Realizado por Sofia Coppola
Com Stephen Dorff, Elle Fanning, Chris Pontius
Sempre que Sofia sai de cena, por uns tempos, deixa no ar um forte sentimento de saudade. Quando regressa volta a encantar-nos com a sua sensibilidade visual, emocional e musical. Mais do que uma cineasta, Sofia escreve poesia com imagens, sempre acompanhadas de bandas sonoras pop encantadoras. E com pequenos detalhes nos parte o coração e nos conforta ao mesmo tempo. Depois da passagem pelo século XVIII, Coppola volta aos dias de hoje, para filmar novamente a solidão, como só ela o sabe fazer. Mas "Somewhere" não é "Lost in Translation", nem é suposto ser.
Em "Somewhere", Stephen Dorff é Johnny Marco, um actor bem sucedido, de Hollywood, que tenta encontrar consolo em bebida e mulheres. Tudo o que o consiga distrair da sua vida sem sentido, enquanto espera pelo seu próximo trabalho. O cenário não poderia ser mais favorável ao seu estilo de vida boémio, já que está instalado no Chateau Marmont - um hotel ícone por onde já passaram e viveram muitas outras estrelas de Hollywood. No entanto, os dias de bon vivant são perturbados quando a filha Cleo (Elle Fanning) vai viver com ele por uns dias, até ir para uma colónia de férias. E é nesta relação, nos seus silêncios, que compreendemos a dinâmica de toda a história e, sobretudo, do personagem Johnny.
Cleo é uma jovem de 11 anos, demasiado madura para a idade. E é impressionante como Coppola nos revela a personagem sem a miúda ter, praticamente, de dizer uma palavra. Seja através das suas capacidades culinárias, seja na forma como se senta ou como usa os seus óculos de massa enquanto escrevinha no seu caderno, Cleo é tão adulta que se sobrepõe ao pai. Mas o equilíbrio entre a postura madura e a personalidade juvenil é evidenciado pelo gosto por "Twilight" e por ténis - Vans e Converse (estes uma imagem de marca, que apareciam no meio dos macarrons de "Marie Antoinette"). O pai, no seu ar desalinhado e ao volante do seu Ferrari, procura um sentido que apenas a filha lhe traz. Destaque para a cena em que, ao som de "I'll Try Anything Once", dos Strokes, vemos, Johnny e Cleo, deitados à beira da piscina a apanhar sol. "Somewhere" não é o melhor filme de Coppola, mas a sua, característica, atenção para o detalhe, fazem dele um belo filme. A solidão e a ausência de sentido que filma poderiam ser a de qualquer pessoa, aqui ou noutro país qualquer. Falta qualquer coisa? Sim, falta. Mas é suposto faltar. Estamos todos naquela estrada, carro na berma, procurando descobrir uma direcção por onde seguir.
Com Stephen Dorff, Elle Fanning, Chris Pontius
Sempre que Sofia sai de cena, por uns tempos, deixa no ar um forte sentimento de saudade. Quando regressa volta a encantar-nos com a sua sensibilidade visual, emocional e musical. Mais do que uma cineasta, Sofia escreve poesia com imagens, sempre acompanhadas de bandas sonoras pop encantadoras. E com pequenos detalhes nos parte o coração e nos conforta ao mesmo tempo. Depois da passagem pelo século XVIII, Coppola volta aos dias de hoje, para filmar novamente a solidão, como só ela o sabe fazer. Mas "Somewhere" não é "Lost in Translation", nem é suposto ser.
Em "Somewhere", Stephen Dorff é Johnny Marco, um actor bem sucedido, de Hollywood, que tenta encontrar consolo em bebida e mulheres. Tudo o que o consiga distrair da sua vida sem sentido, enquanto espera pelo seu próximo trabalho. O cenário não poderia ser mais favorável ao seu estilo de vida boémio, já que está instalado no Chateau Marmont - um hotel ícone por onde já passaram e viveram muitas outras estrelas de Hollywood. No entanto, os dias de bon vivant são perturbados quando a filha Cleo (Elle Fanning) vai viver com ele por uns dias, até ir para uma colónia de férias. E é nesta relação, nos seus silêncios, que compreendemos a dinâmica de toda a história e, sobretudo, do personagem Johnny.
Cleo é uma jovem de 11 anos, demasiado madura para a idade. E é impressionante como Coppola nos revela a personagem sem a miúda ter, praticamente, de dizer uma palavra. Seja através das suas capacidades culinárias, seja na forma como se senta ou como usa os seus óculos de massa enquanto escrevinha no seu caderno, Cleo é tão adulta que se sobrepõe ao pai. Mas o equilíbrio entre a postura madura e a personalidade juvenil é evidenciado pelo gosto por "Twilight" e por ténis - Vans e Converse (estes uma imagem de marca, que apareciam no meio dos macarrons de "Marie Antoinette"). O pai, no seu ar desalinhado e ao volante do seu Ferrari, procura um sentido que apenas a filha lhe traz. Destaque para a cena em que, ao som de "I'll Try Anything Once", dos Strokes, vemos, Johnny e Cleo, deitados à beira da piscina a apanhar sol. "Somewhere" não é o melhor filme de Coppola, mas a sua, característica, atenção para o detalhe, fazem dele um belo filme. A solidão e a ausência de sentido que filma poderiam ser a de qualquer pessoa, aqui ou noutro país qualquer. Falta qualquer coisa? Sim, falta. Mas é suposto faltar. Estamos todos naquela estrada, carro na berma, procurando descobrir uma direcção por onde seguir.
Classificação - 4 Estrelas Em 5
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