Realizado por Steven Soderbergh
Com Benicio Del Toro, Rodrigo Santoro, Joaquim de Almeida
Em “Che-The Argentine”, Steven Soderbergh apresentou-nos um relato biográfico da época áurea de Che Guevara que engloba a vitória do Movimento Revolucionário na Revolução Cubana (1959). Após esta importante vitória, Fidel Castro implementou um regime Leninista-Marxista em Cuba e Che Guevara tornou-se no embaixador da Ilha Socialista no Mundo. Neste segundo filme, “Che – Guerrilha”, Steven Soderbergh relata-nos os acontecimentos que ocorreram após Che Guevara ter abandonado Cuba e ter iniciado um novo Movimento Revolucionário na Bolívia. Esse movimento visava aproveitar o balanço da Revolução Cubana para derrubar todos os regimes ditatoriais da América Latina, unificando assim os diversos Estados dessa conturbada região. Infelizmente, o fraco empenho da população bolívar neste movimento e a ignorância de Che Guevara relativamente aos costumes e à geografia da região, ditaram um fracasso total desta operação que terminou com a morte do mítico revolucionário em 1967.
A primeira parte desta valorosa biografia cinematográfica conquistou o meu apreço porque consegue explicar e contextualizar sem pretensiosíssimos políticos a participação de Che Guevara no Movimento Revolucionário Cubano e na Revolução Cubana. Esse retrato objectivo e simples, baseado no livro "Reminiscences of the Cuban Revolutionary War” escrito pelo próprio Che Guevara, ilustra com exactidão histórica os melhores anos do revolucionário argentino, oferecendo ao público uma visão realista e concreta desses momentos históricos. Este “Che – Guerrilha” também apresenta um argumento baseado numa obra de Che Guevara intitulada “The Bolivian Diary of Ernesto Che Guevara” que relata com bastante pormenor os complexos acontecimentos que ditaram o falhanço do Movimento Revolucionário Boliviano. Os escritos presentes nessa obra literária foram completados por vários relatos da época que descrevem com algum pormenor os últimos dias de Che Guevara. Apesar desta valiosa e fidedigna informação, “Che – Guerrilha” negligência alguns acontecimentos anteriores à criação do Movimento Revolucionário Boliviano que poderiam ajudar a explicar as várias decisões radicais que Che Guevara tomou. O filme abre com Che Guevara na Bolívia sem oferecer ao público uma contextualização dos acontecimentos anteriores ou uma referência à sua importante e histórica passagem por Moscovo e África. O desenvolvimento é inteiramente pautado pelos momentos mais relevantes da Revolução Bolívar que são retractados com alguma leveza e descontextualização que afecta claramente o ritmo da obra. A conclusão é a única parte do filme que fornece ao espectador alguns momentos de verdadeira intensidade e emoção, exibindo com algum drama e realismo a morte de Che Guevara. A nível narrativo, “Che – Guerrilha” apresenta um final claramente mais rico e intenso que “Che-The Argentine”, no entanto, o argumento da primeira parte apresenta um desenvolvimento mais completo e contextual.
A realização de Steven Soderbergh mantém-se qualitativamente idêntica à de “Che-The Argentine”, o mesmo se pode dizer da prestação de Benicio Del Toro que volta a interpretar Che Guevara com grande qualidade. O elenco apresenta algumas caras novas em relação a “Che-The Argentine”, nomeadamente o actor português Joaquim de Almeida que interpreta com bastante carisma e atitude latina o Presidente Bolivano René Barrientos, o grande vilão desta segunda parte. Mais uma boa prestação do actor português que continua a dar cartas no estrangeiro. Em relação aos aspectos técnicos laterais, basta dizer que a banda aonora continua forte e a fotografia continua excessivamente verdejante.
Como obra individual, “Che-Guerrilha” não consegue superar o seu antecessor “Che-The Argentine” que apresenta um argumento bastante interessante e historicamente completo que assume uma clara superioridade em relação ao argumento desta segunda parte. No entanto, como obra única, “Che” é claramente a melhor biografia cinematográfica sobre Che Guevara. É claro que apresenta algumas falhas narrativas ao negligenciar certos acontecimentos importantes e ao incluir certos momentos perfeitamente dispensáveis mas, no geral, é uma obra interessante e correcta.
Com Benicio Del Toro, Rodrigo Santoro, Joaquim de Almeida
Em “Che-The Argentine”, Steven Soderbergh apresentou-nos um relato biográfico da época áurea de Che Guevara que engloba a vitória do Movimento Revolucionário na Revolução Cubana (1959). Após esta importante vitória, Fidel Castro implementou um regime Leninista-Marxista em Cuba e Che Guevara tornou-se no embaixador da Ilha Socialista no Mundo. Neste segundo filme, “Che – Guerrilha”, Steven Soderbergh relata-nos os acontecimentos que ocorreram após Che Guevara ter abandonado Cuba e ter iniciado um novo Movimento Revolucionário na Bolívia. Esse movimento visava aproveitar o balanço da Revolução Cubana para derrubar todos os regimes ditatoriais da América Latina, unificando assim os diversos Estados dessa conturbada região. Infelizmente, o fraco empenho da população bolívar neste movimento e a ignorância de Che Guevara relativamente aos costumes e à geografia da região, ditaram um fracasso total desta operação que terminou com a morte do mítico revolucionário em 1967.
A primeira parte desta valorosa biografia cinematográfica conquistou o meu apreço porque consegue explicar e contextualizar sem pretensiosíssimos políticos a participação de Che Guevara no Movimento Revolucionário Cubano e na Revolução Cubana. Esse retrato objectivo e simples, baseado no livro "Reminiscences of the Cuban Revolutionary War” escrito pelo próprio Che Guevara, ilustra com exactidão histórica os melhores anos do revolucionário argentino, oferecendo ao público uma visão realista e concreta desses momentos históricos. Este “Che – Guerrilha” também apresenta um argumento baseado numa obra de Che Guevara intitulada “The Bolivian Diary of Ernesto Che Guevara” que relata com bastante pormenor os complexos acontecimentos que ditaram o falhanço do Movimento Revolucionário Boliviano. Os escritos presentes nessa obra literária foram completados por vários relatos da época que descrevem com algum pormenor os últimos dias de Che Guevara. Apesar desta valiosa e fidedigna informação, “Che – Guerrilha” negligência alguns acontecimentos anteriores à criação do Movimento Revolucionário Boliviano que poderiam ajudar a explicar as várias decisões radicais que Che Guevara tomou. O filme abre com Che Guevara na Bolívia sem oferecer ao público uma contextualização dos acontecimentos anteriores ou uma referência à sua importante e histórica passagem por Moscovo e África. O desenvolvimento é inteiramente pautado pelos momentos mais relevantes da Revolução Bolívar que são retractados com alguma leveza e descontextualização que afecta claramente o ritmo da obra. A conclusão é a única parte do filme que fornece ao espectador alguns momentos de verdadeira intensidade e emoção, exibindo com algum drama e realismo a morte de Che Guevara. A nível narrativo, “Che – Guerrilha” apresenta um final claramente mais rico e intenso que “Che-The Argentine”, no entanto, o argumento da primeira parte apresenta um desenvolvimento mais completo e contextual.
A realização de Steven Soderbergh mantém-se qualitativamente idêntica à de “Che-The Argentine”, o mesmo se pode dizer da prestação de Benicio Del Toro que volta a interpretar Che Guevara com grande qualidade. O elenco apresenta algumas caras novas em relação a “Che-The Argentine”, nomeadamente o actor português Joaquim de Almeida que interpreta com bastante carisma e atitude latina o Presidente Bolivano René Barrientos, o grande vilão desta segunda parte. Mais uma boa prestação do actor português que continua a dar cartas no estrangeiro. Em relação aos aspectos técnicos laterais, basta dizer que a banda aonora continua forte e a fotografia continua excessivamente verdejante.
Como obra individual, “Che-Guerrilha” não consegue superar o seu antecessor “Che-The Argentine” que apresenta um argumento bastante interessante e historicamente completo que assume uma clara superioridade em relação ao argumento desta segunda parte. No entanto, como obra única, “Che” é claramente a melhor biografia cinematográfica sobre Che Guevara. É claro que apresenta algumas falhas narrativas ao negligenciar certos acontecimentos importantes e ao incluir certos momentos perfeitamente dispensáveis mas, no geral, é uma obra interessante e correcta.
Classificação - 3 Estrelas Em 5