domingo, 10 de julho de 2011

Crítica - Hanna (2011)

Realizado por Joe Wright
Com Saoirse Ronan, Eric Bana, Tom Hollander, Cate Blanchett

Após ter realizado três dramas que foram criticamente e comercialmente aclamados - “Pride & Prejudice” (2005), “Atonement” (2007) e “The Soloist” (2009) - Joe Wright decidiu aventurar-se nos thrillers com este “Hanna”, um filme razoável que peca pela sua narrativa confusa e ocasionalmente monótona. A história deste thriller centra-se em Hanna (Saoirse Ronan), uma adolescente decidida e dedicada que tem a destreza e a astúcia de um soldado, fruto do austero treino militar que o seu pai, Erik Heller (Eric Bana), lhe proporcionou no Norte da Finlândia. Após anos de treino, Hanna está finalmente preparada para iniciar a sua missão que envolve matar uma astuta e misteriosa mulher, Marissa Wiegler (Cate Blanchett), que trabalhou com o seu pai e que de certa forma transformou-a numa assassina insensível e altamente eficaz.


A história de “Hanna” deriva de um conceito muito interessante que infelizmente não foi habilmente concretizado por David Farr (Guionista) que acabou por criar um enredo interessante mas ocasionalmente confuso que, infelizmente, ficou um pouco aquém das expectativas criadas porque não é tão cativante ou tão intenso como deveria ser, sendo raros os momentos de verdadeira adrenalina ou violência. O seu enredo também não está isento de pequenos erros que retiraram credibilidade à história, no entanto, esses erros só saltarão à vista de quem estiver atento aos pormenores porque a nível narrativo as únicas falhas crassas que encontramos dizem respeito ao passado de Erik Heller e de Marissa Wiegler que nunca é devidamente abordado ou contextualizado, levantando assim várias dúvidas que nunca são devidamente esclarecidas. A estrela do filme, Hanna, é alvo de uma construção narrativa muito astuta que nos mostra o seu crescimento emocional sem cair em melodramatismos desnecessários ou em crises existências/ filosóficas ridículas, no entanto, este seu crescimento emocional não afecta a sua frieza calculista que a transforma numa anti-heroína fantástica e no elemento mais interessante deste filme. A conclusão de “Hanna” está recheada de mortes mas é o confronto final entre Hanna e Marissa Wiegler que mais salta à vista devido ao seu simbolismo e ao seu dramatismo inerente, no entanto, fica no ar a sensação que este confronto final poderia ter sido muito mais emotivo e violento.


O elenco de “Hanna” tem em Saoirse Ronan e em Cate Blanchett os seus melhores elementos. Saoirse Ronan volta a nos oferecer uma performance fantástica, desta vez como uma adolescente assassina sem remorsos que só quer matar a mulher que destruiu a sua família, uma vilã também ela sem remorsos que é maravilhosamente interpretada por Cate Blanchett. Eric Bana e Tom Hollander têm duas performances secundárias interessantes mas relativamente inferiores às de Ronan e Blanchett. A nível técnico, “Hanna” conta com uma excelente banda sonora da autoria dos The Chemical Brothers que fornece um excelente apoio sonoro às várias sequências de acção que pautam esta obra e que foram habilmente coordenadas por Joe Wrigh, um talentoso cineasta que acaba por não ter com “Hanna” o melhor trabalho da sua carreira.


Classificação – 3,5 Estrelas Em 5

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