quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Top 10 - Filmes de 2011

O ano está a terminar e chegou a altura de escolher aqueles que foram, no meu entender, os Melhores Filmes de 2011. Relembro que esta lista versa apenas sobres os filmes que estrearam nas salas de cinema portuguesas entre Janeiro e Dezembro de 2011.


1º - Black Swan

O estilo audaz e inconvencional de Darren Aronofsky está, uma vez mais, na base de um extraordinário filme com uma entusiasmante narrativa. A intensidade de "Black Swan" é evidente desde a sua maravilhosa cena inicial, e mantém-se forte e contante até à sua arrebatadora conclusão que não deixa nenhuma alma indiferente. Este thriller também é dotado de uma série de elementos técnicos e secundários de excelência, como uma clássica banda sonora ou uma cuidada fotografia. O notável trabalho de Natalie Portman também merece ser destacado como um dos extasiantes elementos centrais deste clássico instantâneo.

2º - Tinker Tailor Soldier Spy

Um thriller de luxo de Tomas Alfredson, que nos oferece uma história habilmente estruturada e intelectualmente desafiante que em nenhum momento nos desilude, já que nos mantém envoltos numa teia de mistério e de ansiedade até à sua brilhante conclusão. O seu elenco também é fenomenal. Gary Oldman, Tom Hardy, Colin Firth e Mark Strong nunca descuram nos detalhes e exibem todo o talento e carisma da escola britânica. Em suma, "Tinker Tailor Soldier Spy" é um filme de alto calibre, que parece resultar de um interessantíssimo e intenso cruzamento entre "The Departed" (Martin Scorsese), "The Good Shepherd" (Robert De Niro) e "Spy Game" (Tony Scott).

3º - Drive

Uma astuta e deliciosa mistura entre um drama artístico e um clássico noir. É difícil de encontrar só um elemento de relevo neste vibrante é memorável trabalho de Nicolas Winding Refn, onde reina a violência e a incontornável frieza de Ryan Gosling. "Drive" deslumbrou o Festival de Cannes, mas não é o clássico "Filme dos Óscares".

4º - Melancholia

Lars von Trier não é o melhor ou mais correcto comentador/ orador, mas o seu talento nunca foi posto em causa por ninguém e salta novamente à vista com este “Melancholia”, um filme emocionalmente forte e nitidamente cerebral que nos convence com a sua irreverência filosófica, no entanto, nem todos o verão como uma obra artística de luxo devido à sua inerente subjectividade. Eu adorei e recomendo-o a todos aqueles que apreciem um filme diferente e existencialista.

5º - Camino

A sua estreia nacional veio com três anos de atraso, mas ainda bem que “Camino” foi exibido nas nossas salas de cinema, porque este é claramente um dos melhores filmes europeus dos últimos dez anos. A controvérsia está bem viva na sua narrativa, mas este “Camino” não é, no meu entender, um filme sobre o Cancro ou a Opus Dei, mas sim sobre os altos e baixos do primeiro amor de uma valente menina, cuja história de vida (baseada em factos reais) vai certamente arrancar muitas lágrimas aos mais sensíveis e sentimentais. Nerea Camacho é a estrela mais brilhante do assombroso elenco deste melodrama espanhol que venceu vários Prémios Goya em 2009.


6º - The King’s Speech

O aceitável mas controverso vencedor do Óscar de Melhor Filme da 83ª Edição dos Prémios da Academia das Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos da América, também merece entrar nesta lista. A sua vitória ainda é discutida por muitos, mas “The King’s Speech” é de facto um drama muito interessante e habilmente construído/ estruturado sobre a vida do Rei George VI, um dos rostos mais amados e caricatos do Reino Unido do Século XX. Um filme excelente, mas não tão bom como “Black Swan”.

7º - The Ides of March

A comunidade cinéfila via-o como um dos maiores candidatos aos Óscares de 2012, mas este seu estatuto foi-se esfumado com as estreias dos seus maiores rivais, no entanto, eu continuo a achar que “The Ides of March” é um dos melhores filmes do ano. George Clooney voltou a mostrar-nos o seu inerente talento para a realização, tendo delegado em Ryan Gosling a difícil tarefa de levar às costas uma interessantíssima história cheia de reviravoltas e traições.

8º - La Piel Que Habito

A ilustre carreira de Pedro Almodóvar está recheada de sucessos, mas nenhum desses títulos de luxo é tão sombrio ou intenso como este “La Piel Que Habito”, um thriller muito dado a reviravoltas que tem cativado a crítica internacional. É verdade que “La Piel Que Habito” não é o melhor trabalho de Almodóvar, mas é indiscutivelmente um dos filmes de maior interesse de 2011.


9º - Beginners

A sua história é uma das mais belas do ano, mas existem muitos outros atractivos neste “Beginners”, um filme sobre amor e família que se assume claramente como o melhor trabalho de Mike Mills até à data. O valor do seu enredo é indiscutível, mas se não fossem as fantásticas performances de Ewan McGregor, Christopher Plummer e Mélanie Laurent, não tenho dúvidas que “Begginers” não seria tão incrível.

10º - Incendies

Um admirável filme do talentoso Denis Villeneuve, um talentoso cineasta canadiano que merecia ter levado para casa o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2010 por esta obra, no entanto, "Incendies" acabou por ser derrotado por “In a Better World”, um drama muito menos denso e emotivo. Mélissa Désormeaux-Poulin e Lubna Azabal estão fantásticas como Jeanne e Nawal Marwan, as duas mulheres centrais deste fortíssimo melodrama, que se assume claramente como uma das melhores obras indies do ano.


Menções Honrosas

Os dez filmes mencionados não foram as únicas obras de luxo que estrearam este ano nas nossas salas de cinema, mas foram as que mais me cativaram. “Another Year”, de Mike Leigh, “The Fighter”, de David O. Russell, “The Tree of Life”, de Terrence Malick, “127 Hours”, de Danny Boyle, “True Grit” de Ethan & Joel Coen, “Winter’s Bone”, de Debra Granik, “Blue Valentine” de Derek Cianfrance, “Super 8” de J.J. Abrams, “Contagion”, de Steven Soderbergh, “A Dangerous Method”, de David Cronenberg, “Cisne”, de Teresa Villaverde, “Sangue do Meu Sangue”, de João Canijo, “Crazy, Stupid Love”, de Glenn Ficarra e John Requa, “Midnight In Paris”, de Woody Allen, “Habemus Papam”, de Nanni Moretti, "A Separation", de Asghar Farhadi, "Carnage” de Roman Polanski e “Le Gamin au Velo”, de Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne, também mereciam estar nesta lista, mas infelizmente não há espaço para todos.

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