quinta-feira, 20 de maio de 2010

Crítica - Youth In Revolt (2009)


Realizado por Miguel Arteta
Com Michael Cera, Portia Doubleday, Jean Smart

Após alguns trabalhos menos conseguidos como “Year One” (2009) ou “Extreme Movie” (2008), Michael Cera regressa aos trabalhos que são qualitativamente mais interessantes com “Youth In Revolt”, uma interessante comédia romântica independente e uma competente adaptação cinematográfica de “Youth In Revolt – The Journals of Nick Twisp”, um trabalho literário da autoria de CD Payne. O carismático protagonista de “Youth In Revolt” é Nick Twisp (Michael Cera), um adolescente introvertido que se apaixona perdidamente por Sheeni Saunders (Portia Doubleday), uma rapariga insubmissa e revoltada cuja família conspira constantemente para a manter afastada deste seu novo admirador e de qualquer outro rapaz que lhe cause problemas. Nick, inspirado pela maneira de ser da sua rebelde amada, decide criar uma segunda personalidade, François, um adolescente extrovertido que não se inibe perante nada ou ninguém para estar com a sua grande paixão, no entanto, esta sua nova personalidade é extremamente perigosa e poderá acarretar algumas consequências imprevisíveis para a sua verdadeira personalidade mas a verdade é que François é o único que pode ajudar Nick a conquistar Sheeni.


À semelhança da esmagadora maioria das comédias românticas que são protagonizadas por adolescentes, “Youth In Revolt” aposta numa fórmula narrativa pouco imaginativa que se resume essencialmente à obsessão que um adolescente tem por relações sexuais e às inúmeras circunstâncias que envolvem a conquista romântica de uma rapariga, no entanto, esta produção apresenta ao espectador uma pequena variante através de uma inventiva personagem que é responsável pelos melhores momentos humorísticos desta história. É obvio que essa personagem é François, uma extravagante exteriorização da imaginação da inconstante personagem principal que a utiliza engenhosamente para conquistar o seu grande amor. As restantes personagens que participam em “Youth In Revolt” são igualmente interessantes e cativantes, como por exemplo, Nick Twisp, um jovem inseguro que só consegue comunicar com a sua obsessão romântica com o auxílio da sua nova persona (François) que representa claramente o seu oposto psicológico, Sheeni Saunders, uma rapariga adorável mas extremamente manipuladora que só se sente atraída por rapazes incomuns, Paul Saunders (Justin Long), um bizarro e drogado adolescente que se comporta como um sociopata, Mr. Ferguson (Fred Willard) e George Twisp (Steve Buscemi), dois velhos amigos que se envolvem em situações muito caricatas para a sua idade. As personagens de Ray Liotta (Lance Wescott) e Zach Galifianakis (Jerry) não aparecem muitas vezes mas quando o fazem conseguem entreter facilmente o espectador. As sequências humorísticas que nos são apresentadas em “Youth In Revolt” não são abusivas ou pornográficas mas também não são insípidas ou elitistas, são sim extremamente equilibradas e espirituosas e são essas características que as tornam tão apelativas e originais. “Youth In Revolt” também assenta nas excelentes performances individuais que nos são apresentadas pelo seu talentoso elenco que é encabeçado por Michael Cera, um jovem actor que nem sempre é convenientemente aproveitado mas que nos consegue apresentar em “Youth In Revolt” uma extraordinária e carismática performance que confirma o seu enorme potencial. A prestação de Portia Doubleday é surpreendentemente positiva, no entanto, esta actriz beneficiou claramente da competente construção da sua personagem. O elenco secundário também nos oferece alguns destaques positivos, como por exemplo, Justin Long ou Fred Willard.


A crítica especializada ficou agradavelmente surpreendida com este “Youth In Revolt” e a verdade é que estamos perante uma competente comédia romântica com características juvenis que nos consegue apresentar uma história humoristicamente interessante e romanticamente satisfatória que não entra constantemente por caminhos duvidosos e repetitivos como a esmagadora maioria das produções do género.


Classificação – 3 Estrelas Em 5

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