Realizado por Louis Leterrier
Com Sam Worthington, Liam Neeson, Ralph Fiennes, Gemma Arterton, Alexa Davalos, Mads Mikkelsen
Para além de ser um videojogo fabuloso a todos os níveis, “God of War” – a épica tragédia grega do solitário e atormentado guerreiro espartano chamado Kratos – teve também o mérito de voltar a colocar a fantástica e sangrenta mitologia grega na ribalta da cultura popular. Apercebendo-se do sucesso e do imenso potencial (a nível estético e visual) desta eterna mitologia, Hollywood não demorou muito a entrar na onda da Grécia Antiga. Tal como seria de esperar, a indústria cinematográfica norte-americana percebeu que a mitologia grega voltava a estar na ordem do dia e logo aproveitou para pôr em marcha vários projectos relacionados com esta temática. Este “Clash of the Titans” é o primogénito desta nova onda de fantásticos épicos situados na cruel Grécia Antiga.
Com Sam Worthington, Liam Neeson, Ralph Fiennes, Gemma Arterton, Alexa Davalos, Mads Mikkelsen
Para além de ser um videojogo fabuloso a todos os níveis, “God of War” – a épica tragédia grega do solitário e atormentado guerreiro espartano chamado Kratos – teve também o mérito de voltar a colocar a fantástica e sangrenta mitologia grega na ribalta da cultura popular. Apercebendo-se do sucesso e do imenso potencial (a nível estético e visual) desta eterna mitologia, Hollywood não demorou muito a entrar na onda da Grécia Antiga. Tal como seria de esperar, a indústria cinematográfica norte-americana percebeu que a mitologia grega voltava a estar na ordem do dia e logo aproveitou para pôr em marcha vários projectos relacionados com esta temática. Este “Clash of the Titans” é o primogénito desta nova onda de fantásticos épicos situados na cruel Grécia Antiga.
Apesar de os nossos céus ainda se encontrarem preenchidos por negras e tenebrosas nuvens, é inevitável a sensação de que o Verão está a chegar. Pelo menos no que ao cinema diz respeito, a época mais quente do ano aproxima-se a passos largos. “Clash of the Titans” é o primeiro grande blockbuster do ano e marca a entrada oficial da Sétima Arte na adorada/odiada época dos blockbusters “hollywoodescos”. Estamos perante um filme que cumpre essencialmente ao nível dos efeitos especiais e de toda a sua estética visual. Uma obra que tem as suas falhas/incongruências a nível de argumento, mas que contém uma componente visual opulenta e que nos apresenta uma grande aventura repleta de acção e CGI do mais alto gabarito. Não tendo sido idealizado para o formato 3D desde a sua fase inicial, “Clash of the Titans” acaba por não tirar o máximo partido desta revigorada tecnologia. Principalmente nestas obras de grande e apelativa componente visual, o 3D costuma funcionar na perfeição, enaltecendo ainda mais a espectacularidade da acção. Porém, é preciso que essa aposta seja conceptualizada logo de início, numa fase de pré-produção. Caso contrário, o assombro do 3D emerge apenas em 30 ou 40% da película, não se revelando muito eficaz nem capaz de provocar o encanto desejado. Ainda assim, esta criativa obra de Louis Leterrier está muito bem filmada e consegue fazer com que a opulência dos cenários e das sequências de acção cativem a atenção do espectador.
Tendo como base a película homónima de 1981, “Clash of the Titans” conta-nos a história de um órfão pescador chamado Perseus (Worthington). Perseus desconhece as suas próprias origens e vive com o tormento de não saber o propósito da sua existência na Terra. Porém, num dia como tantos outros, tudo vai mudar. Numa feroz e inesperada ofensiva de Hades (Fiennes) – o Deus do Submundo – contra os humanos que se erguem contra os impiedosos Deuses do Olimpo, a família adoptiva de Perseus é assassinada e este vê-se subitamente abandonado na decadente cidade de Argos. É aí, após uma série de incidentes, que Perseus fica a saber que é filho de Zeus (Neeson) - Rei do Olimpo - e portanto, um semideus. Começando a tomar conta dos seus próprios poderes e impressionantes capacidades de guerreiro, Perseus une esforços com uma legião de soldados e parte numa épica viagem de vingança contra o maldoso Deus que o privou de todos os que o amavam. Ao longo do caminho, numa peregrinação que o levará a enfrentar lendárias criaturas como a Medusa e o Kraken, Perseus contará com a ajuda da misteriosa Io (Arterton) e chegará à conclusão de que, num desigual confronto entre Deuses e mortais, os seus heróicos actos ditarão o futuro de Argos e de toda a humanidade.
Tendo como base a película homónima de 1981, “Clash of the Titans” conta-nos a história de um órfão pescador chamado Perseus (Worthington). Perseus desconhece as suas próprias origens e vive com o tormento de não saber o propósito da sua existência na Terra. Porém, num dia como tantos outros, tudo vai mudar. Numa feroz e inesperada ofensiva de Hades (Fiennes) – o Deus do Submundo – contra os humanos que se erguem contra os impiedosos Deuses do Olimpo, a família adoptiva de Perseus é assassinada e este vê-se subitamente abandonado na decadente cidade de Argos. É aí, após uma série de incidentes, que Perseus fica a saber que é filho de Zeus (Neeson) - Rei do Olimpo - e portanto, um semideus. Começando a tomar conta dos seus próprios poderes e impressionantes capacidades de guerreiro, Perseus une esforços com uma legião de soldados e parte numa épica viagem de vingança contra o maldoso Deus que o privou de todos os que o amavam. Ao longo do caminho, numa peregrinação que o levará a enfrentar lendárias criaturas como a Medusa e o Kraken, Perseus contará com a ajuda da misteriosa Io (Arterton) e chegará à conclusão de que, num desigual confronto entre Deuses e mortais, os seus heróicos actos ditarão o futuro de Argos e de toda a humanidade.
Tenho que ser justo. Analisando o filme no seu todo, “Clash of the Titans” apresenta um ponto forte e dois pontos fracos. O ponto forte prende-se com a já abordada magnífica componente visual, que aproveita todo o potencial da mitologia grega para nos oferecer uma aventura sobrenatural cheia de acção, heroísmo e sublimes efeitos especiais. Nesse ponto, a mais recente obra de Leterrier não tem como defraudar as expectativas do espectador. O problema está nos seus dois pontos fracos: um defeituoso argumento (uma vez mais) e a correria desenfreada da narrativa onde as personagens não encontram qualquer espaço para se aprofundarem e afirmarem devidamente. Por um lado, nota-se a triste exigência dos produtores em lançar o filme com uma duração nunca superior a duas horas. É um fenómeno cada vez mais comum no cinema actual. As produtoras pensam apenas nas receitas do box-office e praticamente exigem aos seus realizadores que nunca ultrapassem essa duração de tempo na montagem final, de forma a que se possam realizar mais sessões por dia e assim recolher mais uns trocados no lucro final. E isto, infelizmente, em detrimento da qualidade da película. Pois vejamos: se a história decorre com uma pressa desenfreada e as personagens não têm tempo para se aprofundarem, o resultado final vai ser completamente inócuo e vazio de significado. Não podemos ter duas personagens a conhecer-se numa cena e na seguinte já estarem aos abraços como se fossem melhores amigos há muitos anos. É preciso dar tempo para que a história se consolide e para dar aquela sensação de verdadeira peregrinação e sentido de aventura à película. Como já antes referi, basta atender ao exemplo da trilogia “The Lord of the Rings”. Acham que o fenomenal resultado seria o mesmo se Peter Jackson tivesse optado por convergir a grande viagem de Frodo e seus companheiros num único filme de duas horas? Obviamente, não.
Por outro lado, não deixa de ser verdade que o débil argumento deste “Clash of the Titans” não oferece grandes possibilidades de fazer algo melhor. Aqui e ali, notam-se demasiados clichés e uma imaturidade que começa a ser excessivamente comum nas produções bombásticas de Hollywood. O maior exemplo dessa infantilidade é a sofrível e perfeitamente desnecessária cena final, e dito isto, numa altura em que cada vez mais se discutem a qualidade e competência dos cineastas actuais, levanto aqui uma pertinente questão: dado que o trabalho de Leterrier é perfeitamente competente e dado que, nos últimos tempos, a causa dos fiascos parece sempre abater-se sobre os argumentos, talvez não estejamos em crise de cineastas; o mais provável é estarmos em crise de argumentistas e para o bem do cinema mundial, é urgente descobrir novos argumentistas. Os argumentistas criativos, originais e capazes de fugir aos habituais clichés e happy endings da Sétima Arte norte-americana.
Mas enfim, já muito foi dito e o que realmente importa realçar é que “Clash of the Titans” se afirma como o típico blockbuster de Hollywood: acção a rodos, grandes cenários, fantásticos efeitos especiais e um argumento que deixa muito a desejar. Como tal, estamos perante um filme perfeito para quem se quiser divertir numa tarde de sábado com um balde de pipocas na mão. Para aqueles que vêem o cinema como algo mais, “Clash of the Titans” poderá fazer-vos sair da sala com um sorriso amarelo num rosto ligeiramente desapontado.
Mas enfim, já muito foi dito e o que realmente importa realçar é que “Clash of the Titans” se afirma como o típico blockbuster de Hollywood: acção a rodos, grandes cenários, fantásticos efeitos especiais e um argumento que deixa muito a desejar. Como tal, estamos perante um filme perfeito para quem se quiser divertir numa tarde de sábado com um balde de pipocas na mão. Para aqueles que vêem o cinema como algo mais, “Clash of the Titans” poderá fazer-vos sair da sala com um sorriso amarelo num rosto ligeiramente desapontado.
Classificação – 3 Estrelas Em 5
0 comentários :
Postar um comentário