terça-feira, 14 de setembro de 2010

Crítica – Youth Without Youth (2007)


Realizado por Francis Ford Coppola
Com Tim Roth, Alexandra Maria Lara, Bruno Ganz

Não fosse o seu fabuloso regresso em 2009 com Tetro, (para mim o melhor filme da década), depois de vermos este Youth Without Youth começaríamos a descrer da vitalidade do realizador. Antecedendo em um ano Benjamim Button, o filme aborda também a questão da reversibilidade do envelhecimento quando um homem, Dominic (Tim Roth) é atingido por um raio e a partir da aí vai ficando cada vez mais jovem, reencontrando noutra encarnação a mulher da sua vida.
O filme ao ultrapassar em vários aspectos tudo aquilo que é aceite pelo conhecimento racional de que dispomos neste momento, a reversibilidade do envelhecimento, a reencarnação, as memorias das vidas passadas, o conhecimento sem limites entra num descalabro ficcional que faz perder toda a credibilidade que o filme poderia ter. Apesar de contar com um elenco marcante - Ganz e Lara não são nomes pequenos no cinema europeu, - a excentricidade do argumento não permite a nenhum deles explorar as suas personagens, que aparecem e desaparecem quando isso convém ao argumento mas deixando sempre no espectador a vontade de as reter um pouco mais.


A história de amor que sustenta o percurso de Dominc é não consegue qualquer profundidade dadas as interferências dos transes de Veronica (Alexandra Maria Lara) e a previsível necessidade de afastamento dos dois amantes. Os pontos de contacto com momentos importantes da História da Europa como a Segunda Grande Guerra e as experiências científicas com cobaias humanas poderia ter dado pano para mangas mas não é, mais uma vez, desenvolvida. A caracterização das personagens é um elemento forte do conjunto mas não o suficiente para nos fazer aderir à intriga. Em suma, o filme que conta com um dos maiores realizadores da contemporaneidade, um elenco invejável, cenários muito interessantes torna-se um flop por não ser sustentado por um argumento consistente e capaz de prender o espectador.

Classificação - 3 Estrelas Em 5

0 comentários :

Postar um comentário