Realizado por Doug Liman
Com Naomi Watts, Sean Penn, Ty Burrell
Os conflitos militares Estados Unidos da América/Afeganistão (2001) e Estados Unidos da América/ Iraque (2003) deram origem a inúmeros livros e a vários filmes sobre os seus acontecimentos mais relevantes e sobre os inúmeros escândalos que deles resultaram, escândalos esses que são abordados em vários filmes hollywoodianos como o aclamado “Green Zone” (2010) ou como este controverso “Fair Game”, uma interessantíssima produção dramática que é baseada nos livros “The Politics of Truth” de Joe Wilson e "Fair Game: My Life as a Spy, My Betrayal by the White House” de Valerie Plame, uma antiga agente secreta norte-americana que se viu envolvida num dos maiores escândalos relacionados com a 2ª Guerra do Golfo. A história deste filme é então protagonizada por Valerie Plame (Naomi Watts), uma agente secreta norte-americana que trabalhava para o Departamento de Planeamento de Defesa Nuclear da CIA (Central Intelligence Agency) e que descobriu que o Iraque não tinha nem nunca teve nenhuma arma nuclear no seu arsenal militar, uma descoberta que contrariou as várias informações recolhidas por outros agentes secretos norte-americanos e que acabaram por motivar o inicio da 2ª Guerra do Golfo. O seu marido, Joe Wilson (Sean Penn), também descobriu que o Iraque não adquiriu urânio ao Níger nem comprou nenhum armamento biológico ou nuclear a nenhum outro país, descoberta essa que ele próprio publicou no New York Times e que acabou por criar uma enorme onda de controvérsia que varreu a sociedade norte-americana. Valerie é subitamente apanhada no meio da controvérsia e a sua identidade secreta é exposta em vários meios de comunicação norte-americanos, uma notícia que destrói irremediavelmente a sua ilustre carreira e a estabilidade emocional da sua vida familiar. Valerie terá agora que provar à opinião pública norte-americana que não fez nada de mal e que esta revelação não passou de uma represália do Governo Norte-Americano contra ela e contra o seu marido.
A narrativa de “Fair Game” não é politicamente neutra ou factualmente correcta porque assenta a sua análise dos acontecimentos numa visão extremamente unitária sobre este controverso caso, no entanto, isto não invalida o facto de estarmos perante um interessante thriller político que nos oferece uma visão unitária mas credível sobre o Caso Plame e uma análise, astuta e acutilante, sobre vários temas controversos que são extremamente sensíveis para o poder político norte-americano e para a própria sociedade norte-americana, temas tão vastos e socialmente contestados como a 2ª Guerra do Golfo ou os Power Games em Washington D.C. “Fair Game” acaba por responsabilizar os Power Games pelo Caso Plame e pela 2ª Guerra do Golfo e também os classifica tacitamente como um dos vários cancros do poder político dos Estados Unidos da América, uma classificação que me parece acertada até porque a política nacional não deve obedecer aos interesses económicos e militares de terceiros mas sim aos interesses sociais do povo. À margem da sua complexa vertente política, “Fair Game” também retrata o lado mais sensível e vulnerável de Valerie Plame através de uma vertente dramática e emocional que se centra nos vários problemas que afectaram o seu casamento mas também nos efeitos sociais que o escândalo teve na sua vida e na vida dos seus filhos. É verdade que esta vertente serviu para aliviar a tensão e a seriedade política desta obra mas também é verdade que esta análise emocional e intimista sobre a vida social e familiar de Valerie Plame peca pelo seu excesso e pela sua superficialidade, um pouco mais de simplicidade teria conferido uma maior credibilidade a este retrato emocional de uma mulher que teve que enfrentar meio mundo para contar a sua versão da história.
Após o fracasso de “Jumper“ (2008), Doug Liman volta à ribalta hollywoodiana com este “Fair Game”, uma obra tão atractiva como “Mr & Mr Smith” (2005) e “The Bourne Identity” (2002) mas relativamente mais séria que esses sucessos comerciais. O seu trabalho é positivo mas poderia ser ainda melhor caso tivesse tentado incutir um pouco mais de neutralidade a esta obra. O elenco de “Fair Game” tem como principais elementos Naomi Watts e Sean Penn, dois actores conceituados que são convincentes como Valerie Plame e Joe Wilson, no entanto, Watts poderia ter conferido um pouco mais de combatividade e irreverência à sua personagem, uma mulher que na vida real é muito forte e carismática. Adam LeFevre (Karl Rove) e David Andrews (Scooter Libby) têm duas performances secundárias muito boas como dois homens controversos da Administração Bush. “Fair Game” era inicialmente apontado como um dos maiores candidatos ao Óscar de Melhor Filme mas a verdade é que ficou muito aquém das expectativas criadas, não só porque nos oferece uma narrativa com uma visão muito unitária e tendenciosa mas também porque esta não é tão intensa como se previa, no entanto, consegue ainda assim ser um bom thriller sobre o controverso mundo da política norte-americana.
Com Naomi Watts, Sean Penn, Ty Burrell
Os conflitos militares Estados Unidos da América/Afeganistão (2001) e Estados Unidos da América/ Iraque (2003) deram origem a inúmeros livros e a vários filmes sobre os seus acontecimentos mais relevantes e sobre os inúmeros escândalos que deles resultaram, escândalos esses que são abordados em vários filmes hollywoodianos como o aclamado “Green Zone” (2010) ou como este controverso “Fair Game”, uma interessantíssima produção dramática que é baseada nos livros “The Politics of Truth” de Joe Wilson e "Fair Game: My Life as a Spy, My Betrayal by the White House” de Valerie Plame, uma antiga agente secreta norte-americana que se viu envolvida num dos maiores escândalos relacionados com a 2ª Guerra do Golfo. A história deste filme é então protagonizada por Valerie Plame (Naomi Watts), uma agente secreta norte-americana que trabalhava para o Departamento de Planeamento de Defesa Nuclear da CIA (Central Intelligence Agency) e que descobriu que o Iraque não tinha nem nunca teve nenhuma arma nuclear no seu arsenal militar, uma descoberta que contrariou as várias informações recolhidas por outros agentes secretos norte-americanos e que acabaram por motivar o inicio da 2ª Guerra do Golfo. O seu marido, Joe Wilson (Sean Penn), também descobriu que o Iraque não adquiriu urânio ao Níger nem comprou nenhum armamento biológico ou nuclear a nenhum outro país, descoberta essa que ele próprio publicou no New York Times e que acabou por criar uma enorme onda de controvérsia que varreu a sociedade norte-americana. Valerie é subitamente apanhada no meio da controvérsia e a sua identidade secreta é exposta em vários meios de comunicação norte-americanos, uma notícia que destrói irremediavelmente a sua ilustre carreira e a estabilidade emocional da sua vida familiar. Valerie terá agora que provar à opinião pública norte-americana que não fez nada de mal e que esta revelação não passou de uma represália do Governo Norte-Americano contra ela e contra o seu marido.
A narrativa de “Fair Game” não é politicamente neutra ou factualmente correcta porque assenta a sua análise dos acontecimentos numa visão extremamente unitária sobre este controverso caso, no entanto, isto não invalida o facto de estarmos perante um interessante thriller político que nos oferece uma visão unitária mas credível sobre o Caso Plame e uma análise, astuta e acutilante, sobre vários temas controversos que são extremamente sensíveis para o poder político norte-americano e para a própria sociedade norte-americana, temas tão vastos e socialmente contestados como a 2ª Guerra do Golfo ou os Power Games em Washington D.C. “Fair Game” acaba por responsabilizar os Power Games pelo Caso Plame e pela 2ª Guerra do Golfo e também os classifica tacitamente como um dos vários cancros do poder político dos Estados Unidos da América, uma classificação que me parece acertada até porque a política nacional não deve obedecer aos interesses económicos e militares de terceiros mas sim aos interesses sociais do povo. À margem da sua complexa vertente política, “Fair Game” também retrata o lado mais sensível e vulnerável de Valerie Plame através de uma vertente dramática e emocional que se centra nos vários problemas que afectaram o seu casamento mas também nos efeitos sociais que o escândalo teve na sua vida e na vida dos seus filhos. É verdade que esta vertente serviu para aliviar a tensão e a seriedade política desta obra mas também é verdade que esta análise emocional e intimista sobre a vida social e familiar de Valerie Plame peca pelo seu excesso e pela sua superficialidade, um pouco mais de simplicidade teria conferido uma maior credibilidade a este retrato emocional de uma mulher que teve que enfrentar meio mundo para contar a sua versão da história.
Após o fracasso de “Jumper“ (2008), Doug Liman volta à ribalta hollywoodiana com este “Fair Game”, uma obra tão atractiva como “Mr & Mr Smith” (2005) e “The Bourne Identity” (2002) mas relativamente mais séria que esses sucessos comerciais. O seu trabalho é positivo mas poderia ser ainda melhor caso tivesse tentado incutir um pouco mais de neutralidade a esta obra. O elenco de “Fair Game” tem como principais elementos Naomi Watts e Sean Penn, dois actores conceituados que são convincentes como Valerie Plame e Joe Wilson, no entanto, Watts poderia ter conferido um pouco mais de combatividade e irreverência à sua personagem, uma mulher que na vida real é muito forte e carismática. Adam LeFevre (Karl Rove) e David Andrews (Scooter Libby) têm duas performances secundárias muito boas como dois homens controversos da Administração Bush. “Fair Game” era inicialmente apontado como um dos maiores candidatos ao Óscar de Melhor Filme mas a verdade é que ficou muito aquém das expectativas criadas, não só porque nos oferece uma narrativa com uma visão muito unitária e tendenciosa mas também porque esta não é tão intensa como se previa, no entanto, consegue ainda assim ser um bom thriller sobre o controverso mundo da política norte-americana.
Classificação – 3,5 Estrelas Em 5