Realizado por Brett Simon
Com Mischa Barton, Nick Blaemire, Reece Thompson, Bruce Willis
Os cinemas portugueses serão os primeiros e, muito provavelmente, os últimos recintos cinematográficos que irão acolher uma exibição comercial de “Assassination of a High School President”, uma medíocre produção independente que foi ignorada pelos críticos especializados e pelas distribuidoras internacionais que a enviaram directamente para o mercado videográfico onde não obteve grandes resultados comerciais. A sua inexistência mediática e comercial é facilmente explicada pela sua inexistência qualitativa, ou seja, estamos perante uma produção independente sem qualquer brilho ou imaginação que nos apresenta uma história vulgar e enfadonha. O protagonista de “Assassination of a High School President” é Bobby Funke (Reece Thompson), um jovem repórter que escreve para o jornal da sua escola secundária, no entanto, não se mostra muito comprometido com as suas funções editoriais. O seu interesse pela investigação jornalística é subitamente despertado quando os exames escolares são roubados e se inicia uma verdadeira investigação popular com o intuito de encontrar o culpado por este acto criminoso. Bobby e Francesca Facchini (Mischa Barton), uma das raparigas mais atraentes e populares da escola, iniciam a sua investigação particular mas o que parecia um caso relativamente simples de resolver evolui rapidamente para uma complexa situação que envolve uma sórdida conspiração em que todos os investigados parecem desempenhar um importante papel.
O argumento desta produção é bastante insípido e enfadonho. Ao contrário do que nos diz o seu título original, “Assassination of a High School President” não nos apresenta um homicídio propriamente dito. É verdade que existe uma espécie de homicídio social que é provocado por uma inconcebível e estrambólica conspiração estudantil, no entanto, ninguém morre durante o filme. O mistério da história está praticamente circunscrito à descoberta da identidade do indivíduo que furtou os exames escolares, uma descoberta que é feita através de uma investigação que não nos apresenta grandes contornos criativos ou cativantes. A conclusão é um bocado irracional e a reviravolta que nos oferece é bastante previsível e sem qualquer interesse. As personagens são completamente estereotipadas, ou seja, somos confrontados com uma diversidade de intervenientes que obedecem aos típicos critérios mentais e físicos de um típico estudante numa produção americana, ou seja, somos presenteados com um protagonista que é o típico estudante impopular que procura alcançar a tão desejada popularidade através de uma importante mas altamente improvável aventura estudantil, uma rapariga muito popular e atractiva que adora manipular os seus colegas, um atleta popular que está envolvido em todas as importantes actividades escolares, um conjunto de estudantes inadaptados à sociedade que vivem à margem das regras da instituição educacional e claro, um director muito rígido e pouco amigável. A narrativa é acompanhada por diálogos aborrecidos e discrepantes que alimentam a incoerência e a superficialidade da história.
O elenco acaba por ser um dos melhores elementos de “Assassination of a High School President”. Reece Thompson está razoavelmente competente como o principal interveniente da história e a sua companheira de investigação, Mischa Barton, também cumpre a sua função de femme fatale, no entanto, essa função é meramente superficial e, em nenhum momento, permite demonstrar os atributos artísticos desta jovem actriz que não está a atravessar um bom momento profissional. É sempre agradável ver Bruce Willis num registo diferente daquele a que estamos habituados e apesar da sua performance não ser excelente a sua personagem consegue oferecer um pouco de humor a esta produção que é realizada por Brett Simon, um cineasta que não tem muita experiencia e que não nos consegue oferecer um trabalho directivo de qualidade. A banda sonora é composta por sonoridades tipicamente juvenis que se enquadram na temática da história mas que pouco lhe acrescentam.
É difícil de compreender como é que “Assassination of a High School President” conseguiu estrear nas salas de cinema portuguesas quando não estreou em mais nenhum sítio. O seu insucesso comercial em outros mercados cinematográficos e a sua incapacidade em convencer ou em entreter o espectador reforçam, ainda mais, a incompreensibilidade desta decisão.
Classificação – 1,5 Estrela Em 5
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