sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Crítica - Gulliver's Travels (2010)

Realizado por Rob Letterman
Com Amanda Peet, Emily Blunt, Jack Black, Jason Segel

O clássico literário “Gulliver's Travels” da autoria de Jonathan Swift é completamente ridicularizado por esta homónima comédia que utilizou as bases desta icónica obra para criar uma narrativa medíocre que é composta por uma vertente humorística muito fraca que só deverá entreter os espectadores que apreciem um humor vazio e imaturo. A sua história é protagonizada por Lemuel Gulliver (Jack Black), um homem mediano que quer ser um famoso escritor mas que tem que se contentar com o seu enfadonho trabalho no sector dos correios de um famoso Jornal de Nova York, no entanto, tudo isto muda quando é contratado por Darcy Silverman (Amanda Peet), uma bela e astuta editora, para escrever uma crónica sobre o Triângulo das Bermudas, um trabalho que ele aceita de imediato porque considera que é uma excelente oportunidade para mostrar o seu verdadeiro valor, no entanto, mal ele chega ao Triângulo das Bermudas é subitamente transportado para Lilliput, uma misteriosa ilha que é habitada por pequenos indivíduos que inicialmente ficam aterrorizados com o seu enorme tamanho mas que acabam por aceita-lo como uma criatura semelhante mas intelectualmente superior, um estatuto que só lhe foi concedido porque ele mentiu sobre o seu trabalho e sobre a sua vida em Nova York, no entanto, este seu elevado estatuto cai por terra quando a verdade sobre a sua vida mediana é revelada, uma revelação que o obriga a lutar para salvar a sua vida mas também para salvar a vida dos lilliputianos que correm o sério risco de serem massacrados pelos seus maiores rivais, os blefuscunianos.


Os criadores de “Gulliver's Travels”, Joe Stillman e Nicholas Stoller, tentaram utilizar, sem sucesso, as brilhantes ideias de Jonathan Swift para criar uma versão moderna e cómica da sua conceituada obra literária, uma tentativa que infelizmente produziu uma história sofrível que nem é cómica nem criativa. A ausência destas duas características é evidenciada pela construção deficitária do seu enredo e dos seus intervenientes mas também pela clara falta de qualidade da sua vertente humorística que é composta por várias referências culturais a produtos actuais como séries televisivas (Glee – Gulee) ou filmes comerciais (Avatar – Gavatar) e por piadas fáceis e óbvias que não se distanciam das piadas que normalmente encontramos nas piores comédias norte-americana. Ao seu enredo deficitário em aventura e à sua medíocre vertente humorística temos também que somar uma vertente romântica insossa que pouco acrescenta a esta obra que se assume como uma péssima versão moderna/ alternativa do clássico “Gulliver's Travels”.


O cineasta Rob Letterman fez a sua estreia em filmes live-action com este “Gulliver's Travels”, uma estreia que claramente não foi a mais feliz porque este filme é nitidamente mais fraco que os seus dois últimos trabalhos animados: “Monsters vs. Aliens” (2009) e “Shark Tale” (2004). O inconstante Jack Black tem com este “Gulliver's Travels” uma das melhores performances cómicas dos últimos anos, no entanto, este seu razoável trabalho cómico não é suficientemente forte para salvar esta obra da mediocridade. O elenco secundário é composto por vários actores conhecidos como Emily Blunt e Jason Segel, actores talentosos que não nos deslumbram mas que também não desiludem. A 20th Centrury Fox decidiu converter “Gulliver's Travels” ao 3D, uma conversão que pouco acrescentou ao filme e que, em ultima análise, apenas serviu para o estudio arrecadar mais uns milhões de dólares nas bilheteiras norte-americanas, assim sendo, tanto em 3D como em 2D, “Gulliver's Travels” é uma má comédia que não merece ser visionada por um espectador que pretenda se divertir.

Classificação – 1,5 Estrelas Em 5

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