Com Henry Cavill, Mickey Rourke, John Hurt, Freida Pinto
Os exuberantes mitos da Grécia Antiga voltam a ser abordados e destroçados no cinema por “Immortals”, um sofrível blockbuster norte-americano que tal como “Clash of The Titans” (2010), oferece-nos uma história frívola e emocionalmente inerte, onde as lutas e batalhas entre Humanos e Deuses assumem-se como o seu único elemento de interesse. A história desta obra de Tarsem Singh, desenrola-se num universo de fantasia e centra-se em Theseus (Henry Cavill), um mero mortal que foi escolhido e treinado por Zeus para liderar a luta contra o Rei Hyperion (Mickey Rourke), um homem extremamente cruel que inicia uma caótica demanda militar por toda a Grécia, na tentativa de encontrar uma arma divina com que possa libertar os Titãs e destruir a Humanidade e os Deuses. Caberá a Theseus salvar a Grécia e vingar a morte de todas as vítimas do maléfico tirano.
Já se sabia que a sua história nunca ia ser envolvente ou imensamente criativa, mas esperava-se que os vários erros narrativos de “300”(2006) ou de “Clash of The Titans”(2010), tivessem motivado os guionistas desta obra a criarem uma narrativa minimamente diferente e interessante, no entanto, nada disto aconteceu e somos novamente confrontados com um enredo sem substância que se limita a contextualizar as várias batalhas que advêm de uma rivalidade titânica, mas emocionalmente artificial, entre um herói (Theseus) e um vilão (Hyperion). À semelhança de “Clash of The Titans”, “Immortals” também não deu muita atenção aos Deuses que são, uma vez mais, encarados como intervenientes meramente secundários que pouco interferem no desenrolar da acção. À sua falta de inovação e de entusiasmo, temos também que juntar a desnecessária inclusão de uma vertente romântica que assenta no clássico romance entre o herói e a escrava. A sua conclusão tem um certo valor porque contém uma ou outra reviravolta interessante, mas o que salta mais à vista é a clara antevisão de uma continuação.
O único trunfo de “Immortals” reside nas suas caóticas batalhas, que o dominam do inicio ao fim. É claro que nem todos os confrontos são chamativos, mas a maioria foi habilmente coordenada por Tarsem Singh, um cineasta sem muita experiência em filmes de acção/ aventura que, mesmo assim, soube utilizar os melhores e os mais refinados efeitos visuais para tornar estas batalhas no elemento mais excitante e cativante desta obra, onde também somos confrontados com cenários clássicos muito atraentes que derivam de uma utilização astuta e cuidada do CGI. O seu elenco tem muitos actores conhecidos, mas infelizmente todos eles têm uma performance meramente acessória. É óbvio que Henry Cavill destaca-se dos restantes actores devido à relevância de Theseus, mas não tem, mesmo assim, um trabalho minimamente memorável. Mickey Rourke também não brilha e não deu, neste caso concreto, um bom vilão. Freida Pinto, Luke Evans e Kellan Lutz conferem estatuto ao elenco, mas a verdade é que raramente aparecem em cena. É evidente que “Immortals” não é uma obra de excelência, mas deverá oferecer uma boa e barulhenta dose de entretenimento a quem aprecie filmes onde só os efeitos visuais e as cenas de acção saltam à vista.
Classificação - 2 Estrelas Em 5
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