quarta-feira, 24 de março de 2010

Crítica - Dear John (2010)

Realizado por Lasse Hallström
Com Channing Tatum, Amanda Seyfried, Richard Jenkins

Os principais romances literários de Nicholas Sparks, “The Notebook” e “Message in a Bottle”, foram adaptados com algum sucesso comercial e qualitativo ao grande ecrã, no entanto, os seus romances mais desconhecidos, “Nights in Rodanthe” e “A Walk to Remember”, receberam péssimas adaptações que não conseguiram convencer a crítica ou encantar o publico.”Dear John” também é uma adaptação cinematográfica bastante medíocre que não consegue rivalizar com a qualidade das melhores adaptações dos romances mais conceituados e mediáticos do célebre escritor, no entanto, é ligeiramente superior às últimas produções que derivaram dos seus trabalhos literários. John Tyree (Channing Tatum) é um soldado em licença e de visita à sua cidade natal. Savannah Curtis (Amanda Seyfried) é uma estudante a passar aí as férias de Verão. Depois de um inesquecível encontro e de duas semanas de entrega total, nasce entre os dois um amor profundo que tentará, durante anos, resistir à ausência e solidão que a distância pressupõe. Com apenas alguns encontros fortuitos, o seu amor ganhará forma e força através das centenas de cartas trocadas, e ambos vivem para o momento do reencontro, no entanto, as longas separações vão cavando um fosso difícil de transpor e quando, após o tão desejado regresso a casa, se dá a tragédia do 11 de Setembro de 2001, John decide regressar ao exército americano e é então que Savannah toma uma resolução que irá mudar, para sempre, as suas vidas.


A nível comercial, “Dear John” é um verdadeiro sucesso porque conseguiu arrecadar algumas receitas importantes e arrebatar alguns resultados interessantes, no entanto, esse sucesso não é um indicador fidedigno da sua qualidade. Á semelhança das restantes produções cinematográficas baseadas nos produtos literários do famoso escritor, “Dear John” é composto por uma história muito sentimental e muito romântica que nos proporciona avalanches de momentos dramáticos e românticos, no entanto, esses momentos não são mais do que sequências superficiais que se limitam a exteriorizar uma narrativa estereotipada e melodramática que apenas deverá agradar aos espectadores mais compassivos e sensíveis. Os elementos que melhor exemplificam o sentimentalismo exacerbado desta narrativa superficial são as inúmeras cartas de amor que os protagonistas trocam entre si, cartas essas que são romanticamente e sentimentalmente exageradas. As personagens também são construídas sob estereótipos e em nenhum momento conseguem sensibilizar ou convencer os espectadores. Os diálogos são repetitivos e não são imaginativos, muito pelo contrário, roçam quase sempre a previsibilidade.


A direcção de Lasse Hallström é bastante medíocre porque este cineasta não conseguiu, em nenhum momento, transformar esta história numa produção de qualidade que se mostrasse capaz de rivalizar com os equilibrados e completos “The Notebook” e “Message in a Bottle”. As performances dos protagonistas de “Dear John”, Channing Tatum e Amanda Seyfried, são razoáveis e ambos apresentam uma química bastante interessante, no entanto, nenhum nos consegue oferecer uma performance tecnicamente evoluída ou de grande qualidade. Os aspectos técnicos de “Dear John” também não são extraordinários mas são minimamente competentes, assim sendo, estamos perante uma fotografia simplista e algumas sonoridades populares


O regresso dos trabalhos literários de Nicholas Sparks às salas de cinema não foi qualitativamente proveitoso mas os impressionantes resultados comerciais que “Dear John” alcançou conseguiram comprovar novamente que os trabalhos deste escritor são uma verdadeira mina de ouro para os estúdios que os aproveitam.

Classificação – 2,5 Estrelas em 5

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