Com Zac Efron, Taylor Schilling, Blythe Danner
Nos últimos anos fomos bombardeados com vários filmes baseados nos famosos romances de Nicholas Sparks, mas entre estas inúmeras adaptações cinematográficas só conseguimos encontrar um filme de grande qualidade, falo claro está do fantástico “The Notebook” (2004) que é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores filmes românticos dos últimos anos. Os restantes filmes estão bastante distantes desse elevado nível emotivo, nomeadamente os terríveis “The Last Song”, de Julie Anne Robinson e “Nights in Rodanthe”, de George C. Wolfe. É neste parâmetro que se insere este “The Lucky One”, um filme relativamente superior a essas duas obras, mas que está muito longe de ser um filme romântico minimamente razoável ou convincente. Em “The Lucky One” seguimos a árdua viagem emocional de Logan Thibault (Zack Efron), um Sargento da Marinha dos Estados Unidos da América que regressa da sua terceira viagem de serviço ao Iraque, com a certeza que traz consigo a única coisa que o mantém vivo, uma fotografia que encontrou de uma mulher que não conhece. Ao descobrir que o seu nome é Beth (Taylor Schilling) e onde vive, ele aparece à sua porta e acaba por ficar a trabalhar com a família dela no canil local. Apesar da desconfiança inicial de Beth e das complicações da sua vida, surge um romance entre os dois, dando a Logan a esperança de que Beth poderá ser muito mais do que apenas o seu amuleto da sorte.
A história de "The Lucky One" tem uma estrutura bastante similar à de “Dear John (2009), já que em ambos os casos somos confrontados com uma trama melosa e cheia de clichés, onde a guerra tem um papel preponderante no desencadeamento e desenvolvimento do romance central e dos vários dramas que o rodeiam. Em “Dear John” a guerra é utilizada para afastar por algum tempo os protagonistas, mas em “The Lucky One” serve para os juntar, afinal de contas é graças aos eventos que têm lugar durante a Guerra do Iraque que o destino de Logan fica interligado com o de Beth. É claro que este uso da guerra como catalisador melodramático é tudo menos inovador, mas não está entre os maiores problemas deste previsível filme que, para além de assentar numa premissa absurda, está cheio de eventos inverosímeis e twists desnecessários que nunca nos conseguem surpreender ou emocionar. O romance central entre Logan e Beth tem um início ridículo e o seu desenxabido desenvolvimento não é melhor, até porque é pautado por uma série de diálogos entediantes e desconexos que não lhe conferem nenhuma credibilidade. Para além da relação entre Logan e Beth, “The Lucky One” também aborda, sem grande profundidade ou qualidade, várias problemáticas relacionadas com a vida pessoal dos dois protagonistas, sendo de destacar pela negativa a forma patética como é abordado o fato de Logan sofrer de stress pós-traumático, uma perigosa doença mental com graves efeitos crónicos que, no caso desta personagem, só se manifesta timidamente em duas cenas e é miraculosamente tratada com um longo passeio ao ar livre. São falhas ridículas e infantis como esta que retiram credibilidade e valor emocional a esta obra que conta também com um mau elenco. Os dois protagonistas, Taylor Schilling e Zack Efron, têm ambos uma performance entediante e fortemente inconvincente a todos os níveis, algo que se manifesta sobretudo na evidente falta de química e paixão entre as suas personagens. É fácil de perceber que “The Lucky One” é um péssimo filme romântico mas é, acima de tudo, mais uma previsível e repetitiva adaptação cinematográfica de um best-seller de Nicholas Sparks, que só agradará às pessoas que gostaram dos últimos livros deste escritor norte-americanos e dos últimos filmes baseados nos seus trabalhos.
Classificação - 2 Estrelas em 5
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