Realizado por Julie Anne Robinson
Com Miley Cyrus, Liam Hemsworth, Bobby Coleman, Greg Kinnear
As adaptações cinematográficas dos sucessos literários de Nicholas Sparks costumam ser bastante lucrativas mas raramente conseguem surpreender a crítica especializada. A última adaptação a chegar aos cinemas mundiais, “The Last Song”, não é uma excepção à regra e também não nos consegue convencer. A história desta produção dramática é protagonizada por Veronica (Miley Cyrus), uma adolescente que nunca conseguiu superar a separação dos seus progenitores ou o inesperado afastamento do seu pai. Verónica é uma rapariga indisciplinada e insubmissa que tem uma relação muito tensa com todos os que lhe estão próximos, no entanto, esse seu comportamento altamente destrutivo é drasticamente alterado quando ela é obrigada a passar as suas férias de verão com o seu pai numa pequena cidade costeira onde ele vive e é nesse sitio paradisíaco que a sua relação será recuperada e reabilitada através de uma paixão comum. Veronica também vai aprender que o romance é muito complexo e muito imprevisível.
Os argumentos das outras adaptações cinematográficas dos famosos romances literários de Nicholas Sparks nunca foram escritos por este famoso escritor mas o argumento desta produção foi. A sua elaboração ocorreu paralelamente à composição do projecto literário que lhe serviu de inspiração, uma situação muito invulgar que não foi muito benéfica para esta adaptação porque “The Last Song” é um dos livros menos conseguidos e imaginativos do escritor americano porque assenta essencialmente numa história que reutiliza descaradamente as principais ideias dos seus grandes sucessos qualitativos. A narrativa de “The Last Song” é excessivamente melodramática porque oferece ao espectador uma história que é composta por inúmeras temáticas dramáticas e românticas, temáticas essas que são pobremente e superficialmente exploradas, assim sendo, entre fracos dramas familiares e vulgares paixões juvenis, somos confrontados com uma produção extremamente leviana que tenta, sem grande sucesso, emocionar e surpreender o espectador através de inúmeras sequências que são maioritariamente constituídas por estereótipos românicos e dramáticos. Os diálogos também obedecem a uma construção inimaginativa e estereotipada e não fazem muito mais do que constatar os factos mais óbvios.
O trabalho de Julie Anne Robinson é muito insuficiente. “The Last Song” precisava de um realizador que conseguisse ser mais ambicioso e mais imaginativo que os responsáveis pelo seu argumento para que pudesse alcançar algum êxito qualitativo num mercado que já se encontra completamente saturado com projectos do mesmo género. As sonoridades não são muito criativas e são claramente direccionadas a um público mais jovem e mais inocente. O elenco também não nos convence. A performance de Miley Cyrus é bastante medíocre e serviu apenas para nos comprovar que esta jovem actriz ainda não está madura o suficiente para assumir trabalhos mais sérios e menos juvenis. O interesse romântico da sua personagem, Liam Hemsworth, também não nos oferece uma prestação mais completa. Os elementos mais experientes deste elenco, Bobby Coleman e Greg Kinnear, também não acrescentam grande qualidade a esta produção.
A elevada carga melodramática que nos é apresentada em “The Last Song” não é eficiente porque o espectador não consegue acompanhar devidamente as sucessivas problemáticas que se vão sucedendo ao longo da história. A sua vertente romântica também é muito superficial e pouco imaginativa porque obedece a uma construção estereotipada que a coloca no mesmo patamar que a esmagadora maioria das histórias românticas que são protagonizadas por adolescentes. Aos notórios defeitos narrativos temos que acrescentar o incompetente trabalho de Julie Anne Robinson e a medíocre performance do seu elenco. À luz destas evidências só podemos concluir que “The Last Song” é um péssimo produto cinematográfico que deverá encabeçar facilmente a selecção dos piores filmes do ano.
Classificação – 1 Estrela Em 5
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