Realizado por Breck Eisner
Com Timothy Olyphant, Radha Mitchell, Joe Anderson, Danielle Panabaker
Depois de encerrar oficialmente o 30º Festival Internacional de Cinema Fantástico do Porto (mais conhecido como Fantasporto), “The Crazies” chega agora às salas de cinema nacionais. Pouco há a dizer sobre este filme. E muito por causa da sua completa falta de originalidade.
Seguindo a mesma desgastada fórmula de películas como “Dawn of the Dead” ou “Land of the Dead”, “The Crazies” aproveita-se do género do terror/fantástico para deixar uma forte mensagem contra o alto poder dos governos que regem os países ocidentais. Esta mensagem é muito simples: numa hipotética situação apocalíptica, os governos (eleitos pela mão do povo) pouco se estariam a marimbar para o bem-estar desse povo, optando por repor a ordem da sociedade de uma forma bruta e pouco humanista. Tal mensagem tem a sua dose de pertinência. Porém, após dezenas de filmes praticamente iguais, todo o poder dessa mensagem desvanece e torna-se inócuo. Como consequência, apesar de estar bem filmado e de nos apresentar cenas dotadas de uma tensão interessante, “The Crazies” emerge como um vulgaríssimo filme de zombies, sem qualquer ponta de originalidade nem capacidade para surpreender o espectador.
Com Timothy Olyphant, Radha Mitchell, Joe Anderson, Danielle Panabaker
Depois de encerrar oficialmente o 30º Festival Internacional de Cinema Fantástico do Porto (mais conhecido como Fantasporto), “The Crazies” chega agora às salas de cinema nacionais. Pouco há a dizer sobre este filme. E muito por causa da sua completa falta de originalidade.
Seguindo a mesma desgastada fórmula de películas como “Dawn of the Dead” ou “Land of the Dead”, “The Crazies” aproveita-se do género do terror/fantástico para deixar uma forte mensagem contra o alto poder dos governos que regem os países ocidentais. Esta mensagem é muito simples: numa hipotética situação apocalíptica, os governos (eleitos pela mão do povo) pouco se estariam a marimbar para o bem-estar desse povo, optando por repor a ordem da sociedade de uma forma bruta e pouco humanista. Tal mensagem tem a sua dose de pertinência. Porém, após dezenas de filmes praticamente iguais, todo o poder dessa mensagem desvanece e torna-se inócuo. Como consequência, apesar de estar bem filmado e de nos apresentar cenas dotadas de uma tensão interessante, “The Crazies” emerge como um vulgaríssimo filme de zombies, sem qualquer ponta de originalidade nem capacidade para surpreender o espectador.
Infelizmente, sem qualquer ambição de incutir algo de novo a um género morto ou terrivelmente adormecido, a narrativa desenvolve-se da maneira habitual. Tudo começa com a introdução ao pacato quotidiano de um conjunto de personagens na pequena e remota vila de Ogden Marsh. David (Olyphant) – o Xerife da vila – vive uma existência relativamente tranquila até ao dia em que um velhote com historial de embriaguez irrompe pelo campo de baseball com uma caçadeira nas mãos. Forçado a abater o estranho e sorumbático velhote, David interpreta o incidente como um simples episódio de loucura de um indivíduo isolado. Porém, homicídios estranhos abatem-se sobre a vila e todos começam a desconfiar de que algo de muito errado se passa. Após a investigação da praxe, David descobre que o abastecimento de água da vila ficou poluído por um composto químico secretamente desenvolvido pelo governo americano. Uma arma biológica que provoca uma demência enraivecida em todos aqueles que a ingerem… Neste caso, todos os habitantes de Ogden Marsh. Algo que leva a tranquila vila aos píncaros do descontrolo e do apocalipse.
É, de facto, uma pena que este tipo de produções se contente com pouco. Os produtores jogam insistentemente pelo seguro, pretendendo vender pipocas e ganhar dinheiro com histórias mais que vistas e assustadoramente banais. Aqui não há qualquer espaço para se ser criativo, ou para surpreender o espectador com uma abordagem diferente. O problema é que estes senhores vêem o cinema exclusivamente como uma indústria e não como uma arte. Algo que os leva a temer novas e refrescantes abordagens. E assim sendo, “The Crazies” oferece-nos apenas a habitual enxurrada de clichés imbecis e infantilizados. Ainda não vimos o filme e já sabemos como vai acabar; estamos a visionar uma cena e já sabemos o que vai acontecer; no cinema, quando este fenómeno acontece é sempre mau sinal. E, infelizmente, produtores como George Romero parecem não atender a este fenómeno. Romero (que é o produtor executivo deste filme) teve os seus tempos de glória, mas agora já chega! Não hesito em dizer que este senhor (em conjunto com muitos outros) está a dar cabo de um género de terror outrora tão amado: o filme de zombies. Se Romero pretende continuar a realizar ou produzir remakes onde a história é sempre a mesma e onde “inovação” é palavra proibida, então tenham a coragem de o mandar para a reforma!
Em suma, não esperava que “The Crazies” fosse uma obra-prima. Bem pelo contrário. Infelizmente, já estava à espera de mais um filme onde só os pobres de espírito podem sair da sala surpreendidos ou satisfeitos. Tecnicamente (na dinâmica de algumas cenas como a da lavagem do carro, e na caracterização de algumas personagens), “The Crazies” consegue ser competente. Os experientes actores, como Olyphant e Mitchell, cumprem também o seu trabalho. Porém, no seu todo, a película resulta apenas em mais uma acha para a enorme fogueira que está a queimar um género adorado por milhares de pessoas em todo o mundo. E como tal, sendo eu uma dessas pessoas, só posso ficar imensamente aborrecido.
Em suma, não esperava que “The Crazies” fosse uma obra-prima. Bem pelo contrário. Infelizmente, já estava à espera de mais um filme onde só os pobres de espírito podem sair da sala surpreendidos ou satisfeitos. Tecnicamente (na dinâmica de algumas cenas como a da lavagem do carro, e na caracterização de algumas personagens), “The Crazies” consegue ser competente. Os experientes actores, como Olyphant e Mitchell, cumprem também o seu trabalho. Porém, no seu todo, a película resulta apenas em mais uma acha para a enorme fogueira que está a queimar um género adorado por milhares de pessoas em todo o mundo. E como tal, sendo eu uma dessas pessoas, só posso ficar imensamente aborrecido.
Classificação – 2,5 Estrelas Em 5
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