sábado, 24 de março de 2012

Crítica - Journey 2: Mysterious Island (2012)

Realizado por Brad Peyton
Com Dwayne Johnson, Josh Hutcherson, Michael Caine, Vanessa Hudgens

Tal como o seu bem-sucedido antecessor, “Journey 2: Mysterious Island” é um filme de aventura demasiado pomposo e artificial, cuja acção se desenrola maioritariamente num local místico recheado de vida e cor que resulta de uma construção digital muito eficaz e cativante, no entanto, esta sua agradável estética computorizada não apaga as óbvias fragilidades do seu argumento que consegue ser ainda mais oco e desinteressante que o de “Journey to the Center of the Earth” (2008). Em “Journey 2: Mysterious Island”, Sean Anderson (Josh Hutcherson) recebe um sinal de socorro codificado vindo de uma misteriosa ilha num local onde não deveria existir nenhuma ilha. É um lugar de estranhas formas de vida, montanhas de ouro, vulcões mortíferos e vários segredos surpreendentes. Incapaz de impedir Sean a embarcar nesta aventura, o seu padrasto Hank (Dwayne Johnson), junta-se à viagem. Juntamente com o piloto de helicópteros e a sua filha de personalidade forte, eles partem em busca da misteriosa ilha para resgatarem um habitante solitário e conseguirem escapar antes de serem apanhados pelos choques sismícos que irão afundar os tesouros da ilha para sempre.


À semelhança de “Journey to the Center of the Earth”, “Journey 2: Mysterious Island” utiliza vários elementos de alguns dos maiores clássicos literários de fantasia como “The Mysterious Island”, de Jules Verne ou “Treasure Island”, de Robert Louis Stevenson, para sustentar e fundamentar a maioria dos acontecimentos da sua trama, no entanto, todos esses elementos são introduzidos e misturados à pressa e sem muito cuidado, acabando assim por não serem devidamente rentabilizados ou utilizados para criar segmentos minimamente interessantes e entusiasmantes. A ausência de um desenvolvimento mais detalhado não se restringe apenas às referências literárias, porque o passado dos protagonistas e as bases das suas relações familiares também nunca são convenientemente exploradas, criando assim lacunas que não nos permitem compreender a difícil dinâmica entre eles. As confusas explicações científicas que nos vão sendo dadas ao longo do filme para justificar certos eventos na Ilha, também deixam muito a desejar porque, para além de não conseguirem esclarecer devidamente o espectador, são perfeitamente inúteis e desnecessários porque qual é o interesse de fornecer uma explicação realista e cientifica sobre algo que é profundamente irrealista e imaginário? A própria aventura do grupo de exploradores amadores tem uma estrutura algo inconstante e não nos oferece nenhum momento de grande alvoroço ou emoção, culminando ainda com um clássico final feliz que, tal como o resto do filme, é estragado pela falta de informação e detalhe.


O único atractivo de “Journey 2: Mysterious Island” é a sua bela estética digital. Os seus cenários artificiais são muito bons e os inúmeros animais da Ilha Misteriosa tem uma construção muito detalhada, ou seja, esta obra tem um nível técnico muito semelhante ao do seu antecessor que, na altura do seu lançamento, também se destacou precisamente por esta razão. Os efeitos que abrilhantam as suas escassas cenas de acção também são satisfatórios, muito embora não sejam tão chamativos como aqueles que normalmente encontramos nos verdadeiros blockbusters norte-americanos. O seu elenco é formado por três actores sofríveis - Dwayne Johnson, Vanessa Hudgens e Luis Guzman – e por Michael Caine, um talentoso veterano da sétima arte que se perde no meio de tanta mediocridade. Josh Hutcherson acaba por ter o desempenho mais mais apelativo de todo o elenco, mas também não se exibe a um grande nível. Se gostou de “Journey to the Center of the Earth” também deverá gostar desta sua sequela que mantém os destaques e defeitos da saga.

Classificação – 2 Estrelas Em 5

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