sábado, 19 de fevereiro de 2011

Crítica - Sanctum (2011)


Realizado por Alister Grierson
Com Richard Roxburgh, Rhys Wakefield, Ioan Gruffudd, Alice Parkinson

O laureado realizador de “Titanic” (1997) e “Avatar” (2009), James Cameron, é também um condecorado produtor que produziu vários documentários televisivos controversos como “The Lost Tomb of Jesus” (2007) ou “The Exodus Decoded” (2006) mas que também produziu vários filmes que preferiu não realizar como “Solaris” (2002) de Steven Soderbergh ou “Strange Days” (1995) de Kathryn Bigelow. James Cameron também optou por só produzir este “Sanctum”, um filme que é baseado numa emocionante história verídica mas que infelizmente tem como único atractivo o facto de ter sido filmado em 3D porque tanto o seu enredo como o seu elenco não saltam à vista. A sua claustrofóbica história é ambientada nas Grutas de Esa-Ala (Papua-Nova Guiné) e é centrada nas adversidades que Frank McGuire (Richard Roxburgh) e a sua pequena equipa de exploradores subaquáticos enfrentam quando são surpreendidos por um ciclone enquanto exploravam estas cavernas oceânicas, um sistema subterrâneo extremamente complexo e praticamente inacessível que está cheio de armadilhas naturais e potencialmente mortais que vão dificultar a tarefa de sobrevivência destes homens e mulheres.


O enredo de “Sanctum” é baseado na história verídica de Andrew Wight, um sobrevivente de uma derrocada na Caverna Pannikin Plain (Australia) que felizmente não causou vítimas mortais. O desastre verídico de Pannikin Plain foi portanto muito menos infeliz e funesto que o desastre fictício de Esa-Ala (Fictício) até porque este último está cheio de eventos excessivamente melodramáticos que culminam quase sempre na morte de um explorador, não existindo no entanto nenhuma cena mortal verdadeiramente chocante ou comovente. O elenco de “Sanctum” também não convence. Richard Roxburgh e Rhys Wakefield são dois actores dissemelhantes a vários níveis mas nenhum nos oferece uma performance minimamente razoável ou credível, sucedendo-se o mesmo com os ilustres desconhecidos que compõem o elenco secundário. O melhor de “Sanctum” é mesmo o seu delicado visual tridimensional e os seus excelentes cenários naturais que formam um maravilhoso ambiente sufocante e claustrofóbico que infelizmente se vai deteriorando à medida que a trama se desenvolve. A sua vertente visual tridimensional é superior à de vários sucessos comerciais norte-americanos como “Alice In Wonderland” ou “Clash Of The Titans”, uma superioridade que é explicada pelo facto de “Sanctum” ter sido filmado com câmaras 3D e não ter sido convertido, no entanto, temos também que dar o devido valor ao trabalho de Alister Grierson e James Cameron, dois cineastas que encobriram a fraca narrativa de “Sanctum” com um visual cuidado e atractivo que acaba por se assumir como o seu elemento central e único fundamento do seu sucesso comercial.

Classificação – 2,5 Estrelas Em 5

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