande quantidade de efeitos especiais. A realização acaba por coincidir com o espírito comercial do filme, à excepção de um tratamento mais pessoal e humano da personagem principal, não foi introduzido mais nenhum aspecto que ajude a diferenciar a realização de “Iron man” de obras como “Spider Man” ou “X-Men”. Uma obra atractiva de um ponto de vista visual mas que não explora todas as potencialidades intelectuais do argumento. Robert Downey Jr. foi muitíssimo bem escolhido para interpretar a personagem principal, Tony Stark. A sua interpretação é para mim o ponto mais alto do filme. Graças ao seu profissionalismo e talento natural, Downey soube lidar muito bem com a pressão de um papel mediático e complexo, produzindo um trabalho de grande qualidade que ofereceu o carisma e o interesse necessário à sua personagem, fortalecendo o filme. “Iron Man” conta ainda com um elenco secundário mediático e de elevada qualidade, no entanto, desse ilustre lote apenas Gwyneth Paltrow desilude porque nos oferece uma performance apagada e sem grande qualidade que contrasta com a do restante elenco. A banda sonora é um pouco distinta do habitual, contendo temas mais duros e fortes mas que se enquadram muito bem na história de “Iron Man”.
Está previsto que Iron Man seja uma trilogia e a julgar pelo sucesso e mediatismo que o filme tem vindo a obter é bem provável que a saga não fique só pelos três filmes. Seja qual for o destino de "Iron Man" uma coisa é certa, o grande poço de ideias e lucros que são as histórias da Marvel continuará a ser drenado pela indústria cinematográfica até atingir o saturamento do público. Iron Man é mais um herói de banda desenhada que tem uma adaptação aceitável ao cinema. Com uma história comercial mas fiel à história original e com um elenco à altura da fama da BD, o filme é um trabalho interessante e apelativo para todos os fãs de Blockbusters e dos super-heróis da Marvel. Uma obra que certamente irá agradar a todos aqueles que procuram um filme de puro entretenimento.
Classificação - 3,5 Estrelas Em 5
Com Robert Downey Jr., Terrence Howard, Gwyneth Paltrow, Jeff Bridges, Samuel L. Jackson
A lista dos principais super-heróis da Marvel que ainda não tem uma adaptação ao cinema é cada vez mais curta. “Iron Man” é o mais recente herói de banda desenhada a conquistar uma merecida adaptação cinematográfica, ou não estivéssemos nós perante uma das personagens mais famosas e carismáticas do universo Marvel. Jon Farveau foi o realizador escolhido pela Marvel Studios para dirigir o filme enquanto que o carismático actor Robert Downey Jr. foi seleccionado para dar vida à mítica personagem criada em 1963 por Stan Lee, Larry Lieber, Don Heck e Jack Kirby. O filme conta-nos a história de Tony Stark (Robert Downey Jr.), um famoso inventor e principal fornecedor de armas do governo americano que se vê numa situação complicada quando é raptado e mantido refém por um grupo de rebeldes afegãos. Ferido por estilhaços de granada que se alojam perto do seu coração, Tony recebe ordens para construir em cativeiro uma devastadora arma, mas, em vez disso, usa as suas habilidades para criar uma armadura que permite a sua fuga. Ao regressar aos Estados Unidos, Tony promete dar um novo rumo às Indústrias Stark. Ele passa dias e noites a desenvolver e aperfeiçoar uma avançada armadura que lhe propiciará uma força sobre-humana. Quando Tony descobre um plano abominável com implicações globais, jura proteger o mundo encarnando a sua nova personalidade, Iron Man.
Tal como outros filmes do género, “Iron Man” contém aqueles elementos indispensáveis num filme de super heróis, a luta do bem contra o mal, a típica acção carregada de efeitos especiais e as moralidades metafóricas subtilmente incorporadas no enredo. Estes, são apenas alguns desses característicos elementos que têm como função principal a comercialização do filme, tornando-o mais apelativo. O que distingue “Iron Man” dos restantes filmes de super-heróis é a especificidade da sua personagem principal, Tony Stark/Iron Man. Ao contrário de Peter Parker (Homem-Aranha), Bruce Banner (Hulk) ou qualquer membro dos X-Men ou Quarteto Fantástico, Stark, tal como Bruce Wayne (Batman), não tem nenhum super-poder originário de um acidente nuclear ou mutação genética, todas as suas habilidades são fruto da tecnologia que cria, contudo ao contrário de Bruce Wayne (Batman), Stark é uma personagem mais “humana”, ou seja, não apresenta, de um ponto de vista moral, características muito heróicas, tendo inclusive um passado um tanto ao quanto incerto na derradeira luta Bem Vs Mal, ou não estivéssemos a falar de uma personagem que ganha a vida a inventar novos tipos de armamento. No fundo, a personagem de Stark com todas as suas características acabou por oferecer ao enredo do filme uma maneira mais interessante de aprofundar as moralidades que normalmente se interligam com este tipo de histórias.
A história de “Iron Man” tem coisas que o distinguem pela positiva mas também tem algumas que o distinguem pela negativa. A ausência de um vilão carismático e poderoso é provavelmente a lacuna mais evidente. Todos os super-heróis têm pelo menos um grande inimigo, um vilão que completa o lado mau da história, que representa o oposto do grandioso herói. O Homem-Aranha tem o Green Goblin, Batman tem o Joker, os X-Men têm o Magneto e o Super-Homem tem o Lex Luthor. São todos brilhantes exemplos de uma rivalidade carismática e cheia de significado, coisa que “Iron Man” não tem, não estou só a falar do filme mas de toda a história da banda desenhada. No filme propriamente dito, a mítica luta do bem contra o mal fica enfraquecida pela falta de um vilão que corresponda ao brilhantismo de Iron Man. Para além das moralidades ligadas à personagem principal, o filme também põem em relevo o perigo, bem real, do rápido avanço tecnológico. Demonstrando que este pode ser benéfico se utilizado correctamente mas que pode ser catastrófico se for utilizado para desenvolver armas modernas e mais mortíferas. É claro que o tema serve apenas para dar mais peso à história. O filme não perde grande tempo em teorizar sobre os aspectos políticos e ideológicos do problema, tratando-o de uma forma simples. Por um lado torna a história mais completa e facilmente compreensível já que não entra em grandes discursos morais, mas por outro, acaba por atirar um tema importante para segundo plano, beneficiando outros aspectos mais comerciais e intelectualmente menos desafiantes. A decisão é compreensivel porque no fundo estamos perante um filme comercial.
A Marvel Studios escolheu Jon Favreau para realizar o filme. Uma decisão que não deixou de surpreender porque a experiência do realizador em filmes do género é praticamente nula mas, segundo a Marvel, o filme necessitava de um realizador que retratasse as personagens do filme de um ponto de vista mais humano, um requerimento que Favreau cumpriu aceitavelmente. A sua realização no aspecto visual não foge muito da de outros colegas de profissão que trabalharam em filmes do género, contendo muita acção embelezada por uma grande quantidade de efeitos especiais. A realização acaba por coincidir com o espírito comercial do filme, à excepção de um tratamento mais pessoal e humano da personagem principal, não foi introduzido mais nenhum aspecto que ajude a diferenciar a realização de “Iron man” de obras como “Spider Man” ou “X-Men”. Uma obra atractiva de um ponto de vista visual mas que não explora todas as potencialidades intelectuais do argumento. Robert Downey Jr. foi muitíssimo bem escolhido para interpretar a personagem principal, Tony Stark. A sua interpretação é para mim o ponto mais alto do filme. Graças ao seu profissionalismo e talento natural, Downey soube lidar muito bem com a pressão de um papel mediático e complexo, produzindo um trabalho de grande qualidade que ofereceu o carisma e o interesse necessário à sua personagem, fortalecendo o filme. “Iron Man” conta ainda com um elenco secundário mediático e de elevada qualidade, no entanto, desse ilustre lote apenas Gwyneth Paltrow desilude porque nos oferece uma performance apagada e sem grande qualidade que contrasta com a do restante elenco. A banda sonora é um pouco distinta do habitual, contendo temas mais duros e fortes mas que se enquadram muito bem na história de “Iron Man”.
Está previsto que Iron Man seja uma trilogia e a julgar pelo sucesso e mediatismo que o filme tem vindo a obter é bem provável que a saga não fique só pelos três filmes. Seja qual for o destino de "Iron Man" uma coisa é certa, o grande poço de ideias e lucros que são as histórias da Marvel continuará a ser drenado pela indústria cinematográfica até atingir o saturamento do público. Iron Man é mais um herói de banda desenhada que tem uma adaptação aceitável ao cinema. Com uma história comercial mas fiel à história original e com um elenco à altura da fama da BD, o filme é um trabalho interessante e apelativo para todos os fãs de Blockbusters e dos super-heróis da Marvel. Uma obra que certamente irá agradar a todos aqueles que procuram um filme de puro entretenimento.
Classificação - 3,5 Estrelas Em 5