Twin Peaks – Fire Walk with Me é talvez o único filme de Lynch que os seus admiradores preferissem que nunca tivesse sido feito. Depois do êxito estrondoso da série televisiva Twin Peaks criada pelo próprio juntamente com Mark Frost, em 1990, e que rapidamente se tornou uma série de culto, Lynch surge, em 1992, com uma prequela em filme onde se contava os últimos sete dias de vida de Laura Palmer (Sheryl Lee) até ao momento do aparecimento do seu cadáver , momento esse que coincide com a primeira cena da série.
Laura Palmer é uma problemática estudante do liceu da atrofiante cidade de Twin Peaks que vive perdida entre a escola, onde assume uma aparente normalidade, os seus dois namorados, a sua melhor amiga Donna (Moira Kelly), o consumo de cocaína e os favores sexuais que presta em troca de droga e de dinheiro. Ao mesmo tempo que Laura toma consciência do que se passa de facto na sua vida, vamo-nos apercebendo gradualmente que o homem que abusava sexualmente dela durante a noite era o seu próprio pai. Esta temática do abuso sexual de jovensjá tinha sido explorada em Blue Valvet (1986).
Como já nos havia habituado, aqui a lógica narrativa é relegada para segundo plano, misturando-se o realismo da vida de Laura com um imaginário assustador e, muitas vezes, difícil de entender. O filme começa aliás um ano antes da morte de Laura com a investigação da morte de outra jovem, Teresa Banks, linha narrativa que é depois abandonada para não mais ser retomada.
Só David Lynch conseguia fazer um thriller cujo final se conhece de antemão mantendo permanentemente a tensão e o horror no espectador através das mais surpreendente e aterradora fotografia, da interpretação muito convincente de Sheryl Lee que ficará para sempre associada a esta personagem, da inconfundível banda sonora de Angelo Badalamenti, e dessa alternância, que é a marca inconfundível do realizador, com um mundo imaginário inexplicável, incompreensível e por isso mesmo aterrorizante. São os diabos que vivem no nosso interior que Lynch corporiza na grande tela o que torna o horror uma coisa a que não conseguimos escapar. Ainda assim, o filme não consegue atingir a qualidade da série televisiva que marcou um período da televisão, criou um estilo e se tornou um objecto de culto até hoje.
Só David Lynch conseguia fazer um thriller cujo final se conhece de antemão mantendo permanentemente a tensão e o horror no espectador através das mais surpreendente e aterradora fotografia, da interpretação muito convincente de Sheryl Lee que ficará para sempre associada a esta personagem, da inconfundível banda sonora de Angelo Badalamenti, e dessa alternância, que é a marca inconfundível do realizador, com um mundo imaginário inexplicável, incompreensível e por isso mesmo aterrorizante. São os diabos que vivem no nosso interior que Lynch corporiza na grande tela o que torna o horror uma coisa a que não conseguimos escapar. Ainda assim, o filme não consegue atingir a qualidade da série televisiva que marcou um período da televisão, criou um estilo e se tornou um objecto de culto até hoje.
Classificação - 4 Estrelas Em 5
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