sábado, 23 de julho de 2011

Crítica - The Conspirator (2011)

Realizado por Robert Redford
Com Robin Wright, James McAvoy, Tom Wilkinson

O Assassinato de Abraham Lincoln é um dos eventos mais estudados da história dos Estados Unidos da América mas a verdade é que os livros ou os filmes sobre esta matéria raramente analisam o envolvimento de Mary Surratt neste fatídico homicídio do 16º Presidente dos Estados Unidos da América. O realizador de “Quiz Show" (1994) e de “The Horse Whisperer” (1998), Robert Redford, decidiu preencher esta lacuna com “The Conspirator”, um drama histórico relativamente interessante que é ambientado durante as últimas semanas da Guerra Civil Americana (1861 - 1865), mais precisamente durante os dias que sucederam ao assassinato de Abraham Lincoln. Após este terrível incidente, sete homens e uma mulher são presos e acusados de conspirar para matar o Presidente, o Vice-Presidente e o Secretário de Estado dos Estados Unidos da América. A única mulher acusada é Mary Surratt (Robin Wright), uma viúva sulista que foi acusada de acolher John Wilkes Booth e os seus aliados enquanto estes preparavam os ataques. Frederick Aiken (James McAvoy), um ilustre soldado do exército norte-americano, aceita relutantemente defender Mary Surratt perante um tribunal militar mas rapidamente se apercebe que a sua cliente pode ser inocente e que está a ser usada como isco e como refém pelo Governo Americano que pretende capturar o seu filho - John Surrat (Johnny Simmons), o único conspirador que escapou a uma intensa caça ao homem. Aiken e Surratt vão portanto ter que unir forças para descobrir a verdade e evitar uma morte desnecessária.


O enredo de “The Conspirator” é uma verdadeira aula de história sobre o Assassinato de Abraham Lincoln e sobre o controverso envolvimento de Mary Surratt neste homicídio, no entanto, esta sua excelente vertente educacional confere-lhe um ritmo excessivamente lento que não o torna tão cativante ou tão emocionante como filmes semelhantes mas, ainda assim, somos confrontados com um ou outro momento mais emotivo. É dentro destes raros mas curiosos momentos que encontramos as fantásticas cenas onde Frederick Aiken luta em tribunal contra tudo e contra todos para defender Mary Surratt, uma luta fantástica mas frustrantemente inútil porque a sua cliente parece ter sido condenada mesmo antes de ter sido oficialmente acusada. É verdade que Mary Surrat está no centro de “The Conspirator” mas o verdadeiro herói do filme é Frederick Aiken, um homem tenaz que inicialmente acredita que Surratt deve ser condenada à morte mas que acaba por se assumir como o seu único aliado porque à medida que vai conhecendo os contornos do caso, vai acreditando cada vez mais na inocência da sua cliente e acaba por ir ao limite para a defender e é precisamente esta sua dedicada defesa que se assume como o elemento mais interessante do filme.


O elenco de “The Conspirator” também é um dos seus melhores elementos. James McAvoy está fantástico como Frederick Aiken e mostra-nos, uma vez mais, o seu enorme talento e carisma. Robin Wright está discreta como Mary Surratt e acaba por nunca sair da enorme sombra de McAvoy. O seu elenco secundário exibe-se a um bom nível e tem em Tom Wilkinson e Evan Rachel Wood os seus melhores elementos. A realização de Robert Redford não é a mais cativante da sua carreira mas é, mesmo assim, extremamente satisfatória. Redford soube comandar a câmara e reconstruiu eficazmente o ambiente e os cenários do Século XIX, sendo de destacar a excelente reconstituição que fez do Assassinato de Abraham Lincoln e do Julgamento de Mary Surrat. É verdade que “The Conspirator” não é um filme soberbo mas é claramente um drama histórico muito satisfatório que merece ser visto por quem queira saber mais sobre a Guerra Civil Americana e sobre o Assassinato de Abraham Lincoln.


Classificação – 3,5 Estrelas Em 5

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