Com Michael Pitt, Eva Green, Louir Garrel
Durante o Maio de 68 em Paris, dois irmãos, Isabelle (Eva Green) e Theo (Louis Garrel), filhos de um famoso poeta, convidam um jovem americano estudante de cinema que acabaram de conhecer, Matthew (Michael Pitt), para passar uns dias na sua casa, enquanto os pais estão fora. Depois deste bastante inverosímil convite, Isabelle e Theo iniciam-no numa vertigem erótica que roça o incesto e se encaixa perfeitamente na revolução sexual que se passava lá fora e que só ao de leve os mobiliza.
O problema deste filme é que, embora tenha elementos passíveis de muita discussão, como o incesto, a sexualidade exibicionista, a presença constante de outros filmes que inspiram momentos deste, The Dreamers é tão artificial e tão explícito que não deixa espaço para grandes reflexões. Todo o aparato da beleza ingénua dos protagonistas, do cenário rocambolesco da casa labiríntica e plena de estilo, o sexo pueril mas absolutamente descarado não conseguem provocar. Está lá tudo, é tudo mostrado, sem uma elaborada construção psicológica das personagens, sem uma exploração do triângulo amoroso nem uma proposta de evolução da narrativa. A sensação com que fiquei a ver o filme é que aquela era vivência do Maio de 68 que o realizador e muitas outras pessoas gostavam de ter tido, uma vivência interior, uma libertação sexual que para quem nasceu depois dessa data não faz muito sentido.
Há aspectos bastante positivos na obra. Plasticamente o filme é muito bonito e repleto de referências imagéticas, as passagens de outros filmes, como referi, a construção de quadros vivos, como a imagem de Isabelle vestida ou despida de Vénus de Milo, que transmitem ao espectador essa paixão pelo cinema que une as personagens ao realizador. Mas este invólucro acaba por se revelar oco, desprovido de um conteúdo que nos preencha essa sede de sabedoria e nos tire do mero deleite voyeurista.
Há aspectos bastante positivos na obra. Plasticamente o filme é muito bonito e repleto de referências imagéticas, as passagens de outros filmes, como referi, a construção de quadros vivos, como a imagem de Isabelle vestida ou despida de Vénus de Milo, que transmitem ao espectador essa paixão pelo cinema que une as personagens ao realizador. Mas este invólucro acaba por se revelar oco, desprovido de um conteúdo que nos preencha essa sede de sabedoria e nos tire do mero deleite voyeurista.
Classificação - 3,5 Estrelas Em 5
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